Sul21 recomenda ‘Jonas e o Circo sem Lona’, Fátima’, e ‘O Filho de Joseph’
Milton Ribeiro
Três excelentes “pequenos filmes” entraram em cartaz nesta semana. O lindo documentário brasileiro Jonas e o Circo sem Lona e os franceses Fátima e O Filho de Joseph dominam as estreias. Jonas é sobre um menino filho de artistas de circo da periferia de Salvador que deseja seguir a carreira dos pais, mas tem que estudar, né? Fátima trata de uma imigrante que não fala quase nada de francês e trabalha como empregada enquanto cria suas duas filhas adultas — uma adolescente rebelde e outra estudante de medicina. Já O Filho de Joseph é uma interessante abordagem sobre o clássico tema do adolescente que procura seu pai desconhecido.
A Ospa fará um bom concerto na próxima terça-feira, com bom regente e solista gaúcha e o domingo promete com o espetáculo Ilha.
Confira outras indicações abaixo.
Este pequeno Guia é um resumo. Não se trata de uma programação completa, mas de recomendações dos melhores espetáculos que assistimos. O critério é a qualidade. Se você tiver sugestões sobre o formato e conteúdo de nosso guia, por favor, comente. Boa semana! De segunda a sexta, atualizamos nosso Guia21 com a programação do que acontece em POA.
Cinema – Estreias
Jonas e o Circo sem Lona (*****)
de Paulo Gomes, Brasil, 2015, 82 min
O documentário mostra o dia a dia de Jonas, um artista-mirim que sonha em manter vivo o circo que ele mesmo criou no quintal de casa. Enquanto luta por isso, atravessa a grande aventura de crescer. Rodado ao longo de dois anos na Região Metropolitana de Salvador, o filme partiu de uma pesquisa iniciada em 2006 pela diretora. Paula procurava por circos itinerantes pelo interior da Bahia quando conheceu a família de Jonas. Vindo de uma família tradicional de artistas, Jonas teve a ideia de criar o seu próprio circo, usando materiais que restaram do circo que a família tinha deixado para trás. Os novos artistas são amigos e vizinhos que ele convidou para participar e ensinou um pouco da arte circense. O filme também discute a educação no Brasil através do dilema de Jonas. Sem incentivo nenhum da escola e dos professores, o garoto quer deixar os estudos de lado para se se dedicar totalmente a sua paixão. Mas a mãe não abre mão do futuro do filho e vê nos estudos a grande oportunidade.
No CineBancários, às 17h
Fátima (****)
(Fatima), de Philippe Faucon, França, 2015, 109 min
Fatima nasceu na Argélia, trabalha como doméstica e cria sozinha as duas filhas na França: Souad, de 15 anos, adolescente rebelde; e Nesrine, de 18 anos, começando os estudos de medicina. Ela não fala bem francês, o que frustra sua comunicação com as filhas, mas ainda assim ambas são a razão para que ela siga em frente. Um dia, ela cai de uma escada e fica debilitada. Enquanto se recupera, ela escreve em árabe tudo o que nunca conseguiu dizer às filhas em francês.
No Guion Center 3, às 14h15, 17h50 e 19h15
O Filho de Joseph (***)
(Le Fils de Joseph), de Eugène Green, França/Bélgica 2016, 115 min
Vincent, um adolescente de 15 anos, foi criado com amor por sua mãe, Marie, mas ela sempre se recusou a revelar quem é seu pai. Ele finalmente descobre que é um certo Oscar Pormenor, um editor parisiense egoísta e cínico. Vincent desenvolve um violento plano de vingança, mas seu encontro com Joseph, um homem que vive à margem da sociedade, tem um profundo impacto em sua vida, assim como na vida de sua mãe.
