Guia21 recomenda ‘Cidades Fantasmas’, ‘A mulher que se foi’ e muito mais

Milton Ribeiro

O gaúcho Cidades Fantasmas e o longuíssimo filipino A mulher que se foi são os destaques deste findi mezzo feriadão.

O gaúcho é um filme lento e interessantíssimo de 70 minutos sobre cidades que foram inteiramente abandonadas por algum motivo. O filipino tem 3h48 de muita movimentação e acontecimentos. 

Podemos destacar a estranheza do findi? Vamos lá. No sábado, o duo Vendège fará o espetáculo uma “Sesta Eletroacústica”. É isso mesmo, música para você relaxar, talvez fechar os olhos, dormir, quem sabe?

Confira outras indicações abaixo. 

Este pequeno Guia é um resumo. Não se trata de uma programação completa, mas de recomendações dos melhores espetáculos que assistimos. O critério é a qualidade. Se você tiver sugestões sobre o formato e conteúdo de nosso guia, por favor, comente. Boa semana! De segunda a sexta, atualizamos nosso Guia21 com a programação do que acontece em POA.

Cinema – Estreias

Cidades Fantasmas (****)
de Tyrell Spencer, Brasil, 2017, 70 min


Dirigido por Tyrell Spencer, Cidades Fantasmas conta a história de cidades prósperas, que abrigaram populações inteiras e hoje estão abandonadas e consumidas pelo tempo. Catástrofes naturais, motivações econômicas, embates políticos, guerras, são algumas das condições que levaram esses lugares ao total despovoamento. Sepultadas pelo tempo e esquecidas pelos mapas, o filme refaz os passos das populações dessas cidades, quatro delas apresentadas no longa realizado em coprodução com a Galo de Briga Filmes e oito que integram a série que será lançada no segundo semestre no Canal Brasil. No Brasil: Ararapira (PR), Cococi (CE), Fordlandia (PA), Minas do Camaquã (RS) e Vila do Ventura (BA), Epecuén, na Argentina, Armero, na Colômbia, e Humerstone, no Chile. Quatro destinos na América Latina, onde as ruínas e o silêncio são o plano de fundo da jornada. Alguns de seus antigos moradores ainda guardam na memória o que viveram ali e, através de relatos mais intimistas, evocam lembranças de um passado que não querem esquecer.

No CineBancários, às 15h
No Espaço Itaú 8, às 14h30 e 20h

A mulher que se foi (****)
(Ang Babaeng Humayo), de Lav Diaz, Filipinas, 2016, 228 min


O diretor filipino Lav Diaz é conhecido (ainda que pouco conhecido) pelo público cinéfilo por filmes com longa duração. São obras de quatro, cinco e até oito horas de duração. Vencedor do Leão de Ouro do Festival de Veneza de 2016, A Mulher Que se Foi possui 3h47 de duração. Ou seja, quase um curta em se tratando do cineasta. Mas o que vale destacar com relação às durações dos filmes de Diaz é que elas não significam um ritmo lento ou contemplativo que muitas vezes é esperado do “cinema de arte”. A arte de Lav Diaz é a arte de contar histórias. E ele quer contar suas tramas de forma bem desenvolvida, com personagens complexos. Em 1997, a pena de Horacia Somorostro (Charo Santos-Concio), imputada injustamente, chega ao seu fim. Ao sair, Horacia reencontra sua filha, mas descobre que seu marido não está mais vivo, e ninguém sabe do paradeiro de seu filho. Enquanto isso seu ex-amante rico, que, como ela descobre, foi responsável por sua falsa acusação, está em prisão domiciliar com os amigos, suspeito de haver perpetrado múltiplos sequestros. Ela começa então a planejar sua vingança. (Com excertos de Lucas Salgado, do AdoroCinema).

