Fim de semana na Fundação Iberê Camargo tem intensa programação

No sábado, o artista Diego Dourado apresenta a leitura Gramática Dissonante, e o Coletivo OPAVIVARÁ! participa do Seminário Sob o Sol dos Trópicos e convida o público a interagir com suas obras Chuvaverão e Sofáraokê. No domingo, tem Cine Iberê, com sessão do filme Macunaíma, e Bazar do Vinil. A entrada é franca.

Foto: EBC

No fim de semana de 09 e 10 de dezembro (sábado e domingo), a Fundação Iberê Camargo oferece uma programação diversificada que dialoga com as exposições em cartaz – Sombras no Sol e Vivemos na Melhor Cidade da América do Sul –, cuja visitação está aberta das 15h às 20hA entrada é francaem todos os eventos. Confira os detalhes da agenda:

No sábado, 09 de dezembro, às 15h30, o artista Diego Dourado realiza uma leitura pública de poemas. Com o intuito de questionar os limites da linguagem, Gramática Dissonante explora as dimensões artísticas da poesia a partir da vocalidade, da performance e do som. A leitura conta com a participação do DJ Duke Jay (integrante da banda Bataclã FC) e do cantor e compositor maranhense Rafael Camarão. Natural do Maranhão, Diego Dourado vive em Porto Alegre desde 2007. É mestre em poéticas visuais pela UFRGS e desenvolve produção e pesquisa centradas nas relações entre as artes visuais e a literatura.

O coletivo carioca OPAVIVARÁ! está na programação no sábado e no domingo, com a ativação de duas obras interativas, que propõem a participação do público: além de promover uma atividade ao ar livre com o seu sofá/equipamento de som Sofáraokê – obra em exibição na exposição Vivemos na Melhor Cidade da América do Sul –, o coletivo recria em Porto Alegre o projeto Chuvaverão, que consiste na instalação de chuveiros ao ar livre, para serem utilizados pelos visitantes. As ativações com o coletivo acontecem nos seguintes horários: no sábado, às 16h (Chuvaverão), e no domingo, às 15h (Chuvaverão), e às 16h (Sofáraokê). O Opavivará! também participa do Seminário Sob o Sol dos Trópicos – que acontece no sábado, dia 09, às 17h, ao ar livre, junto à obra Sofaraokê. Com o tema Tropicaos, o coletivo vai abordar as relações entre corpo, política, natureza e arte na conflituada paisagem carioca atual. Após o seminário, haverá ativação do karaokê.

A intenção do Opavivará! é gerar reflexões sobre as experiências cotidianas. O coletivo de arte – criado no Rio de Janeiro, em 2005 – desenvolve ações em espaços públicos, galerias e instituições culturais, propondo experiências coletivas e interação. O grupo é participante ativo no panorama das artes contemporâneas e integra exposições nacionais e internacionais de reconhecida importância, como Bienal de Havana/Cuba, Bienal de São Paulo, Bienal de Taipei e Art Basel. Saiba mais sobre o coletivo em http://opavivara.com.br/.

No domingo, dia 10, acontece nova edição do Cine Iberê, às 16h, com exibição de um dos grandes clássicos do cinema brasileiro, o filme Macunaíma (1969), de Joaquim Pedro de Andrade. A sessão será comentada pelo escritor e tradutor Donaldo Schüler, doutor em Letras, conferencista e professor em várias instituições e universidades, no Brasil e no exterior.

Baseado no romance modernista seminal de Mário de Andrade, o filme é uma composição de lendas identitárias da alma do povo brasileiro. Com seu personagem protagonista – “um herói sem caráter” –, Joaquim Pedro de Andrade realiza Macunaíma com o temperamento antropofágico de Oswald de Andrade, atualizando o conteúdo da obra literária de seu irmão para o final dos anos 60, em sintonia estética com tropicalismo.

No filme, Macunaíma (Grande Otelo) é um anti-herói negro nascido na mata que se transforma em um príncipe branco (Paulo José). Quando adulto migra para a cidade onde vive muitas aventuras com guerrilheiras, prostitutas, milionários, policiais, entre outros. Depois de sua turbulenta aventura urbana, ele volta à mata. Integram o elenco, além de Grande Otelo e Paulo José, Dina Sfat e Jardel Filho.

Joaquim Pedro de Andrade (1932 – 1988) é um dos mais importantes realizadores brasileiros, que integrou o movimento Cinema Novo. Seu curta Couro de Gato (1962) integra o projeto coletivo fundador do Cinema Novo – o filme Cinco Vezes Favela (1962), produzido pelo Centro Popular da União Nacional dos Estudantes. Em 1963, realiza Garrincha Alegria do Povo. Fazem parte de sua filmografia: O Padre e a Moça (1965), Cinema Novo (1967), Brasília, contradições de uma cidade nova (1967), Macunaíma (1969), A linguagem da persuasão (1970), Os inconfidentes (1972), Guerra conjugal (1975), O Aleijadinho (1978), O Homem do Pau Brasil (1981).

A exibição de Macunaíma integra o programa Tabu | Éden | Quimera – atividade cinematográfica paralela às exposições Vivemos na melhor cidade da América do Sul e Sombras no Sol, e tem curadoria de Marta Biavaschi.