https://youtu.be/7dBrFSeKml8
No Guion Center 1, ás 14h05, 16h20 e 18h30
Cinema – Em cartaz
Personal Shopper (****)
(Personal Shopper), de Olivier Assayas, França, 2016, 105min
Em Personal Shopper, o novo filme do francês Olivier Assayas, prêmio de melhor direção em Cannes, Kristen Stewart segue seu processo de emancipação artística interpretando Maureen Cartwright, uma jovem americana que trabalha em Paris como assistente pessoal de uma célebre e temperamental “top model” (Kyra, vivida pela austríaca Nora Von Waldstatten), comprando-lhe roupas e sapatos. Maureen está de luto pela morte recente de Lewis, o seu irmão gémeo. Lewis e ela combinaram que o primeiro a morrer daria um sinal do Além ao outro. Maureen, que tem qualidades mediúnicas, está obcecada por receber esse sinal e protagoniza uma assustadora experiência sobrenatural na casa no campo onde Lewis vivia com a mulher. Parece bobo, mas Assayas garante excelente filme.
CÓPIAS LEGENDADAS
No Espaço Itaú 3, às 19h
Na Sala Paulo Amorim, às 17h15
Silêncio (***)
(Silence), de Martin Scorsese, EUA/Itália/Japão/México, 2016, 162min
Dois padres jesuítas portugueses, Sebastião Rodrigues (Andrew Garfield) e Francisco Garupe (Adam Driver), viajam até o Japão do século XVII, uma época onde o catolicismo foi banido, assim como quase todo o contato externo. A procura do mentor deles, os jesuítas enfrentam a violência e a perseguição de um governo que deseja expurgar todas as influências externas. Realizar este filme era o sonho do católico Scorsese. A história de padres portugueses no Japão é demasiado longa e, muitas vezes, aborrecida. Mas é um Scorsese e tem momentos belíssimos. O filme foi muito criticado em razão da enorme expectativa que foi criada. Era para ser uma obra-prima, mas ficou apenas bom.
https://youtu.be/fdxxIyf8nbI
No Cinemark Barra 8, às 22h
No Cinemark Ipiranga 6, às 15h40
No Espaço Itaú 2, às 16h10 e 21h10
No GNC Moinhos 1, às 15h50
No GNC Praia de Belas 4, às 15h30
No Guion Center 1, às 20h35
Logan (****)
de James Mangold, EUA, 2017, 137 min
Em 2029, Logan (Hugh Jackman) ganha a vida como chofer de limousine para cuidar do nonagenário Charles Xavier (Patrick Stewart). Debilitado fisicamente e esgotado emocionalmente, ele é procurado por Gabriela (Elizabeth Rodriguez), uma mexicana que precisa da ajuda do ex-X-Men para defender a pequena Laura Kinney / X-23 (Dafne Keen). Ao mesmo tempo em que se recusa a voltar à ativa, Logan é perseguido pelo mercenário Donald Pierce (Boyd Holbrook), interessado na menina. Repleto de simbolismos, o longa de James Mangold opõe passado e presente, juventude e velhice, saudosismo e novidade para fazer a passagem de bastão do icônico Wolverine (Hugh Jackman) para a nova geração de Laura Kinney / X-23. Depois de 17 anos — e nove vezes no papel –, o filme é a despedida que Jackman (caso não volte a viver o personagem, como já anunciou) merecia.
