Guia21 recomenda ‘Uma Família de Dois’, Um Instante de Amor’ e várias continuações
Milton Ribeiro
Uma Família de Dois é a versão francesa de um filme mexicano bem simplesinho, mas que agora ganhou alguma grandiosidade com bons atores e caprichada produção. Um Instante de Amor é outra produção francesa que envolve excelente elenco e apela para a emoção.
Mas não é uma semana parruda em termos cinematográficos. O melhor está nas continuações com O Cidadão Ilustre, Neve Negra e Cidades Fantasmas.
No Ling, temos uma versão da peça que deu origem ao excelente filme Closer, lembram? Pois é.
Este pequeno Guia é um resumo. Não se trata de uma programação completa, mas de recomendações dos melhores espetáculos que assistimos. O critério é a qualidade. Se você tiver sugestões sobre o formato e conteúdo de nosso guia, por favor, comente. Boa semana! De segunda a sexta, atualizamos nosso Guia21 com a programação do que acontece em POA.
Cinema – Estreias
Uma Família de Dois (***)
(Demain Tout Commerce), de Hugo Gélin, França, 2016, 90 min
Samuel (Omar Sy) nunca foi de ter muitas responsabilidades. Levando uma vida tranquila ao lado das pessoas que ama no litoral sul da França, ele vê tudo mudar com a chegada inesperada de uma bebê de poucos meses chamada Glória, sua filha. Incapaz de cuidar da criança, ele corre para Londres a fim de encontrar a mãe biológica, mas, sem sucesso, decide criá-la sozinho. Oito anos depois, quando Samuel e Glória se tornam inseparáveis, a mãe retorna para recuperar a menina. Versão francesa do mexicano Não aceitamos devoluções, a versão recauchutada consegue superar facilmente o original. Com um super elenco e uma produção de primeira, o filme ganhou em grandeza, fazendo com que alguns clichês passem batido por nosso (falso) rigor.
CÓPIAS DUBLADAS
No Cinespaço Wallig 6, às 13h30, 16h e 19h30
CÓPIAS LEGENDADAS
No Cinespaço Wallig 6, às 21h
No Espaço Itaú 5, às 14h, 16h10, 19h e 21h30
No GNC Iguatemi 2, às 17h40 e 22h10
No GNC Moinhos 1, às 14h, 16h30, 19h e 21h20
No Guion Center 2, às 14h15, 16h30 e 20h30
Um instante de amor (****)
(Mal de Pierres), de Nicole Garcia, França / Bélgica, 2016, 120 min
Típico filme romântico francês, porém bom e com excelentes atores. Foi baseado no best-seller “Um Instante de Amor” (Mal di Pietre) de Milena Agus. Vejamos. França, década de 1950. Gabrielle nasceu e cresceu numa pequena aldeia, numa época em que ser mulher significava deixar a casa dos pais e ser entregue a um marido. Ser apenas esposa e mãe era um destino quase inevitável. Conscientes da sua rebeldia e comportamento incontrolável — seus pais chegam a pensar em interná-la –, seus pais resolvem casá-la com José, um trabalhador esforçado de origem espanhola, que a faria uma mulher respeitável. Apesar de toda a dedicação de José, ela nunca se entrega verdadeiramente ao marido, por quem sente algum desprezo. Anos depois, sofrendo de dores crônicas nos rins, Gabrielle é enviada para uma estância termal nos Alpes. Lá, conhece André Sauvage, um ex-soldado ferido na guerra da Indochina, por quem se apaixona ao primeiro olhar.
No GNC Moinhos 3, às 14h15 e 19h15
No Guion Center 1, às 14h, 16h15, 18h30 e 20h45
Cinema – Em cartaz
Divinas Divas (****)
de Leandra Leal, Brasil, 2016, 101 min
As Divinas Divas são ícones da primeira geração de artistas travestis no Brasil dos anos 1960. Um dos primeiros palcos a abrigar homens vestidos de mulher foi o Teatro Rival, dirigido por Américo Leal, avô da diretora. O filme traz para a cena a intimidade, o talento e as histórias de uma geração que revolucionou o comportamento sexual e desafiou a moral de uma época. As oito biografadas em Divinas Divas foram guerreiras. Pioneiras do travestismo artístico no País, enfrentaram preconceito, mas se fizeram aceitas. Rogéria define-se como a travesti da família brasileira. Só o fato de o filme de Leandra Leal, inicialmente rejeitado, maldito, estar estreando em todas essas salas já é um acontecimento. Mas há mais: o filme é bom mesmo.
