Sul21 recomenda ‘Kóblic’ e ‘Kubo e as Cordas Mágicas’

Milton Ribeiro

Todas as semanas, o Sul21 traz indicações de filmes, peças de teatro, exposições e música para seus leitores. Não se trata de uma programação completa, mas de recomendações dos melhores espetáculos que assistimos. O critério é a qualidade. Se você tiver sugestões sobre o formato e conteúdo de nosso guia, por favor, comente. Boa semana!

Cinema – Estreias

Kóblic (****)
de Sebastián Borensztein, Argentina / Espanha, 2016, 115 min

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Ambientado na última ditadura militar que ocorreu na Argentina (de 1976 a 1983), o filme conta a história de um capitão do exército que foi parte dos “voos da morte”, quando lançavam pessoas consideradas subversivas no Río de la Plata. O militar se converte em fugitivo e chega a um pequeno povoado. A história é muito bem contada pelo diretor Borensztein, de Um Conto Chinês. O ano é de 1977 e Kóblic (Ricardo Darín), um exímio piloto, está no interior da Argentina fugindo do próprio posto. Após rejeitar uma ordem vinda de um superior, é ameaçado e vê-se obrigado a se refugiar num pequeno vilarejo. Porém, se o país vive uma ditadura que persegue e elimina pessoas nas ruas da capital, no interior há um próprio regime de controle que não vê com bons olhos a presença do estranho. Com violência explícita ou disfarçada, o filme tenta constrói uma história protagonizada por um homem que se esforça manter-se fora do que lhe é solicitado.

No Cinemark Barra 8, às 15h40, 18h 20h30
No Espaço Itaú 6, às 14h, 16h, 18h, 20h e 22h
No GNC Moinhos 2, às 13h20, 15h30, 17h40, 19h50 e 22h
No GNC Moinhos 3, às 16h20 e 21h15
No Guion Center 1, às 13h50, 15h40, 17h30, 19h20 e 21h15

Kubo e as Cordas Mágicas (****)
(Kubo and the Two Strings), de Travis Knight, EUA, 2016, 102 min

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Kubo vive uma normal e tranquila vida em uma pequena vila no Japão com sua mãe. Até que um espírito vingativo do passado muda completamente sua vida, ao fazer com que todos os tipos de deuses e monstros o persigam. Agora, para sobreviver, Kubo terá de encontrar uma armadura mágica que foi usada pelo seu falecido pai, um lendário guerreiro samurai. Kubo e as Cordas Mágicas é um desses exemplos de filmes que consegue envolver o público num universo de fantasias que demonstra o poder de uma história. Aqui, temos todo o imaginário ocidental acerca da cultura oriental, principalmente do gênero Wuxia, ou seja, as histórias de espada e mágica provindas do Japão. Embora seja uma visão bastante ocidentalizada, as lendas, mitos e figuras que são relacionadas a essa cultura estão presentes e são usadas com respeito pelos realizadores do filme.

CÓPIAS 3D DUBLADAS
No Cineflix Total 1, às 14h10, 16h30 e 18h45
No Cinespaço Wallig 4, às 13h40, 15h40, e 17h40
No GNC Iguiatemi 5, às 13h10, 15h15 e 17h20
No GNC Praia de Belas 2, às 13h10, 15h15 e 17h20
CÓPIAS DUBLADAS
No Cinemark Barra 3, às 17h05 e 19h30
No Cinemark Ipiranga 7, às 14h10, 16h40 e 19h15
No Espaço Itaú 1, ás 13h30, 15h30 e 17h30

Cinema – Em cartaz

O Botão de Pérola (*****)
(El Botón de Nácar), de Patrício Guzmán, Chile / França / Espanha, 2015, 82 min

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Este filme é uma sequência do notável Nostalgia da Luz (2010). Depois de olhar para a terra e para o céu, no citado Nostalgia, agora Guzmán observa as águas do Chile, onde foram jogados muitos milhares de habitantes durante a ditadura. A intenção desta vez é fazer outra triangulação, entre a geografia (a relação do país com o mar com seus 4.270 km de costa), o passado colonial (com a morte e estupro de índios) e a ditadura de Pinochet. O botão de pérola, presente no título, é o símbolo que permite essa aproximação. O objeto está presente tanto na história de um índio ingênuo que ajudou os colonizadores a encontrarem sua tribo, e consequentemente dizimá-la, em troca de um botão precioso, quanto na barra de ferro presa ao peito dos chilenos jogados ao mar, para que afundassem. Mais uma vez, os comentários políticos, filosóficos e geográficos do diretor são valiosos. É notável ver como ele consegue articular conhecimentos tão diferentes, de maneira fluida. (Adaptado do AdoroCinema).