Na Cinemateca Capitólio, às 16h

Cinema – Em cartaz

Neve Negra (***)
(Nieve Negra), de Martin Hodara, Argentina, 2016, 100 min


Salvador (Ricardo Darín) vive isolado do mundo nas colinas geladas da Patagônia. Sozinho há décadas, ele recebe a inesperada visita do irmão Marcos (Leonardo Sbaraglia) e de sua namorada, Laura (Laia Costa). O objetivo dos dois é que Salvador aceite vender as terras que os irmãos receberam como herança, algo que ele não está nem um pouco disposto a fazer. É que Marcos precisa desesperadamente de dinheiro e tem uma excelente proposta em mãos. O confronto entre os dois grandes atores argentinos é conduzido com habilidade por Hodara em meio a flashbacks. Ms o desfecho parece inferior ao restante do filme.

No Espaço Itaú 3, às 15h30, 17h30, 19h30 e 21h30
No GNC Moinhos 2, às 13h30, 15h30, 17h30, 19h30 e 21h30
No Guion Center 2, às 14h15, 16h, 17h45, 19h30 e 21h15

Animal Político (****)
de Tião Brasil, Brasil, 2016, 76 min


Tudo ia bem com ela: uma vida confortável, numa grande cidade, com família e amigos queridos, uma rotina de compras, restaurantes e academia, até que, às vésperas do Natal, um vazio toma conta e a vida passa a não fazer sentido. Esse mote pode ser mais do que um roteiro de um filme, como também um resumo da vida de muita gente. Mas o inusitado é que a crise em questão não é vivida por uma atriz e sim por uma vaca. Este filme bem-humorado e irônico é o primeiro longa-metragem do diretor pernambucano Tião. “Pensar no que é a vaca passa por uma questão social clara e básica. Como a gente é uma coisa só, uma só espécie e, ao mesmo tempo, pode ser tão separado? Queria falar de uma entidade humana, torná-la a mais ambígua que eu conseguisse”.

No CineBancários, às 17h

Mulher Maravilha (****)
(Wonder Woman), de Patty Jenkins, EUA, 2017, 141min


Treinada desde cedo para ser uma guerreira imbatível, Diana Prince nunca saiu da paradisíaca ilha em que é reconhecida como princesa das Amazonas. Quando o piloto Steve Trevor se acidenta e cai numa praia do local, ela descobre que uma guerra sem precedentes está se espalhando pelo mundo e decide deixar seu lar certa de que pode parar o conflito. Lutando para acabar com todas as lutas, Diana percebe o alcance de seus poderes e sua verdadeira missão na Terra. Não, não é apenas mais um filme de super-herói. E não é apenas uma questão semântica ou jogo de palavras, afinal estamos diante de uma heroína. A questão, na verdade, é que estamos diante da melhor adaptação da DC desde Batman. (Com a ajuda do AdoroCinema).

CÓPIAS IMAX 3D LEGENDADAS
No Cinespaço Wallig 8, às 15h, 18h e 21h
CÓPIAS 3D DUBLADAS
No Cineflix Total 1, às 13h35, 16h20, 19h10 e 22h
No Cinemark Barra 2, às 13h45, 17h e 20h20
No Cinemark Ipiranga 5, às 13h50, 16h50 e 20h15
No Cinemark Ipiranga 8, às 19h e 22h15
No GNC Iguatemi 4, às 13h10 e 18h50
No GNC Praia de Belas 1, às 13h10 e 18h50
CÓPIAS 3D LEGENDADAS
No Cinemark Barra 4, às 15h, 18h e 21h15
No GNC Iguatemi 4, às 16h e 21h40
No GNC Praia de Belas 1, às 16h e 21h40
CÓPIAS DUBLADAS
No Arcoplex Boulevard 2, às 18h50 e 21h30
No Arcoplex Rua da Praia 2, às 16h30 e 19h10
No Cineflix Total 3, às 14h50
No Cinemark Ipiranga 3, às 12h50, 15h50, 19h e 22h
No Cinemark Ipiranga 7, às 21h15
No Cinespaço Wallig 2, às 14h, 17h e 20h
No Cine Victória 1, às 14h e 16h45
No GNC Iguatemi 6, às 16h20 e 22h
No GNC Lindoia 1, às 13h20, 16h10, 19h e 21h45
CÓPIAS LEGENDADAS
No Cinemark Barra 3, às 19h
No Espaço Itaú 4, às 15h, 18h e 21h
No GNC Iguatemi 6, às 19h10
No GNC Praia de Belas 5, às 19h10