https://youtu.be/DcCxnAc9lUQ
CÓPIAS DUBLADAS
No Arcoplex Boulevard 2, às 14h10 e 21h10
No Arcoplex Rua da Praia 2, às 16h30
No Cineflix Total 5, às 13h50, 16h30, 19h10 e 21h50
No Cinespaço Wallig 1, às 13h40, 16h10, 18h40 e 21h10
No Cinemark Ipiranga 8, às 14h10, 17h10 e 20h
No Espaço Itaú 3, às 13h30 e 16h
No GNC Lindoia 2, às 16h40 e 21h45
No GNC Praia de Belas 3, às 13h30 e 18h50
CÓPIAS LEGENDADAS
No Cine Victória 1, às 15h15 e 20h
No Cinespaço Wallig 3, às 14h, 16h30, 19h e 21h30
No Cinemark Barra 1, às 19h40 e 22h30
No Cinemark Barra 3, às 15h40, 18h40 e 21h40
No Cinemark Barra 6, às 14h40, 17h40 e 20h40
No Cinemark Ipiranga 6, às 19h e 22h
No Cinemark Ipiranga 7, às 14h50, 18h e 21h
No Espaço Itaú 5, às 14h30, 16h30, 19h e 21h30
No GNC Iguatemi 3, às 13h20, 16h, 18h50 e 21h40
No GNC Praia de Belas 3, às 16h10 e 21h40
Um Limite Entre Nós (****)
(Fences), de Denzel Washington, EUA, 2016, 139 min
Fences conta a história de um homem que sonha em ser jogador de basebol, nos Estados Unidos, mas a liga de basebol não aceita negros. Quando, finalmente, essa barreira é eliminada, o protagonista já não tem idade para jogar num clube profissional. O argumento do filme baseia-se numa peça de teatro do escritor August Wilson. Viol,a Davis ganhou o Oscar de melhor atriz de 2017 por seu trabalho no filme.
https://youtu.be/-O9sS6mxXe4
No GNC Moinhos 3, às 16h e 21h30
Moonlight – Sob a Luz do Luar (****)
(Moonlight), de Barry Jenkins, EUA, 2016, 111 min
Filme sensação do último Festival Internacional de Cinema de Toronto e grande concorrente ao Oscar 2017, Moonlight: Sob a Luz do Luar é uma pérola. Dirigido pelo cineasta norte americano Barry Jenkins, com roteiro baseado na peça In Moonlight Black Boys Look Blue, de Tarell McCraney, o filme fala sobre a vida de um garoto de origem humilde que precisa enfrentar os absurdos feitos pela mãe e acreditar nas suas escolhas num mundo indiferente. Black trilha uma jornada de autoconhecimento enquanto tenta escapar do caminho fácil da criminalidade e do mundo das drogas de Miami. Encontrando amor em locais surpreendentes, ele sonha com um futuro maravilhoso.
https://youtu.be/vtyiXLCq1JY
No Cinemark Barra 8, às 14h10 e 19h05
No Espaço Itaú 1, às 13h30, 15h50 e 21h40
No GNC Moinhos 4, às 13h50, 16h20, 18h50 e 21h10
No GNC Praia de Belas 4, às 21h10
Eu Não Sou Seu Negro (*****)
(I Am Not Your Negro), de Raoul Peck, EUA / França / Bélgica / Suíça, 2016, 95 min
Narrado por Samuel L. Jackson, o documentário constrói uma reflexão sobre como é ser negro nos Estados Unidos. Em 1979, James Baldwin iniciou seu último livro, Remember This House, relatando as vidas e assassinatos dos lideres ativistas que marcaram a história social e politica americana: Medgar Evers, Malcolm X e Martin Luther King Jr. Baldwin não foi capaz de completar o livro antes de sua morte, e o manuscrito inacabado foi confiado ao diretor Raoul Peck, que combina esse material com um rico arquivo de imagens dos movimentos Direitos Civis e Black Power, conectando essas lutas históricas por justiça e igualdade com os movimentos atuais que ainda clamam os mesmos direitos. Um filme estarrecedor e necessário.
Na Sala Paulo Amorim, às 15h30 e 19h15
Lego Batman – O Filme (***)
(The Lego Batman Movie), de Chris McKay, EUA, 2016, 105 min
Extremamente egocêntrico, Batman leva uma vida solitária como o herói de Gotham City. Apesar disto, ele curte bastante o posto de celebridade e o fato de sempre ser chamado pela polícia quando surge algum problema – que ele, inevitavelmente, resolve. Quando o comissário Gordon se aposenta, quem assume em seu lugar é sua filha Barbara Gordon, que deseja implementar alguns métodos de eficiência de forma que a polícia não seja tão dependente do Batman. O herói, é claro, não gosta da ideia, por mais que sinta uma forte atração por Barbara. Paralelamente, o Coringa elabora um plano contra o Homem-Morcego motivado pelo fato de que ele não o reconhece como seu maior arquinimigo. Meu Deus, o que acontecerá com Batman? Entretenimento de primeira linha.