No CineBancários, às 17h e 19h

Festa da Salsicha (****)
(Sausage Party), de Conrad Vernon e Greg Tiernam, Estados Unidos, 2016, 89 min

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Este filme é uma animação incomum. Festa da salsicha mostra a vida secreta dos produtos de supermercado. Sim, isso mesmo. Eles creem que os humanos são deuses e os levarão da prateleira ao paraíso. A salsicha Frank é separada de seus amigos de pacote e estes começam a desconfiar que o céu não existe e que serão devorados. A animação faz piadas com religião — o pão árabe acredita que será recebido no paraíso por 77 garrafas de azeite extra virgem — e vai parar nas piadas com o ateísmo — a perda da fé ao medo, mas tudo passa a ser permitido — e na metafísica. Uma brincadeira para estômagos fortes.

CÓPIAS DUBLADAS
No Cine Vitória 1, às 17h30
No Cinespaço Wallig 4, às 19h40
No Cinemark Ipiranga 1, às 14h30, 16h50
No GNC Praia de Belas 5, às 13h30
CÓPIAS LEGENDADAS
No Cinespaço Wallig 4, às 21h40
No Cinemark Barra 1, às 13h e 15h10
No Espaço Itaú 1, às 19h30
No GNC Iguatemi 6, às 14h30
No GNC Praia de Belas 5, às 17h30

A Comunidade (*****)
(Kollektivet), de Thomas Vinterberg, Dinamarca / Holanda / Suécia, 2016, 112 min

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Este é o melhor filme de 2016 ao lado de A Juventude e Francofonia. A Comunidade, de Thomas Vinterberg, autor dos excelentes Festa de Família, Submarino e A Caça entra em apenas uma sala e um horário, um verdadeiro absurdo. A seguir, coloco um trecho do que Luiz Carlos Merten escreveu sobre o filme: “Até pensei, por um momento, pelo título – The Commune -, que seu novo filme também pudesse ser de época (a Comuna de Paris), mas está mais para o espírito de Festa de Família, sem o Dogma, embora seja uma produção da dinamarquesa Zentrope, de Lars Von Trier. A cena é contemporânea, um homem herda o casarão do pai, mas a mulher o convence a chamar amigos e formar uma comunidade alternativa. No começo tudo parece ótimo, mas logo chegam as tensões, o fim da utopia. Um marido arranja uma amante jovem, que leva para morar com o grupo. A mulher implode, enlouquece. A filha incita a mãe a partir. E há um garotinho, uma graça, que tem sopro no coração e vive dizendo que vai morrer aos 9 anos. Ele se apaixona por uma garota de 14, mas ela tem a própria vida, a própria agenda. O filme de Vinterberg é sobre a fragilidade e o egoísmo do amor. Qualquer um, embriagado pelo sentimento, não liga a mínima para o sofrimento que pode estar provocando nos outros. Da escrita à realização, A Comunidade é forte, muito bem interpretado. Os atores dinamarqueses… Meu Deus! O desnudamento emocional é completo. Em mais de um momento tive vontade de aplaudir em cena aberta”.

No Guion Center 2, às 21h10

O Silêncio do Céu (****)
(Era El Cielo), de Marco Dutra, Brasil / Chile, 2016, 100 min

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Diana (Carolina Dieckmann) carrega consigo um grande trauma: ela foi vítima de um estupro dentro de sua própria residência. Entretanto, prefere esconder o caso e não contar para ninguém. Mario (Leonardo Sbaraglia), seu marido, também tem seus próprios segredos — e, assim, ambos vão matando aos poucos a relação do casal. Neste excelente filme, o conflito explode logo de cara. Através do vidro, Mario enxerga Diana ser violentada por dois homens. Atormentado, procura a melhor maneira de reagir sem que a mulher seja morta. Ele então pega a pedra no jardim e entra em casa, mas percebe que não teve uma boa ideia, deixa a rocha na mesa de trabalho da esposa, enquanto procura uma tesoura. Ao longo do processo, os agressores terminam e fogem, sem perceber que eram testemunhados pelo marido. Mario sai no encalço dos homens e só é interrompido por uma ligação da esposa, que pede, com calma, que ele busque as crianças na escola. Ele atende ao pedido e, quando retorna, Diana não fala sobre a agressão. Aliás, ninguém conversa sobre o ocorrido. O resto você descobre. Bom filme.