O Cidadão Ilustre (*****)
(El Ciudadano Ilustre), de Mariano Cohn e Gastón Duprat, Argentina, 2015, 120 min


Daniel Mantovani (Oscar Martínez), um escritor argentino e vencedor do Prêmio Nobel, radicado há 40 anos na Europa, volta à sua terra natal que inspirou a maioria de seus livros, para receber o título de Cidadão Ilustre da cidade — um dos únicos prêmios que aceitou receber. No entanto, sua ilustre visita desencadeará uma série de situações complicadas entre ele e o povo local. Quando chega a cidadezinha de Salas, o escritor é recebido pelo prefeito, que lhe mostra a agenda programada para os poucos dias em que permanecerá ali. O primeiro deles é uma aula aberta. E, por mais que relute, será levado num desfile em carro de bombeiros ao lado da miss local. O humor de O Cidadão Ilustre é construído a partir das diferenças e da tensão entre a sofisticação de Daniel e a simplicidade dos moradores de Salas. O que muitos ali ainda não sabem é que a cidade e seus antigos habitantes serviram de cenário e inspiração para personagens dos romances e contos dele — e os retratos nem sempre são nostálgicos ou agradáveis.

No GNC Moinhos 3, às 16h30
No Guion Center 3, às 16h15

Argentina (****)
(Zonda: Folclore Argentino), de Carlos Saura, Argentina / Espanha / França, 2015, 85 min


Zonda é um vento seco e quente, característico de regiões situadas ao pé da Cordilheira dos Andes. Na Argentina, sopra desde a província de Neuquén até Jujuy. É também o nome que o diretor Carlos Saura escolheu para seu último filme, no qual faz um passeio pelo folclore argentino. Malambo, chacareras, vidalas, chamamés. A obra continua a série sobre investigações musicais que Saura começou com Sevillanas” (1991), e seguiu com “Flamenco” (1995), “Tango” (1998), “Iberia” (2005) e “Fados” (2007). Desta vez, a co-produção é entre Argentina, Espanha e França. A direção musical é de Lito Vitale. São 20 números musicais, que oferecem também belas coreografias, como vocês podem ver o trailer abaixo. (Do Aquí me quedo).

Na Sala Eduardo Hirtz, às 19h

Além das Palavras (****)
(A Quiet Passion), de Terence Davis, Reino Unido / Bélgica, 2016, 125 min


Além das Palavras, roteirizado e dirigido por Terence Davies, acompanha a biografia de uma das maiores poetisas norte-americanas de todos os tempos. Narra com intenso vigor o período que vai da juventude de Emily Dickinson no internato até os seus últimos anos, vivendo como uma artista reclusa e ainda não reconhecida. O filme aborda as rejeições, repressões e paixões que influenciaram a trajetória da escritora, bem como os relacionamentos com sua família e outras pessoas que marcaram sua alma e obra.