CÓPIAS DUBLADAS
No Cinemark Barra 1, às 14h e 16h40
No Cinemark Ipiranga 6, às 13h
No GNC Iguatemi, às 13h50
O Apartamento (*****)
(Forushande), de Asghar Farhadi, Irã/França, 2016, 125 min
Emad (Shahab Hosseini) e Rana (Taraneh Alidoosti) são casados e encenam a montagem da peça teatral “A Morte de um Caixeiro Viajante”, de Arthur Miller. Um dia, eles são surpreendidos com o alerta para que eles e todos os moradores do prédio em que vivem deixem o local imediatamente. O problema é que, devido a uma obra próxima, todo o prédio corre o risco de desabamento. Diante deste problema, Emad e Rana passam a morar, provisoriamente, em um apartamento emprestado. É lá que Rana é surpreendida com a entrada de um estranho no banheiro, justamente quando está tomando banho. Ela acaba no hospital por motivos que não devemos declinar. O trauma do ocorrido que afeta, cada vez mais, suas vidas. “O Apartamento” é de Asghar Farhadi — mesmo diretor de “A Separação” — e é um filme notavelmente bem narrado, desconcertante e de grande tensão. Excelente roteiro e atores.
No Guion Center 3, às 18h30
Na Sala Eduardo Hirtz, às 16h30
Eu, Daniel Blake (*****)
(Daniel Blake), de Ken Loach, Reino Unido / França / Bélgica, 2016, 97 min
Após sofrer um ataque cardíaco e ser desaconselhado pelos médicos a retornar ao trabalho, Daniel Blake (DAVE JOHNS), um carpinteiro de meia-idade, busca receber os benefícios concedidos pelo governo a todos que estão nesta situação. Entretanto, ele esbarra na extrema burocracia instalada pelo governo, amplificada pelo fato dele ser um analfabeto digital. Numa de suas várias idas a departamentos governamentais, ele conhece Katie (HAYLEY SQUIRES), uma mãe solteira de duas crianças, que se mudou recentemente para a cidade para escapar de viver numa residência para sem-abrigos em Londres. Sem condições financeiras para se manter, a única hipótese de Katie foi a de aceitar um apartamento numa cidade que ela desconhece, a 300 milhas de distância. Daniel e Katie encontram-se na terra de ninguém, presos na burocracia da Segurança Social… Longa que apresenta um retrato crítico sobre o sistema de bem-estar social inglês “EU, DANIEL BLAKE“, filme do diretor britânico Ken Loach foi o grande vencedor da Palma de Ouro no Festival de Cannes/ 2016. Triste, kafkiano, realista e perfeito. Este vai direto para o Top 10 de 2017.
Na Sala Norberto Lubisco, às 17h15
Exposições
PlanoPedraPapelPessoa
Galeria da Duque, Rua Duque de Caxias, 649
Até 3 de Maio, Seg/Sex: das 10h às 19h | Sáb: das 10h às 17h
Obras de grandes mestres recém-incorporadas ao acervo e a nova produção de cavalos do escultor Caé Braga são as atrações da exposição planopedrapapelpessoa que a Galeria Duque inaugura na sexta-feira (17/03), às 18h, com curadoria de Daisy Viola. A mostra fica em cartaz até 3 de maio. A galeria mostrará pela primeira vez ao público dezenas de novas obras que passam a integrar o acervo. Com ênfase na arte brasileira, são trabalhos de mestres como Hércules Barsotti, Carlos Bracher, Tarsila do Amaral, Di Cavalcanti, Alice Soares, Alice Brueggman, Benedito Calixto, Carlos Vergara, Iberê Camargo, Carybé, Vasco Prado, Siron Franco, Jorge Guinle, Orlando Teruz, Farnese de Andrade, Tomie Ohtake, Yoshiya Takaoka, Abraham Palatnik e Victor Vassarely, entre outros. “Mostraremos obras que ampliam as possibilidades do olhar; que em tempos diversos restabeleceram os limites do fazer artístico. Serão planos tratados milimetricamente em espaços de cor, com forma e conteúdo impecáveis de um tempo em que a narrativa figurativa comprometia a postura política e social da pessoa-artista. Assim, a obra comunica através do ritmo da cor e da forma”, diz a curadora.