No CineBancários, às 17h
Ao Cair da Noite (****)
(It comes at Night), de Trey Edwards Shults, EUA, 2016, 97 min
Diga adeus ao terror farofa, com histórias rasas e repleto de cenas feitas para dar susto, com vilões bobões que sempre são descobertos no final. Nos últimos anos, o cinema Hollywoodiano vem recebendo uma descarga de filmes de horror com tramas densas, que deixam os jump scares de lado para tratar tudo com mais detalhismo ao mesmo tempo em que faz o público pensar no que fica nas entrelinhas. Foi assim em 2016 com “A Bruxa”, premiada produção do estúdio A24 que retoma o gênero com Ao Cair da Noite. O cenário é uma casa com aparência de abandonada que abriga uma família que faz de tudo para não se contaminar com um vírus que está se espalhando pela cidade. O roteiro de Trey Edward Shults – que também comanda a direção – põe de cara o espectador em dúvida sobre a identidade do vilão; seria ele um organismo? Ou uma forma abstrata? As respostas vem à medida que a trama se desenvolve em meio a realidade e a paranoia dos personagens. (Do Café de Ideias)
No GNC Iguatemi 2, às 15h40
No GNC Praia de Belas 6, às 18h50
Cidades Fantasmas (****)
de Tyrell Spencer, Brasil, 2017, 70 min
Dirigido por Tyrell Spencer, Cidades Fantasmas conta a história de cidades prósperas, que abrigaram populações inteiras e hoje estão abandonadas e consumidas pelo tempo. Catástrofes naturais, motivações econômicas, embates políticos, guerras, são algumas das condições que levaram esses lugares ao total despovoamento. Sepultadas pelo tempo e esquecidas pelos mapas, o filme refaz os passos das populações dessas cidades, quatro delas apresentadas no longa realizado em coprodução com a Galo de Briga Filmes e oito que integram a série que será lançada no segundo semestre no Canal Brasil. No Brasil: Ararapira (PR), Cococi (CE), Fordlandia (PA), Minas do Camaquã (RS) e Vila do Ventura (BA), Epecuén, na Argentina, Armero, na Colômbia, e Humerstone, no Chile. Quatro destinos na América Latina, onde as ruínas e o silêncio são o plano de fundo da jornada. Alguns de seus antigos moradores ainda guardam na memória o que viveram ali e, através de relatos mais intimistas, evocam lembranças de um passado que não querem esquecer.
No CineBancários, às 19h
No Espaço Itaú 8, às 20h30
Neve Negra (***)
(Nieve Negra), de Martin Hodara, Argentina, 2016, 100 min
Salvador (Ricardo Darín) vive isolado do mundo nas colinas geladas da Patagônia. Sozinho há décadas, ele recebe a inesperada visita do irmão Marcos (Leonardo Sbaraglia) e de sua namorada, Laura (Laia Costa). O objetivo dos dois é que Salvador aceite vender as terras que os irmãos receberam como herança, algo que ele não está nem um pouco disposto a fazer. É que Marcos precisa desesperadamente de dinheiro e tem uma excelente proposta em mãos. O confronto entre os dois grandes atores argentinos é conduzido com habilidade por Hodara em meio a flashbacks. Ms o desfecho parece inferior ao restante do filme.
No GNC Moinhos 4, às 15h45 e 20h
No Guion Center 2, às 18h45
No Guion Center 3, às 16h45
Mulher Maravilha (****)
(Wonder Woman), de Patty Jenkins, EUA, 2017, 141min
Treinada desde cedo para ser uma guerreira imbatível, Diana Prince nunca saiu da paradisíaca ilha em que é reconhecida como princesa das Amazonas. Quando o piloto Steve Trevor se acidenta e cai numa praia do local, ela descobre que uma guerra sem precedentes está se espalhando pelo mundo e decide deixar seu lar certa de que pode parar o conflito. Lutando para acabar com todas as lutas, Diana percebe o alcance de seus poderes e sua verdadeira missão na Terra. Não, não é apenas mais um filme de super-herói. E não é apenas uma questão semântica ou jogo de palavras, afinal estamos diante de uma heroína. A questão, na verdade, é que estamos diante da melhor adaptação da DC desde Batman. (Com a ajuda do AdoroCinema).