Ainda no domingo, a partir das 17h, ocorre o Bazar do Vinil, com  discos novos, usados e raridades, para todos os gostos e bolsos. O Bazar acontece junto da discotecagem  #músicamudatudo – Rádio Unisinos na Iberê, uma parceria entre a Fundação Iberê Camargo e a Rádio Unisinos.fm 103.3. Com coordenação do DJ e jornalista Porã e participação dos DJs Geraldo Oliveira e Rodrigo Brandão, que comandam o programa Grave & Groove, a programação traz ao público ritmos da Tropicália, MPB e outras referências ligadas às exposições em cartaz.

Exposições em cartaz

A mostra Sombras no Sol traz 41 peças do acervo – entre pinturas, desenhos, gravuras e documentos – de Iberê Camargo que retratam sua visão sobre a “Cidade Maravilhosa”, onde morou por 40 anos, apontando para uma paisagem muitas vezes vazia e melancólica, nublada – distante do sol e das cores tropicais. Com curadoria de Eduardo Haesbaert e Gustavo Possamai, a mostra exibe, ainda, um conjunto de documentos que registram a censura a uma de suas obras durante o V Salão Nacional de Arte Moderna, em 1956, no Rio de Janeiro. “Importante trazer à visibilidade e ao debate público o registro de momentos sombrios que apresentam tanta relação com os dias atuais, uma vez que Iberê os vivenciou com resistência, em defesa da arte, do diálogo e do respeito, aspectos tão fundamentais à liberdade de expressão”, dizem os curadores.

A exposição Vivemos na melhor cidade da América do Sul, apresenta pinturas, esculturas, fotografias, instalações, vídeos e performances de 28 artistas brasileiros referenciais, como Alair Gomes, Beto Shwafaty, Carlos Vergara, Guga Ferraz, Hélio Oiticica, Iberê Camargo, Maria Sabato, Mario Testino e Rosângela Rennó, entre outros. A mostra, com curadoria de Bernardo José de Souza e Victor Gorgulho, a mostra parte da canção Baby, de Caetano Veloso, para investigar noções contraditórias de tropicalidade, identidade nacional, corpo e violência, e analisa a paisagem estética e política do Rio de Janeiro para lançar uma mirada crítica sobre o Brasil.

A Fundação Iberê Camargo tem o patrocínio de Banco AgiplanGerdauCPFL EnergiaGrupo GPSBanrisulBanco VotorantimDLL Group e BTG Pactual, com realização e financiamento do Ministério da Cultura / Governo Federal.

A exposição Vivemos Na Melhor Cidade da América do Sul tem o patrocínio de Farm Rio e Baldo S/A.

Serviço

Fim de semana na Fundação Iberê Camargo – programação

Sábado, 09 de dezembro

  • 15h30 – Gramática Dissonante – Leitura de poemas com o artista Diego Dourado. Participação do músico Rafael Camarão e do DJ Duke Jay
  • 16h – CHUVAVERÃO – ativação com o coletivo OPAVIVARÁ!
  • 17h – Seminário Sob o Sol dos Trópicos – Tropicaos, com o coletivo OPAVIVARÁ!, junto à obra Sofáraokê, ao ar livre (após o seminário, haverá ativação do karaokê)

Domingo, 10 de dezembro

  • 15h – CHUVAVERÃO – ativação com o coletivo OPAVIVARÁ!
  • 16h – SOFÁRAOKÊ – ativação com o coletivo OPAVIVARÁ!
  • 16h – Cine Iberê – Macunaíma, de Joaquim Pedro de Andrade (1h50min, 1969, Brasil). Sessão comentada com Donaldo Schüler.
  • 17h às 20h – Bazar do Vinil, com Porã, e #músicamudatudo – Rádio Unisinos na Iberê

Exposição Sombras no Sol

Artista: Iberê Camargo

Curadoria: Eduardo Haesbaert e Gustavo Possamai

Local: 4º andar

Período de exibição: até 14 de janeiro de 2018

Visitação: sábados e domingos, das 15h às 20h

Exposição Vivemos na Melhor Cidade da América do Sul

Artistas: Adriano Costa, Alair Gomes, Anna Franceschini, Beto Shwafaty, Carlos Vergara, Caroline Valansi, Débora Bolsoni, Dominique Gonzalez-Foerster, Guga Ferraz, Guerreiro Do Divino Amor, Hélio Oiticica, Iberê Camargo, Joe Williamson, Maria Sabato, Mario Testino, Manoela Medeiros, Marcos Chaves, Miúda, Pedro Flutt, Pedro Victor Brandão, Pedro Rocha, OPAVIVARÁ!, Oliver Bulas, Raymundo Amado, Rodrigo Matheus, Romain Dumesnil, Rosângela Rennó e Vivian Caccuri.

Curadoria: Bernardo de Souza e Victor Gorgulho

Local: átrio, 2º e 3º andares

Período de exibição: até 17 de dezembro de 2017

Visitação: sábados e domingos, das 15h às 20h

ENTRADA FRANCA

Endereço: Fundação Iberê Camargo – Avenida Padre Cacique, 2000