A Fonte de Duchamp: 100 Anos da Arte Contemporânea
No Margs, Praça da Alfândega, s/n°, de terças a domingos, das 10h às 19h
Até 23 de abril
A mostra tem o objetivo de marcar os 100 anos de Fonte, obra icônica de Marcel Duchamp (1887-1968), considerada uma das obras de arte mais importantes do Séc. XX. A Fonte foi um passo adiante nas experiências de Duchamp, no que ele chamou de readymade (algo como “objeto-pronto”), trabalhos feitos com peças industrializadas, simplesmente escolhidas pelo artista por sua beleza. Extraídos do contexto funcional original e considerados como obra pelo simples ato do artista em dar-lhes títulos e exibi-los como arte. A provocação de Duchamp, a par de todas as teses, histórias e especulações que giram em torno do readymade, com o tempo reverberou e foi adquirindo maior importância. Em especial a partir da década de 1950, com a Pop Arte, e, definitivamente, nos anos 60 e 70, do Minimalismo à Arte Conceitual, formando assim a base dos problemas do que hoje entendemos como Arte Contemporânea. A provocação, o humor e, principalmente, a elaboração mental como características da arte contemporânea tem em Duchamp a sua origem. Muito dos aspectos construtivos da obra de arte nos últimos 60 anos têm nos readymades seus precedentes fundamentais: a apropriação de coisas pré-existentes e o uso de técnicas industriais na feitura – ou montagem – das obras. O artista, assim, deixa de fabricar ele mesmo o trabalho, não o faz manualmente, somente elabora a obra de arte. Artistas participantes: Albano Afonso, Jac Leirner, Alexandra Eckert, Jander Rama, Alfi Vivern, Juan Urruzola, Almandrade, Leandro Machado, Ana Norogrando, Leonardo Fanzelau, André Petry, Lia Menna Barreto, Andrei Thomaz, Marina Camargo, Avatar Moraes, Mário Rohnelt, Britto Velho, Mauro Fuke, Carlos Asp, Mona Hatoum, Charles Long, Neca Sparta, Cibele Vieira, Peter Fox, Cláudio Maciel, Otto Sulzbach, Daniel Escobar, Romanita Disconzi, Didonet Thomaz, Rui Macedo, Dione Veiga Vieira, Rochele Zandavalli, Dudi Maia Rosa, Rommulo Vieira Conceição, Eleonora Fabre, Saint Clair Cemin, Emilia Sandoval, Sandro Ka, Fabio Del Re, Shirley Paes Leme, Felipe Barbosa, Telmo Lanes, Fernanda Martins Costa, Teresa Poester, Fernando Baril, Teti Waldraff, Fernando Lindote, Tridente, Gaudêncio Fidelis, Waltercio Caldas e Gilberto Perin.
Música
Ospa no Theatro São Pedro
Theatro São Pedro, Praça Mal. Deodoro, s/nº
Dia 21 de março de 2017, terça-feira, às 20h30
A Orquestra Sinfônica de Porto Alegre dedica o programa do primeiro concerto da Série Theatro São Pedro 2017 a dois grandes nomes da música alemã: Robert Schumann e Johannes Brahms. No dia 21 de março, terça-feira, às 20h30, os músicos se apresentam sob a batuta do maestro Stefan Geiger, que vem da Alemanha. A violinista gaúcha Brigitta Calloni é a solista convidada. Ingressos à venda no Theatro São Pedro, local da exibição, por valores entre R$ 20 e 50, com descontos. O repertório inicia com o “Concerto para violino em ré menor” de Schumann (1810-1856). Elaborado em 1853, ano de intensa atividade criativa para o compositor, o concerto foi dedicado ao célebre violinista Joseph Joachim. Brigitta Calloni, graduada pela Universidade Mozarteum (Áustria) e mestre pela Michigan State University (EUA), assumirá os solos no dia 21. Ela foi aprovada no mais recente concurso público para músicos da Ospa. Na segunda parte da noite, a “Sinfonia nº 3” de Brahms (1833-1897) será executada. A obra foi escrita entre 1882 e 1883, e finalizada durante uma viagem a Wiesbaden. É considerada como a mais pessoal das sinfonias de Brahms, e apresenta uma particularidade: todos os seus movimentos terminam de forma serena. A peça obteve grande sucesso já em sua estreia, no ano de 1883.
