”PROJETO LILITH: Pixações em Corpos Histéricos” emociona o público na estreia

”PROJETO LILITH: Pixações em Corpos Histéricos” estreou domingo, dia 15, perturbando, trazendo à tona realidades cruas, emocionando o público.

Foto: Rodrigo Waschburger

COLETIVO QUÂNTICO reafirma, neste projeto, parcerias entre artistas, suas ideias e forças de trabalho. “PROJETO LILITH: Pixações em Corpos Histéricos”​, com direção de Larissa Sanguiné,​ é uma criação teatral, movida por questões que afligem um universo de opressões íntimas e sociais do feminino. As cenas se inventam a partir de uma investigação acerca da invisibilidade e naturalização de violências contra as mulheres.

Reestruturando performances em ocupação de espaços públicos, investigadas anteriormente, agora para um espaço alternativo. Dando continuidade em experimentações de processos anteriores, o Coletivo dá voz às atrizes, usando-se de mitos da culpabilização da mulher, como Lilith e Pandora.

FICHA TÉCNICA
Elenco: Gabriela Iablonovski, Larissa Sanguiné, Maria Bufrem, Rafaela Fischer e Rafaela Giacomelli e Victória Sanguiné.
Direção: Larissa Sanguiné e Denis Gosch
Direção Musical e Composições: Gustavo Petry
Luz: Juliano Canal
Figurinos: Titi Lopes
Arte Gráfica: Jimi Melo
Produção: Coletivo Quântico
Assessoria de Imprensa: Liane Strapazzon
Divulgação: Liane Strapazzon e Coletivo Quântico
Produção Executiva: Gabriel Borsatto e Rodrigo Waschburger
Fotografias e Captação de Imagens: Rodrigo Waschburger
Edição de Imagens: Gabriel Borsatto e Rodrigo Waschburger
Realização: Coletivo Quântico e Casa de Teatro de Porto Alegre
Apoio e Colaboração: Entreato Pub

Serviço:
PROJETO LILITH – Pixações em Corpos Histéricos
Dias 22 de outubro, em duas sessões,19h e 21h
Entreato Pub (Rua da República, 163)
​Ingressos à venda no local
​R$ 35,00 inteira
R$ 25,00 com desconto para estudante, idoso, classe artística

Depoimentos:
“Silêncio. Ouço as batidas do meu coração…tum…tum…tum…
Tenho a sensação de um vazio extremo. Fico sentado olhando pro chão. Não consigo me mover. Fim.
Esse foi o momento em que acaba a performance/encenação/vivência das mulheres de Porto Alegre.
São 21:10 na Cidade Baixa e o tempo parou.
Parou porque não para… não para nunca a violência que elas sofrem. Nunca para o medo de sair na rua sozinha. Não para o dia inteiro a sensação de que a qualquer momento algo terrível pode acontecer…ou melhor ESTÁ ACONTECENDO.
Ouço choros do público, choro também. Pois na minha situação não é muito diferente…sendo gay num país onde a perseguição às liberdades fundamentais vão ralo abaixo…como o sangue que escorre depois de um estupro.
A CADA 11 MINUTOS UMA MULHER É ESTUPRADA NO BRASIL.
Corta.
Vou abraçar a Larissa Sanguiné e não consigo dizer quase nada.
Lari ainda não posso dizer nada. Gurias… todos…o que acontece quando a gente entra é muito perturbador.
Lembrei do Ostal com a minha querida Arlete Cunha, que estava hoje ali ao lado e senti a mesma angústia daquela experiência lá distante 30 anos atrás.
Tô aqui em casa e se passaram 11 minutos desde que comecei a escrever…mas não ouvi os gritos da menina/mulher/criança que acabou de ser violentada. Silêncio.
NÃO NÃO ESTÁ TUDO BEM.”
Edu Kramer (ator e diretor)

“2017, o ano em que a censura volta. Museus e espetáculos censurados! E, num bar na cidade baixa, mulheres. Atrizes. Entregues. Resistem. Questionam. Jogam na cara a dureza de ser mulher. Com poesia. Com beleza. Com dor. Parabéns Larissa Sanguiné por você com sua maravilhosa loucura chamar essas mulheres a gritar contigo. Victória: é, vc tá grande, forte e mantém a beleza e a sensibilidade daquela menina… Maria e Gabriela: bah orgulho, amor eterno de vcs, pedaços de mim. As Rafaelas, maravilhosas, parabéns. Parabéns e obrigado. Denis, tu arrasa desde quando não sabia escrever aconchego. Que esse grito sufocado de todas as mulheres que vcs são, que vcs representam e amam ecoe por muito tempo, com força e poesia. E seja ouvido. Sempre.”

Leo Maciel (ator e diretor)