No CineBancários, 15h
Na Sala Paulo Amorim, às 19h15

Aquarius (*****)
de Kleber Mendonça Filho, Brasil, 2016, 145 min

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Kleber Mendonça Filho já marcara seu nome no cinema brasileiro com o extraordinário O Som ao Redor. Em vez de apenas colher a glória de seu grande filme, bisou o feito, realizando outro também notável. Clara (Sonia Braga) tem 65 anos, é jornalista aposentada, viúva e mãe de três adultos. Ela mora em um apartamento localizado na Av. Boa Viagem, no Recife, onde criou seus filhos e viveu boa parte de sua vida. Interessada em construir um novo prédio no espaço, os responsáveis por uma construtora conseguiram adquirir todos os apartamentos do prédio, menos o dela. Por mais que tenha deixado bem claro que não pretende vendê-lo, Clara sofre todo tipo de assédio e ameaças para que mude de ideia. Uma história lotada de Brasil.

No GNC Moinhos 1, às 15h30
Sala Eduardo Hirtz, 16h

Exposições e Artes Plásticas

Jardins de Alicium e Xxxxx Xxxx Xxx Xx Xxxxxxxxx
Na Galeria Xico Stokinger e na Sotero Cosme, ambas localizadas no 6º andar da CCMQ
Até 13 de novembro

A Secretaria de Estado da Cultura (Sedac) e o Museu de Arte Contemporânea do Rio Grande do Sul (MAC-RS) convidam para a abertura das exposições Jardins de Alicium, de Marlene Kozicz com curadoria de Ana Zavadil e Xxxxx Xxxx Xxx Xx Xxxxxxxxx, de Nelton Pellenz com curadoria de Bernardo José de Souza. As mostras estarão abertas para visitação de 12 de outubro a 13 de novembro. As obras de Marlene Kozics podem ser vistas na galeria Xico Stokinger e as de Nelton Pellenz na Sotero Cosme. Ambas localizadas no 6º andar da Casa de Cultura Mario Quintana (CCMQ).

Serviço
Abertura: 11 de outubro (terça-feira), 19h.
Visitação: 12 de outubro a 13 de novembro.
Horários: terças a sextas-feiras das 10h às 19h; sábados, domingos e feriados das 12h às 19h.
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Mostra coletiva The Dance Party
Na Galeria Ecarta (Av. João Pessoa, 943, em Porto Alegre)
Até 13 de novembro (de terças a sextas, das 10h às 19h; sábados, das 10h às 20h; e domingo, das 10h às 18h)

A exposição que reunirá nove artistas brasileiros e estrangeiros, com diferentes origens e propostas, busca investigar as interações entre a arte e a cultura das pistas de dança – e os reflexos disso no cotidiano. A mostra integra a programação da terceira edição do Festival Kino Beat de música e performance audiovisual multimídia. A curadoria é de Gabriel Cevallos e Leo Felipe. Gestada nos clubes noturnos de Londres e Nova York ainda nos anos 1970, a atmosfera que envolve as pistas de dança vai muito além da música e da performance de quem está ali, obviamente, dançando. Os comportamentos, a moda e a ideologia deste universo influencia, há 40 anos, os costumes, o consumo, a política e a produção artística de toda uma geração que encontrou nestes locais as suas referências. A mostra promete uma releitura destes cenários e uma interpretação da influência que esta cultura teve – e tem – na sociedade.

Foto: Felipe Gaiesky
Foto: Felipe Gaiesky

Exposição “Maria Lucia Cattani: Gestos e Repetições
Pinacoteca Barão de Santo Ângelo do IA/UFRGS (Rua Senhor dos Passos, 248, primeiro andar)
Até 27 de outubro de 2016 com visitação de segunda a sexta, das 10 às 18h