CÓPIAS 3D DUBLADAS
No Cineflix Total 2, às 16h20 e 19h10
No GNC Praia de Belas 2, Às 16h20
CÓPIAS 3D LEGENDADAS
No Cinemark Barra 4, às 15h15, 18h30 e 21h30
No GNC Iguatemi 5, às 16h20, 19h e 21h50
CÓPIAS DUBLADAS
No Arcoplex Boulevard 2, às 18h20
No Arcoplex Rua da Praia 2, às 18h30
No Cineflix Total 2, às 13h35 e 22h
No Cinespaço Wallig 1, às 14h, 17h e 20h
No Cine Victória 1, às 13h30
No GNC Lindoia 2, às 13h50 e 21h10
No GNC Praia de Belas 6, às 21h
CÓPIAS LEGENDADAS
No Espaço Itaú 4, às 15h10, 18h e 21h
No GNC Iguatemi 3, às 22h
No GNC Praia de Belas 6, às 13h40
O Cidadão Ilustre (*****)
(El Ciudadano Ilustre), de Mariano Cohn e Gastón Duprat, Argentina, 2015, 120 min
Daniel Mantovani (Oscar Martínez), um escritor argentino e vencedor do Prêmio Nobel, radicado há 40 anos na Europa, volta à sua terra natal que inspirou a maioria de seus livros, para receber o título de Cidadão Ilustre da cidade — um dos únicos prêmios que aceitou receber. No entanto, sua ilustre visita desencadeará uma série de situações complicadas entre ele e o povo local. Quando chega a cidadezinha de Salas, o escritor é recebido pelo prefeito, que lhe mostra a agenda programada para os poucos dias em que permanecerá ali. O primeiro deles é uma aula aberta. E, por mais que relute, será levado num desfile em carro de bombeiros ao lado da miss local. O humor de O Cidadão Ilustre é construído a partir das diferenças e da tensão entre a sofisticação de Daniel e a simplicidade dos moradores de Salas. O que muitos ali ainda não sabem é que a cidade e seus antigos habitantes serviram de cenário e inspiração para personagens dos romances e contos dele — e os retratos nem sempre são nostálgicos ou agradáveis.
https://youtu.be/Sserul5kChE
Na Sala Paulo Amorim, às 17h15
Exposições
Exposição ‘Curucu no parquet’
De 03 a 28 de julho, das 10h às 18h, de segunda a sexta
Pinacoteca Barão De Santo Ângelo — Rua Senhor dos Passos, 248
De uma hora para outra, nos encontramos sentados em roda naquela sala vazia. ( ) Passamos a nos imaginar entre catálogos e manuais inutilizados, procurando a frase com uma lanterna, passando ao lado de longas tranças, filmes bordados e costurados, escadas, brinquedos queimados. Uma vontade de cobrir o corpo com argila e entrar no mar. ( ) Projeções: olhamos outros acionando centenas de imagens provindas de HDs recuperados, borboletas, a lavagem de uma escadaria, uma conversa que não escutamos durante a aterrissagem do avião, num relance, o olho que passeia pela ferrugem, colheres enfiadas no muro, retratos alterados, desenhos de outras naturezas, máquinas de escrever e ovos empilhados. ( ) Isso num intervalo, nesta quinta-feira, antes do caça-palavras pra escolher entre desencapado e o curucu no parquet. Essa mostra apresenta trabalhos envolvendo contaminações da audiovisualidade na memória coletiva, presentes nas propostas dos artistas em objetos, fotografias, vídeos, desenhos, instalações e performances. São processos que indicam a presença dos sujeitos e uma forma de apreender a passagem do tempo na obsolescência das coisas – o que, de certo modo, revisita o descenso da cultura sinalizado pelos dadaístas.