Na Sala Paulo Amorim, às 17h15

Paterson (*****)
(Paterson), de Jim Jarmusch, EUA, 2016, 118 min


Se ainda existem cineastas de culto, Jim Jarmusch é o maior deles. E Adam Driver e Golshifeth Farahani formam o casal mais romântico do ano. E é garantido que, sob a câmara de Jarmuch, o romantismo nunca é tolo. Um filme literário, delicado, pontuado por piadas de bom gosto sobre a sobrevivência da literatura em meio ao cotidiano. Paterson entra direto na lista dos melhores filmes do ano. Paterson é um motorista de ônibus da cidade homônima, em Nova Jersey. Diariamente, ele repete uma rotina simples: dirige seu ônibus observando a cidade, enquanto ouve fragmentos das conversas que o rodeiam. Também escreve poesias em um caderno, passeia com o cachorro, vai a um bar à noite, bebe uma cerveja e volta para casa para encontrar a esposa Laura. Ao contrário do marido, o mundo de Laura está sempre mudando. Ela tem novos planos todos os dias. Paterson a apoia e ela encoraja o talento dele para a poesia. O filme mostra silenciosamente as vitórias e derrotas da vida diária com a poesia que se intrometendo nos pequenos detalhes. Um tremendo filme. Cinema puro falando da vida e da literatura.

Na Sala Eduardo Hirtz, às 17h

Central (****)
de Tatiane Sager e Renato Dorneles, Brasil, 2015, 75 min

Foto: Sidney Brzuska

O Presídio Central de Porto Alegre já foi considerado o pior do Brasil pela CPI do Sistema Carcerário, da Câmara dos Deputados, em 2008. Agora, o local abre suas portas para expor a estrutura mal conservada e a vida de penitenciários em condições insalubres. Funcionários da prisão, detentos e familiares dos presos contam como é a vida cotidiana na cadeia e propõem uma reflexão sobre o estado do sistema penitenciário brasileiro. A obra também apresenta o olhar dos próprios presos, que, com câmeras nas mãos, captaram imagens diretamente nas galerias, onde nem mesmo a polícia tem acesso. Superlotação, falta de infraestrutura e de higiene, má alimentação, uso liberado de drogas, além de uma rotina de execuções e maus tratos, são evidenciados no longa-metragem. A partir de depoimentos de policiais militares, familiares, presos, o sociólogo Marcos Rolim e autoridades, o filme também apresenta as diversas faces de uma mesma história,

Na Sala Norberto Lubisco, às 17h30

Exposições

EXPOSIÇÃO: Mostra Acervo Zoravia Bettiol – Artistas Brasileiros e Estrangeiros
VISITAÇÃO: De segunda a sexta-feira das 10 às 18h até o dia 28 de junho de 2017
ESTÚDIO ZORAVIA BETTIOL: Rua Paradiso Biacchi, 109

A artista visual Zoravia Bettiol vai inaugurar sua nova galeria, um espaço com 100 m², no bairro Ipanema, em Porto Alegre, com uma mostra do seu acervo de obras de outros artistas que ela vem adquirindo ao longo dos anos. Estarão disponibilizadas aproximadamente 150 obras, dentre as quais importantes e representativas tanto estéticas como historicamente em pintura, desenho, gravura e escultura, de artistas brasileiros e estrangeiros. Zoravia começou a colecionar em 1961 adquirindo uma pintura de Regina Silveira sendo que as suas mais intensas aquisições foram na década de 80. Há obras de artistas estrangeiros compradas em suas viagens e algumas na Bienal Internacional de São Paulo na década de 60 quando ainda havia a possibilidade de adquirir obras nas bienais. A obra mais antiga é um desenho, retrato de Vasco Prado, realizado por João Faria Viana em 1937.

“Entre o acervo e o eStúdio”, com obras de Marilice Corono (IA/UFRGS) e
“No eStúdio”, coletiva de alunos do IA/UFRGS
De 9 de junho a 16 de julho, de terças a domingos, das 10h às 19h
No MARGS (Praça da Alfândega, s/n°)