Abre no dia 29 de setembro, quarta, às 19h, na Pinacoteca Barão de Santo Ângelo do IA/UFRGS a exposição “Maria Lucia Cattani: Gestos e Repetições”, que traz a público um pequeno recorte da abrangente e vigorosa produção poética da artista gaúcha. No rico e sensível legado de Cattani, as marcas, resultantes de repetidos gestos, trazem um olhar atento e singular sobre o múltiplo – perfazem um percurso “do único ao múltiplo e do múltiplo ao único”, sutil provocação aos limites, inócuos, na arte contemporânea. Com curadoria de Maristela Salvatori e Paulo Silveira, a exposição busca preservar a memória da obra e da pessoa de Maria Lucia Cattani, que por vinte e oito anos atuou como pesquisadora e professora no IA/UFRGS, integrando o corpo docente do Programa de Pós-Graduação em Artes Visuais (PPGAV) de 1991 até sua aposentadoria, em 2013.

reprodução
reprodução

Exposição Brésils – regards croisés
Aliança Francesa Zona Sul: Wenceslau Escobar, 3206 – Tristeza
Até 12 de novembro

Resultado do diálogo entre o ilustrador brasileiro Ricardo Manhães e o roteirista francês Jean-David Morvan, a exposição Brésils – regards croisés estreia em Porto Alegre no dia 29 de setembro, na Aliança Francesa Zona Sul. O encontro inusitado entre estes artistas, ambos de renome internacional no universo franco-belga dos quadrinhos, gerou uma nova leitura visual e poética da periferia brasileira. Os olhares cruzados desses artistas convidam todos a brindar a alegria e o colorido do homem comum e a valorizar o modo de ser e de viver do povo brasileiro. Morvan tem como hábito viajar pelo mundo sozinho, descobrindo locais diferenciados e os fotografando. De maneira intimista e descontraída, registrou o cotidiano das pessoas das periferias nordestinas e enviou para Manhães opinar. Daí surgiu a ideia de uma exposição que casasse as duas artes: a fotografia e a ilustração.

divulgação
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Coleção da Fundação Edson Queiroz
Na Fundação Iberê Camargo, Av. Padre Cacique, 2.000
Até 17 de outubro

A exposição reúne um conjunto de 76 obras da Fundação Edson Queiroz, uma das mais amplas e sólidas coleções da arte brasileira do País. A mostra tem como foco a produção de artistas atuantes no Brasil entre as décadas de 1920 e 1960, abrangendo do modernismo à arte abstrata. Trata-se de uma oportunidade única para o público de Porto Alegre entrar em contato com esse período tão singular da arte nacional.

Abertura: 23 de junho, das 19h às 21h
Exposição: de 24 de junho a 17 de outubro
Apenas sextas e sábado, das 13h às 18h
Na Fundação Iberê Camargo (Av. Padre Cacique, 2.000 – Porto Alegre)

Reprodução
Reprodução

Música

Um samba por dia, com Bruno Bonelli
No 20 de outubro, às 20h
Sala Álvaro Moreyra (Centro Municipal de Cultura – Avenida Erico Verissimo, 307

Um samba por dia é resultado de uma proposta inusitada. Em fevereiro de 2015, durante um período de descanso no litoral catarinense, Bonelli lançou-se ao desafio de compor uma canção a cada dia. Assim surgiu o repertório do espetáculo, em que predominam letras sobre o cotidiano do artista. As músicas combinam samba de raiz, partido alto e groove, com espaço também para temas instrumentais. Além das participações especiais de Max Garcia (violão 7 cordas) e Ronald Franco (Flauta), Bonelli interpreta suas canções com uma banda de apoio formada por Kelvin Koubik, Cassiano Miranda e Guilherme Sanches (percussão), Vilmar Bigode (cavaquinho) e Handyer Borba (piano).

Foto: Guilhermo Gil
Foto: Guilhermo Gil

Picnic na Casa
No dia 15 de outubro (sábado), das 15h às 20h,
No Jardim Lutzenberger, localizado no 5º andar da CCMQ