“Entre o acervo e o eStúdio”, com obras de Marilice Corono (IA/UFRGS) e
“No eStúdio”, coletiva de alunos do IA/UFRGS
De 9 de junho a 16 de julho, de terças a domingos, das 10h às 19h
No MARGS (Praça da Alfândega, s/n°)
A exposição “Entre o acervo e o eStúdio”, que ocupará as salas Ângelo Guido e Pedro Weingertner, apresenta obras de Marilice Corona, professora do Departamento de Artes Visuais do IA/UFRGS e artista visual. Para essa exposição, Marilice selecionou algumas obras do acervo do MARGS para estabelecer um diálogo com seu trabalho, como “A dama de branco”, de Artur Timótheo da Costa, e “O vestido verde”, de João Fahrion. Dando seguimento às suas investigações sobre autorreferencialidade e metapintura, Marilice seleciona pinturas cujo tema é o atelier do artista ou o cenário de produção, como também é chamado. Sendo assim, estarão presentes na exposição “Entre o acervo e o estúdio”, além das pinturas de Marilice Corona, obras de João Fahrion, Carlos A. Petrucci, Edson Motta e Pedro Weingartner. Para Marilice, essa exposição e seus diversos desdobramentos tratam especialmente de questões referentes à genealogia e à identidade da obra, do autor e do próprio espectador, agentes cuja interação é um processo em permanente construção. Não por acaso a escultura “Inca”, de Fernando Corona, avô da artista, participará da mostra. A exposição “No eStúdio” ocupa a sala João Fahrion do MARGS e apresenta obras de 23 artistas ligados ao Studio P — Atelier Aberto de Pintura, criado por Marilice Corona como projeto de Extensão em artes visuais do IA/UFRGS. A mostra tem a intenção de dar a ver a produção individual de cada integrante do grupo. O título da exposição não se refere apenas ao espaço físico onde, na maior parte das vezes, a pintura é produzida, mas ao estúdio como alegoria do espaço de pensamento, da elaboração e criação das obras e da troca e da discussão entre artistas (quando é espaço coletivo). O estúdio visto como espaço de prospecção onde a investigação da linguagem tem primazia.
Santander Cultural inaugura mostra inédita: “Zerbini, Barrão, Albano”
De 24 de maio até 16 de julho, Rua Sete de Setembro, 1028 | Centro Histórico
Terça a sábado: das 10h às 19h / Domingos: 14h às 19h
Três artistas renomados na cena nacional – Albano Afonso, Barrão e Luiz Zerbini – e três experientes curadores – Douglas de Freitas, Felipe Scovino e Marcelo Campos – são destaques no calendário de artes visuais da unidade de cultura do Santander em Porto Alegre. You are here: Home / Exposições / Santander Cultural inaugura mostra inédita: “Zerbini, Barrão, Albano”. O Santander Cultural segue a temática da instituição em 2017: inovar e dar ênfase ao ofício curatorial. Três artistas distintos estão reunidos em uma mesma exposição, Albano Afonso, Barrão e Luiz Zerbini; com curadoria de Douglas de Freitas, Felipe Scovino e Marcelo Campos, respectivamente. A mostra apresenta 43 obras em pintura, gravura, escultura e fotografia, que se direcionam pelos caminhos da instalação e potencializam as vozes individuais de cada artista. O resultado é uma grande exposição com multiplicidade de gestos, discursos e interesses no campo artístico da cena contemporânea.
Música de Passarinho, de Antônio Augusto Bueno
Galeria Sotero Cosme – 6º andar da CCMQ (Andradas, 736)
Visitação: 12 de maio à 9 de julho
Terças à sextas, das 9h às 19h. Sábados, domingos e feriados, das 12h às 19h
A Galeria Sotero Cosme (6º andar da Casa de Cultura Mario Quintana) recebe a mostra “Música de Passarinho”, novo trabalho de Antônio Augusto Bueno. Com a curadoria de Marlies Ritter, a exposição traz fotos, vídeo, pintura, gravura, monotipia, objetos e elementos coletados da natureza, tendo o abacateiro do Atelier Jabutiê, de Antônio Augusto, como personagem principal. Desde que se mudou para o Jabutipê, há nove anos, o artista vem coletando e organizando os gravetos que caem da antiga árvore, armazenando os caroços e alguns abacates. Também fez algumas experiências com a fruta que deixou para os passarinhos se alimentarem, fazendo cópias em gesso das marcas deixadas pelos bicos das diferentes aves que vivem no Centro Histórico de Porto Alegre. Dos caroços também saíram pigmentos para experiências em monotipias e desenhos. Também farão parte da mostra frutos de liquidâmbares, coletados durante um outono em uma praça de Porto Alegre, e frutos de magnólias de uma praça localizada em Montevidéu (URU).
