Cia Eliane Fetzer de Dança Contemporânea, de Curitiba, conta lenda das Cataratas do Iguaçu, em Porto Alegre

Foto: Bruna Burkat
Foto: Bruna Burkat

As exuberantes Cataratas do Iguaçu atraem turistas de todas as partes do mundo e, muitos deles, não imaginam que o Patrimônio Natural da Humanidade é o berço de uma lenda. Este conto ganha intensidade com a desconstrução dos movimentos nas coreografias de 12 bailarinos da Companhia Eliane Fetzer de Dança Contemporânea, no espetáculo “Naipi e Tarobá – A Lenda das Cataratas do Iguaçu”, no dia 12 de junho, no Teatro CIEE. O espetáculo tem patrocínio de O Boticário na Dança e UEG Araucária e encerra na capital gaúcha a circulação nacional que passou por outras cinco cidades brasileiras – de Manaus a Porto Alegre.

A trama retrata uma grande visita às raízes da cultura do Estado do Paraná, em cenas que ganham um tempero a mais com o confronto e o amor proibido dos protagonistas. Na preparação, a organização tribal se refletiu na criação dos movimentos. “Houve uma preocupação em mostrar que o homem tem mais força, tem outra atitude, e a mulher é mais submissa em uma tribo. Para equilibrar isso, o personagem do feiticeiro da história é uma mulher, que apresenta muita energia e descontrói esta visão”, completa Eliane.

Em cena, a lenda das Cataratas do Iguaçu é centrada nas vidas dos índios Naipi e Tarobá, que vivem em uma aldeia Caigangue, às margens do Rio Iguaçu. Tudo sempre muito preocupado em manter as características da cultura indígena, segundo a diretora. “Existe uma musicalidade própria para cada momento do espetáculo [assinada pelas composições de William Samper], passando pela caça, pelo relacionamento entre os índios e até mesmo as ações religiosas”.

A concepção do espetáculo ficou a cargo da própria Eliane Fetzer, que criou a escola de formação de bailarinos há mais de 20 anos. Neste espetáculo, os ensaios foram conduzidos por Priscila Rocha e Ian Mickiewicz, que firma os mais de 15 anos de parceria existente entre eles. “Eles compreendem a minha ideia de movimento e captam o que a coreografia deve trazer, algo que é muito raro no mundo das artes”, conta a diretora Eliane Fezter.

Lenda conduz atuações no palco – No conto que povoa o imaginário de habitantes do oeste paranaense até os dias de hoje, os indígenas conduzem suas atividades na crença de um mundo governado por M’Boy, um deus em forma de serpente. Devido à sua beleza, a índia Naipi é consagrada a ele. Mesmo assim, o jovem Tarobá se apaixona por Naipi e decide fugir com ela.

Ao descobrir o fato, M’Boy penetra nas entranhas da terra e cria uma enorme fenda, levando ao desaparecimento dos índios, a transformação Naipi em uma das rochas centrais das cataratas e Tarobá em uma palmeira à beira do abismo.

Para produzir a montagem, o trabalho foi bem direcionado. “A construção se deu através da lenda em si, em conversas com estudiosos de tribos e também com materiais específicos de cultura, assim como a preocupação em trazer músicas da etnia”, finaliza Eliane.

SERVIÇO:
“Naipi e Tarobá – A Lenda das Cataratas do Iguaçu”, com Cia de Dança Contemporânea Eliane Fetzer
Patrocínio: O Boticário na Dança e UEG Araucária.
Data: 12 de junho, domingo
Horário: 20 horas
Local: Teatro CIEE – Dom Pedro II, 861 – Porto Alegre (RS)
Informações: Tel.: (51) 3363 1111
Entrada franca – Os ingressos poderão ser retirados antecipadamente na administração do teatro em horário comercial e no dia do espetáculo a partir das 18h na bilheteria