Documentário sobre a vida e a obra do músico Claudio Santoro estreia dia 8 de março em Porto Alegre
Santoro – O Homem e sua Música
Um dos maiores nomes da música brasileira, o compositor, professor e maestro premiado Cláudio Santoro (1919-1989) é tema do longa-metragem Santoro – O Homem e sua Música (2015-88’) que chega aos cinemas no dia 8 de março. Em Porto Alegre, no Cinespaço do Shopping Bourbon Wallig (Assis Brasil, 2611, fone 8401-0514). O diretor John Howard Szerman, também responsável pelo roteiro e pela produção, mostra o universo do ser humano em seu cotidiano e a genialidade do artista e sua obra através de depoimentos de familiares, amigos e especialistas. A direção musical é do filho do maestro, Alessandro Santoro, pianista e cravista. São trechos de quatro sinfonias e diversas peças musicais interpretadas especialmente para o filme pela Orquestra Sinfônica Brasileira (OSB), Orquestra Sinfônica do Teatro Nacional Claudio Santoro (OSTNCS), Filarmônica de Minas Gerais e a Filarmônica Amazonas (OAF), a Camerata do Brasil e a Camerata Aberta, além de músicos com diversas formações (solo, duo, trio etc).
Johnnie Howard, como é mais conhecido o diretor, investiga vários aspectos da trajetória do personagem. Militante do Partido Comunista Brasileiro, Santoro foi irredutível quanto às suas posições políticas, o que o impossibilitou de alcançar, em vida, maior sucesso no Brasil e até mesmo no exterior. Morou na Europa e passou por muitas dificuldades financeiras. Entre outras, depois de 8 anos exilado na Alemanha, em 1977, ainda em plena ditadura militar, recebeu convite do Governo Brasileiro para voltar ao País e escolheu Brasília como destino para continuar seu trabalho na UnB. “Cada entrevista que fizemos para o filme despertava novos insights sobre o Claudio e sua obra, mas foi por meio das interpretações musicais que vimos a sua importância para a música erudita mundial”, conta Szerman.
Realizado através de edital do FAC/Fundo de Apoio à Cultura do Distrito Federal, o documentário recebeu no 48º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro em 2015 os prêmios Troféu Câmara Legislativa do Distrito Federal/DF na categoria longa metragem como Melhor Filme, Melhor Diretor e Melhor Trilha Sonora, além do Prêmio Exibição TV Brasil e Prêmio Marco Antônio Guimarães como Melhor Pesquisa Cinematográfica do Centro de Pesquisadores do Cinema Brasileiro.
Autor de mais de 600 peças musicais – de simples prelúdios para piano a 14 sinfonias para grandes orquestras e uma ópera, da música dodecafônica ao nacionalismo e à música eletroacústica – Claudio Santoro passou por diversas fases e foi comparado a Igor Stravinsky (compositor, pianista e maestro russo) na totalidade de vertentes musicais que experimentou ao longo dos seus quase 70 anos de vida.
Dezenas de vezes premiado e condecorado, Santoro nasceu em Manaus em 1919. O menino prodígio fez seu primeiro recital de violino aos 12 anos e foi aclamado pela imprensa especializada amazonense. O governador do Amazonas assinou um decreto concedendo-lhe uma bolsa de estudos para cobrir as despesas com sua formação no Conservatório de Música do Distrito Federal no Rio de Janeiro. Lá, foi aluno de Hans-Joachim Koellreutter e, em Paris, de Nadia Boulanger. Aos 17 anos começou a compor. Foi integrante do movimento Música Viva, criado para executar e difundir a música contemporânea, tendo sido spalla da primeira formação da Orquestra Sinfônica Brasileira. Desde então acumulou prêmios, recebeu condecorações, além de ser figura principal de mais de uma centena de obras entre livros, artigos, ensaios e teses, e teve parte de suas composições gravadas em cerca de 130 LPs e CDs.
Entre inúmeras dificuldades – as financeiras, constantes – seus 69 anos foram vividos intensamente numa relação visceral com a música. Morou em diversos países onde, além de compor parte de sua obra, regeu algumas das orquestras mais importantes do mundo.
Em 1962 foi a Brasília a convite de Darcy Ribeiro para criar o Departamento de Música da UnB/Universidade de Brasília e lá morou até sua morte em 1989. Criou a Orquestra Sinfônica do Teatro Nacional que hoje, como o Teatro, tem seu nome.
Ficha técnica
*Roteiro: John Howard Szerman e Alayde Sant’Anna
*Produção, direção e direção de fotografia: John Howard Szerman
*Produção executiva: Bismarque Villa Real e John Howard Szerman
*Gravação das músicas e mixagem: Andres Artesi
*Edição: Marisa Rabelo e Isabela Padilha
*Edição final: Juliana Corso
*Finalização das imagens: Smyle Rodrigues
Informações
John Howard Szerman – cult2005@yahoo.com.br
daDA’n Zen Produções- dadazenprod@gmail.com
Informações sobre a obra de Santoro em www.claudiosantoro.art.br