CHARRÚA, de Gustavo Tabares
Galeria Xico Stockinger – 6º andar da CCMQ (Andradas, 736)
Visitação: 12 de maio a 9 de julho
Terças à sextas, das 9h às 19h. Sábados, domingos e feriados, das 12h às 19h
A Galeria Xico Stockinger (6º andar da Casa de Cultura Mario Quintana) recebe a exposição “Charrúa”, do artista visual uruguaio Gustavo Tabares. Com a curadoria de Ana Zavadil, a mostra tem, além da peça sonora, desenhos, objetos de mármore, vídeos e pinturas. Tabares morou em Porto Alegre nos final dos anos 90 e, agora, volta para exibir uma série de trabalhos já apresentados na 56ª Bienal de Veneza, em 2015. A exposição tem, além da peça sonora, desenhos, objetos de mármore, vídeos, pinturas, etc., no formato de instalação.
Uma Possível História da Arte no Rio Grande do Sul: Plural[ismos] no Sul
Galeria Aldo Locatelli, de 12 de abril a 9 de julho, no Margs, na Praça da Alfândega
De terças a domingos, das 10h às 19h
O Museu de Arte do Rio Grande do Sul Ado Malagoli, dando continuidade ao programa de exposições do acervo permanente do museu, prossegue com o projeto elaborado pelos núcleos do museu com o objetivo de apresentar obras da coleção do acervo do MARGS que são importantes para a configuração da constituição do cenário artístico gaúcho. A exposição Uma Possível História da Arte no Rio Grande do Sul: Plural[ismos] no Sul será apresentada na Galeria Aldo Locatelli, de 12 de abril a 9 de julho, com entrada franca. A mostra reúne 16 obras de artistas relevantes para o sistema da arte local, produzidas nos século XX, pertencentes ao acervo do MARGS. Este módulo tem como objetivo principal mostrar a pluralidade na produção gaúcha nas décadas de 1940, 1950 e 1960. Essa época foi marcada por discussões sobre o Modernismo, lançadas em São Paulo, na emblemática e questionadora Semana de Arte Moderna em 1922; tendo repercussões e desdobramentos aqui no Sul, especialmente no plano das ideias, resultando em confrontos e questionamentos sobre o que é a arte moderna e por qual caminho os artistas deveriam seguir. Tais debates influenciavam a produção artística, e a falta de consenso, aliados às diversas opiniões sobre a arte moderna, tornam-se perceptíveis ao observarmos as obras daquele momento, representadas na exposição. Embora muitos artistas não se intitulassem como modernistas e até mesmo se posicionassem contrários ao modernismo, suas obras, do ponto de vista formal, muitas vezes, passavam por atualizações estéticas e processos de modernização, originando essa multiplicidade de temas, técnicas e influências que identificamos na produção desse período.
Música
Série “Voz” Casa da Música com o soprano Carla Cottini
Dia 2 de julho, domingo, às 18h — Ingresso: valor espontâneo
Local: Casa da Música, Rua Gonçalo de Carvalho, 22
No domingo, 2 de julho, às 18h, a soprano Carla Cottini, acompanhada do pianista Ricardo Ballestero, apresenta o recital de lançamento da nova série “Voz” da Casa da Música, com um repertório que contempla obras de Claude Debussy (1862-1918), Richard Strauss (1864-1949) e Joaquín Turina (1882-1949). A série tem como proposta trazer ao público gaúcho recitais com cantores brasileiros e internacionais. A Casa da Música localiza-se na Rua Gonçalo de Carvalho, 22, próximo ao Shopping Total. O valor do ingresso é espontâneo.
Desconcerto no Parangolé
Dia 1º de julho de 2017, sábado, às 18h30
Parangolé Bar (Lima e Silva, 240, Cidade Baixa, Porto Alegre-RS)
Que tal ouvir música clássica no bar? O projeto Desconcerto realiza sua vigésima edição no dia 1º de julho, sábado, às 18h30, no Parangolé (Lima e Silva, 240). Arthur Wilkens e Paloma Rossatto apresentam música barroca para violino e cravo, com obras de Henry Purcell, Arcangelo Corelli, Francesco Geminiani e Johann Sebastian Bach. Interpretando composições escritas há mais de duzentos anos, o duo propõe a suspensão da pretensa distância entre passado e presente. A inserção de uma canção do período medieval no programa sugere uma música que, antes de atemporal, pertence a todos os tempos.