A exposição “Entre o acervo e o eStúdio”, que ocupará as salas Ângelo Guido e Pedro Weingertner, apresenta obras de Marilice Corona, professora do Departamento de Artes Visuais do IA/UFRGS e artista visual. Para essa exposição, Marilice selecionou algumas obras do acervo do MARGS para estabelecer um diálogo com seu trabalho, como “A dama de branco”, de Artur Timótheo da Costa, e “O vestido verde”, de João Fahrion. Dando seguimento às suas investigações sobre autorreferencialidade e metapintura, Marilice seleciona pinturas cujo tema é o atelier do artista ou o cenário de produção, como também é chamado. Sendo assim, estarão presentes na exposição “Entre o acervo e o estúdio”, além das pinturas de Marilice Corona, obras de João Fahrion, Carlos A. Petrucci, Edson Motta e Pedro Weingartner. Para Marilice, essa exposição e seus diversos desdobramentos tratam especialmente de questões referentes à genealogia e à identidade da obra, do autor e do próprio espectador, agentes cuja interação é um processo em permanente construção. Não por acaso a escultura “Inca”, de Fernando Corona, avô da artista, participará da mostra. A exposição “No eStúdio” ocupa a sala João Fahrion do MARGS e apresenta obras de 23 artistas ligados ao Studio P — Atelier Aberto de Pintura, criado por Marilice Corona como projeto de Extensão em artes visuais do IA/UFRGS. A mostra tem a intenção de dar a ver a produção individual de cada integrante do grupo. O título da exposição não se refere apenas ao espaço físico onde, na maior parte das vezes, a pintura é produzida, mas ao estúdio como alegoria do espaço de pensamento, da elaboração e criação das obras e da troca e da discussão entre artistas (quando é espaço coletivo). O estúdio visto como espaço de prospecção onde a investigação da linguagem tem primazia.

Santander Cultural inaugura mostra inédita: “Zerbini, Barrão, Albano”
De 24 de maio até 16 de julho, Rua Sete de Setembro, 1028 | Centro Histórico
Terça a sábado: das 10h às 19h / Domingos: 14h às 19h

Três artistas renomados na cena nacional – Albano Afonso, Barrão e Luiz Zerbini – e três experientes curadores – Douglas de Freitas, Felipe Scovino e Marcelo Campos – são destaques no calendário de artes visuais da unidade de cultura do Santander em Porto Alegre. You are here: Home / Exposições / Santander Cultural inaugura mostra inédita: “Zerbini, Barrão, Albano”. O Santander Cultural segue a temática da instituição em 2017: inovar e dar ênfase ao ofício curatorial. Três artistas distintos estão reunidos em uma mesma exposição, Albano Afonso, Barrão e Luiz Zerbini; com curadoria de Douglas de Freitas, Felipe Scovino e Marcelo Campos, respectivamente. A mostra apresenta 43 obras em pintura, gravura, escultura e fotografia, que se direcionam pelos caminhos da instalação e potencializam as vozes individuais de cada artista. O resultado é uma grande exposição com multiplicidade de gestos, discursos e interesses no campo artístico da cena contemporânea.

Luiz Zerbini, Ilha da Mare | Foto: Luis Garrido

Música de Passarinho, de Antônio Augusto Bueno
Galeria Sotero Cosme – 6º andar da CCMQ (Andradas, 736)
Visitação: 12 de maio à 9 de julho
Terças à sextas, das 9h às 19h. Sábados, domingos e feriados, das 12h às 19h

A Galeria Sotero Cosme (6º andar da Casa de Cultura Mario Quintana) recebe a mostra “Música de Passarinho”, novo trabalho de Antônio Augusto Bueno. Com a curadoria de Marlies Ritter, a exposição traz fotos, vídeo, pintura, gravura, monotipia, objetos e elementos coletados da natureza, tendo o abacateiro do Atelier Jabutiê, de Antônio Augusto, como personagem principal. Desde que se mudou para o Jabutipê, há nove anos, o artista vem coletando e organizando os gravetos que caem da antiga árvore, armazenando os caroços e alguns abacates. Também fez algumas experiências com a fruta que deixou para os passarinhos se alimentarem, fazendo cópias em gesso das marcas deixadas pelos bicos das diferentes aves que vivem no Centro Histórico de Porto Alegre. Dos caroços também saíram pigmentos para experiências em monotipias e desenhos. Também farão parte da mostra frutos de liquidâmbares, coletados durante um outono em uma praça de Porto Alegre, e frutos de magnólias de uma praça localizada em Montevidéu (URU).