A comunidade pode se preparar e trazer seu kit picnic e aproveitar o espaço e a música. A atividade ocorre no dia 15 de outubro (sábado), das 15h às 20h, no Jardim Lutzenberger, localizado no 5º andar da CCMQ. Neste mês os convidados serão Marina Falcão e Manuel Gonzalez, que apresentam músicas latinas americanas e música popular brasileira. Marina Falcão é uma cantora natural de Santana do Livramento-RS e sua música é marcada por traços da fronteira entre Brasil e Uruguai. Grande parte do seu repertório é em espanhol e nele encontramos zambas, boleros, chamamés e outros ritmos latinos. Recentemente gravou um disco em homenagem ao cantor e compositor de MPB Zé Caradípia, com lançamento previsto para o início do próximo ano, somando ao set list da apresentação as canções – algumas inéditas – que compõe este projeto. Nesta apresentação, estará acompanhada pelo violonista argentino Manuel Gonzalez, de passagem por Porto Alegre para apresentação de seu trabalho autoral “Te digo guitarra”, que traz canções do folclore argentino para violão solo. O modelo do evento, que já é utilizado em outros centros culturais de Porto Alegre e grandes metrópoles brasileiras, tem por finalidade gerar circulação nos ambientes da CCMQ a partir de uma atividade recreativa. A realização do projeto faz parte da programação Mario 110, que celebra o aniversário do poeta Mario Quintana com uma série de atividades culturais.
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Teatro e Dança

RETIRANTES: Somos todos Severinos
Teatro de Arena (Escadaria Borges de Medeiros, 835)
Dia: 14.10.2016 às 20h / Dia: 15.10.2016 às 19h / Dia: 16.10.2016 às 17h

“RETIRANTES: Somos todos Severinos” é um projeto verdadeiramente plural e inovador por importar elementos tradicionais das Danças Urbanas (mescladas à Dança Contemporânea e Experimental) para a representação de uma cultura essencialmente brasileira como é a nordestina. Embalado a tons como os de RAPadura, Cordel do Fogo Encantado e Quinteto Armonial, por três noites no extremo sul do país o espetáculo remontará o caminho da intensa migração nordestina em busca de melhores condições de vida. Desde a recatada mulher até o viril cangaceiro, todos são igualmente atingidos pelas dificuldades em sobreviver na escassez de suas terras. Seja pela seca ou pela pobreza, a falta de recursos define o cotidiano de todos e perante este sofrimento todos tornam-se iguais: retirantes, nordestinos, Severinos. Não há outra saída senão abandonar seus lares e famílias em busca de uma vida melhor. Essas histórias e causos que se repetem na trajetória à cidade grande compõe a identidade e o imaginário nordestino – sendo, portanto, também o que compõe o enredo de “RETIRANTES: Somos todos Severinos”.
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Bailei na Curva
De sextas a domingos, de 30/09 a 16/10 (sextas e sábados às 21h / domingos às 20h)
Teatro AMRIGS (Av. Ipiranga, 5311)

Completando 33 anos de história, o espetáculo Bailei na Curva estará em cartaz a partir deste final de semana no Teatro da Amrigs, em Porto Alegre, para uma temporada de nove edições: todas as sextas, sábado e domingos de 30 de setembro a 16 de outubro. Bailei na Curva mostra a trajetória de sete crianças, vizinhas na mesma rua em abril de 1964. Como pano de fundo, impõe-se uma forte realidade. Um golpe militar num país democrático da América Latina. A peça desenha, ao mesmo tempo, um quadro divertido e implacável da realidade. Divertido sob o ponto de vista da pureza e ingenuidade das personagens que, durante sua trajetória, enfrentam as transformações do final da infância, adolescência e juventude. E implacável graças às consequências de um Golpe Militar que vai refletir na vida adulta destes personagens. A peça é um clássico que emociona gerações há 33 anos e atualmente é o espetáculo mais montado no Brasil. Esta temporada comemorativa do maior clássico do teatro gaúcho é uma co-produção do Complexo Criativo Cômica Cultural com a Artistaria Produtora de Humor.

Foto: Emílio Speck
Foto: Emílio Speck

Para Sempre Terra do Nunca
De 14 de agosto a 30 de outubro, sempre aos domingos às 17h
Teatro Novo DC – DC Shopping, na Rua Frederico Mentz, 1561 D – Navegantes

A Terra do Nunca, um lugar de sonhos e aventuras do imaginário infantil, se vê repentinamente abandonada. As crianças do mundo estão com outros interesses e os personagens dos clássicos infantis esquecidos. Algo precisa acontecer para que aquele universo tão rico volte a ser o refúgio de encantamento que até os adultos, mesmo que em sonho, sempre retornam. Pensando nisso, o Capitão Gancho decide atirar uma garrafa ao mar com uma mensagem dirigida a todas as crianças. O que o Capitão Gancho não esperava é que muita coisa irá acontecer na Terra do Nunca a partir de então.

Foto: Lisa Roos
Foto: Lisa Roos