Concerto da Ospa | Série Theatro São Pedro
Dia 4 de julho de 2017, terça-feira, 20h30
Theatro São Pedro (Praça Mal. Deodoro, s/nº – Centro – Porto Alegre)
Dois nomes internacionais são os destaques: o maestro Romolo Gessi, diretor musical da Orquestra de Câmara de Friuli Venezia Giulia (Itália), e o violoncelista búlgaro Stanimir Todorov. Eles participam do quinto concerto da Série Theatro São Pedro 2017 da Ospa. No dia 4, terça-feira, às 20h30, obras de Joseph Haydn e Felix Mendelssohn, além de peça inédita de Vinicius Amaro, vencedor do Concurso Jovens Compositores 2016 da orquestra, serão interpretadas pelos músicos sob a batuta do regente italiano. Ingressos à venda na bilheteria do Theatro São Pedro.
Teatro
Sem Ana
Sala Heiner Müller, no NEELIC (Av. França, 1149, bairro Navegantes, Porto Alegre)
Dias 01 e 02 de julho – Sábado e domingo, às 19h
Nos dias 01 e 02 de Julho, estará em cartaz o espetáculo Sem Ana na mais nova sala de teatro de Porto Alegre: a sala Heiner Müller, no NEELIC, espaço inaugurado no início deste ano pelo grupo de mesmo nome, que atua na capital gaúcha desde 2003. O espetáculo, com concepção e atuação de Daniel Furtado, é baseado no conto de Caio Fernando Abreu, “Sem Ana, Blues”. O solo faz parte do projeto “20 anos sem Caio”, uma homenagem ao escritor gaúcho, falecido em 1996. O trabalho tem como base a linguagem da dança-teatro, onde texto, movimento, dança e interpretação se fundem para contar a história. O texto fala sobre o amor, a perda e o sempre difícil recomeço, e o espetáculo busca, através de uma montagem intimista, que valoriza o contato direto com o público, falar diretamente aos corações dos espectadores, expondo experiências e emoções que são comuns a todos nós.O trabalho é fruto de uma longa pesquisa, tanto nas áreas de teatro e dança, como em adaptações de textos narrativos para a cena – ou transcriações, como diz Daniel Furtado, utilizando-se do termo cunhado por Haroldo de Campos. O projeto “20 anos sem Caio” teve o patrocínio do Fundo Municipal de Cultura de Pelotas – Procultura e, além do espetáculo, empreendeu outras ações em Pelotas e região, tais como a publicação do livro Do Texto à Cena – Transcriações da obra de Caio Fernando Abreu, de Daniel Furtado, que analisa a obra e adaptações para o palco de textos de Caio. Exemplares do livro também serão vendidos na bilheteria do teatro, nos dias de apresentação.
‘Closer, o amor é suficiente?’
23, 24 e 30 de junho, 01 de julho (sextas as 20 horas e sábados as 19 horas)
Instituto Ling (Rua João Caetano, 440 – Três Figueiras, Porto Alegre)
Um espetáculo que busca trazer a luz as diversas nuances da forma humana de se relacionar. O que há entre dois corpos, quando o sentimento de posse se encontra com a traição? Entre o erotismo e o aconchego; o ódio e o prazer; o alívio e a ruptura, está a efemeridade do sentimento. Alice é atropelada e conhece Dan. Anna e Larry se apaixonam. Dan e Anna se encontram. Entre términos, separações, traições, mágoas, quatro indivíduos desajustados se relacionam em uma complexa rede afetiva. Nessa encenação bastante intimista, os espectadores são convidados a seguir os personagens por um espaço cultural contemporâneo e participam como testemunhas de encontros potentes que evocam o erotismo, a necessidade do outro, aquecendo até o peito daquele mais cético, despertando a dor intrínseca de ser amado, e, sendo assim, de ser humano. Closer, de Patrick Marber, é um dos melhores textos acerca da relação do amor e da fidelidade na contemporaneidade. Em 2004 foi adaptado para o cinema com direção de Mike Nichols. No elenco Júlia Roberts, Jude Law, Natalie Portman e Clive Owen.