CHARRÚA, de Gustavo Tabares
Galeria Xico Stockinger – 6º andar da CCMQ (Andradas, 736)
Visitação: 12 de maio a 9 de julho
Terças à sextas, das 9h às 19h. Sábados, domingos e feriados, das 12h às 19h

A Galeria Xico Stockinger (6º andar da Casa de Cultura Mario Quintana) recebe a exposição “Charrúa”, do artista visual uruguaio Gustavo Tabares. Com a curadoria de Ana Zavadil, a mostra tem, além da peça sonora, desenhos, objetos de mármore, vídeos e pinturas. Tabares morou em Porto Alegre nos final dos anos 90 e, agora, volta para exibir uma série de trabalhos já apresentados na 56ª Bienal de Veneza, em 2015. A exposição tem, além da peça sonora, desenhos, objetos de mármore, vídeos, pinturas, etc., no formato de instalação.

Uma Possível História da Arte no Rio Grande do Sul: Plural[ismos] no Sul
Galeria Aldo Locatelli, de 12 de abril a 9 de julho, no Margs, na Praça da Alfândega
De terças a domingos, das 10h às 19h

O Museu de Arte do Rio Grande do Sul Ado Malagoli, dando continuidade ao programa de exposições do acervo permanente do museu, prossegue com o projeto elaborado pelos núcleos do museu com o objetivo de apresentar obras da coleção do acervo do MARGS que são importantes para a configuração da constituição do cenário artístico gaúcho. A exposição Uma Possível História da Arte no Rio Grande do Sul: Plural[ismos] no Sul será apresentada na Galeria Aldo Locatelli, de 12 de abril a 9 de julho, com entrada franca. A mostra reúne 16 obras de artistas relevantes para o sistema da arte local, produzidas nos século XX, pertencentes ao acervo do MARGS. Este módulo tem como objetivo principal mostrar a pluralidade na produção gaúcha nas décadas de 1940, 1950 e 1960. Essa época foi marcada por discussões sobre o Modernismo, lançadas em São Paulo, na emblemática e questionadora Semana de Arte Moderna em 1922; tendo repercussões e desdobramentos aqui no Sul, especialmente no plano das ideias, resultando em confrontos e questionamentos sobre o que é a arte moderna e por qual caminho os artistas deveriam seguir. Tais debates influenciavam a produção artística, e a falta de consenso, aliados às diversas opiniões sobre a arte moderna, tornam-se perceptíveis ao observarmos as obras daquele momento, representadas na exposição. Embora muitos artistas não se intitulassem como modernistas e até mesmo se posicionassem contrários ao modernismo, suas obras, do ponto de vista formal, muitas vezes, passavam por atualizações estéticas e processos de modernização, originando essa multiplicidade de temas, técnicas e influências que identificamos na produção desse período.

Música

Vendège
DO, UMA “SESTA ELETROACÚSTICA”
Em 17 de junho de 2017, às 16h, no Espaço 373 (Comendador Coruja, 373) e às 20h, na Aldeia (Santana, 252)

Dois músicos que combinam acústica e eletrônica, de maneira minimalista e orgânica, propõem um cochilo musical intitulado DO, sobre o tema do sono. Vendège, formação musical liderada pelo músico francês Thibault Marchal, acompanhado da multi-instrumentista Doriane Ayxandri, propõem uma “sesta eletroacústica” destinada a todos os públicos, concebida tanto para crianças como adultos. Em Porto Alegre, os artistas farão dois concertos no sábado, 17 de junho: às 16h, no Espaço 373 (Comendador Coruja, 373), e às 20h, no Aldeia (Santana, 252). O espetáculo mistura música acústica e eletrônica de forma improvisada, minimalista e orgânica. A obra tem várias facetas que permitem aos espectadores se deixar levar, descansar e divagar. É possível fechar os olhos ou observar tudo o que acontece no palco. Cada um é livre para viajar como deseja. Os músicos gravam o ambiente da sala, tornando a representação única e lúdica.