Teatro
Ilha
No dia 19/03, domingo, às 16h30min, na Ilha da Pintada – em frente à Colônia de Pescadores Z5, ao lado da Praça Salomão Pires, em Porto Alegre
No dia 26/03, domingo, às 16h30min – Arroio Dilúvio, em frente ao Parque Marinha do Brasil, próximo ao anfiteatro Pôr-do-Sol, também na Capital.
Ilha é o primeiro espetáculo do projeto Ecopoética: Arte e Sustentabilidade em Intervenções Urbanas. Financiada pelo Fumproarte, a montagem vai criar uma ilha de lixo que irá flutuar pelas águas poluídas de Porto Alegre. O diretor Rossendo Rodrigues comemora o resultado de quatro anos de investigação cênica em intervenções realizadas ao ar livre na Capital gaúcha. “O projeto vem construindo uma trajetória. Fizemos outras performances, mas esse é o primeiro espetáculo. Tudo que já fizemos é pesquisa para composição de espetáculos teatrais e performáticos no ambiente urbano”, explica o encenador. A pesquisa para composição de Ilha começou no ano passado e os ensaios se estenderam pelos últimos três meses. Em cena, quatro atrizes terão como palco um amontoado de lixo flutuante erguido sobre uma estrutura de vinte metros quadrados composta por ferro, madeira e tonéis plásticos reutilizados. Só para a composição dos figurinos foram utilizadas mais de três mil sacolas plásticas. Serão dois locais de apresentações e o cenário natural tornará cada sessão única. A estreia será na Ilha da Pintada e, no domingo seguinte, Ilha segue para o arroio Dilúvio na confluência com o Guaíba. Por questões de segurança, essa ilha cênica ficará atada e ancorada. A produção terá o suporte de um barco, que acompanhará as apresentações. O espetáculo recebeu autorização da Marinha para ser encenado em Porto Alegre.
Ícaro
De 10 a 26/03 – sextas, sábados e domingos, às 20h
Teatro do Instituto Goethe (Rua 24 de outubro, 112 – Independência, Porto Alegre)
Ícaro é, acima de tudo, um espetáculo sobre a diversidade humana. Em cena, um único ator e seis histórias que abordam temas universais, como relacionamentos entre pais e filhos, resiliência, relações amorosas, suicídio, preconceito, gravidez e maternidade. O ponto em comum: todas são depoimentos ficcionais de pessoas cadeirantes.
Dramas que se tornaram espetáculo pelas mãos do ator gaúcho Luciano Mallmann, que estreia como dramaturgo e vai interpretar todas as personagens. São homens e mulheres que contam para a plateia seus medos, frustrações, alegrias e conquistas. A inspiração partiu das próprias experiências do autor e de pessoas que conheceu depois que passou a usar cadeira de rodas. Em 2004, Luciano sofreu uma lesão na medula ao cair durante uma acrobacia aérea em tecido no Rio de Janeiro. Com direção Liane Venturella, a montagem intimista valoriza a interpretação. Sobre o palco, não haverá cenário nem marcações bruscas. “O que mais importa é este ator contando essas histórias. É a própria força que está no corpo do Luciano. É essencialmente um trabalho de ator. Ele é o elemento principal”, afirma a diretora.