Aos 70 anos, morre o diretor Hector Babenco
Morreu na noite desta quarta-feira (13), de parada cardíaca, o cineasta Hector Babenco. Argentino naturalizado brasileiro e radicado no Brasil há 50 anos, Babenco tinha 70 e era casado com a atriz Barbara Paz.
A morte foi anunciada pela Galeria Raquel Arnaud, de propriedade de sua ex-mulher, que dá nome ao local. “É com grande pesar que comunicamos o falecimento de Hector Babenco, pai de nossa diretora associada Myra Arnaud Babenco.
O diretor tornou-se um dos principais nomes do cinema nacional. Sua carreira cinematográfica consistiu de colocar o dedo na casca da ferida. Denunciou os esquadrões da morte (“Lúcio Flávio – O Passageiro da Agonia”), a criminalização infantil (“Pixote – a Lei dos Mais Fracos”), homofobia (“O Beijo da Mulher-Aranha”), genocídio índio (“Brincando nos Campos do Senhor”), a falência do sistema prisional (“Carandiru”). Foi também o primeiro diretor de cinema latino-americano a ser nomeado a um Oscar por Direção, e teve a raríssima distinção para um brasileiro de ter sido duas vezes nomeado para a Palma de Ouro de Cannes. Apesar de criado em Mar del Plata (ou, talvez, por isso), Babenco tinha uma visão aguda dos problemas profundos do Brasil, um talento único para apresentá-los em narrativas fascinantes e uma coragem singular para expô-los.