Foto: Divulgação

Demônios da Garoa
No Teatro do Bourbon Country (Av. Túlio de Rose, 80 – Passo D’Areia)
Domingo – Dia 16 de Julho, às 18h

Um dos maiores sucessos de bilheteria do ano de 2016, os Demônios da Garoa retornam para mais um show em Porto Alegre, no dia 16 de julho, domingo, às 18 horas, no Teatro do Bourbon Country. A partir do meio dia e trinta, será servida uma Feijoada no Restaurante Dado Bier, para apenas 100 pessoas que adquirirem a feijoada junto com seu ingresso. Os integrantes do Demônios da Garoa estarão presentes a esta feijoada, que vai servir de “esquenta” para o grande show, que começa às 18 horas, no Bourbon Country. Tudo começou como um hobby… Na década de 40, os meninos entre 12 e 14 anos de idade, apaixonados por música, cantoria e batucada, se encontravam todas as noites após seus trabalhos na casa de Arnaldo, para tocar grandes sucessos da época, imitando grupos famosos, como Quatro Ases e Um Coringa, Anjos do Inferno, Quitandinha Serenaders, Vocalistas Tropicais, dentre outros. Arnaldo Rosa (vocal e ritmo), os irmãos Antônio e Benedito Espanha (que marcavam ritmo tocando Tantã e Afoxé), Waldemar Pezuol (no Violão), Zezinho (no Violão Tenor) e Bruno Michelucci (no Pandeiro), costumavam se apresentar em festinhas de amigos, serenatas e em clubes com o nome de Grupo do Luar, já sob o comando de Arnaldo Rosa. Não tinham grandes pretensões, nem recebiam nada em troca, somente os aplausos. De boca em boca, o grupo foi ficando conhecido e pessoas vinham de longe para ouvi-los. Moravam e trabalhavam na Mooca e em bairros vizinhos, como Brás e Belém, bairros onde ficaram conhecidos e sua fama se espalhou rapidamente (Arnaldo trabalhava na sapataria de seu pai, e os irmãos Espanha e Bruno, em uma indústria). Depois de muito ensaio e incentivos dos amigos, resolveram se inscrever no Programa de Calouros, da Rádio Bandeirantes, chamado “A Hora da Bomba”, apresentado por J. Antônio D’Avila, em 1943. Ganharam o primeiro lugar e assim começou uma longa carreira de muito sucesso.

Foto: Divulgação

Teatro

‘Ficções: Odes Mínimas’
Sala Qorpo Santo (Av. Paulo Gama, 110 — Campus Central da UFRGS, ao lado da Sala Redenção)
Nas quartas-feiras de junho (dias 07, 14, 21 e 28), às 12h30 e 19h30 (duas sessões por quarta-feira)

Nas quartas-feiras de junho acontecem as apresentações do espetáculo “Ficções: Odes Mínimas” na Sala Qorpo Santo. Imersas num universo de sonhos, desejo, ficções e pulsações, três mulheres dão voz e corpo às poesias e a trechos de prosa de Hilda Hilst (1930-2004).

A partir do impulso de falar sobre os desejos, o grupo mergulhou nos textos de Hilst, marcados pela liberdade da escrita. As palavras da escritora paulista renderam um material substancioso que serviu para que a diretora e as atrizes do espetáculo construíssem ficções que têm relação complexa com a realidade, pois ficam ao mesmo tempo mais fantasiosas e mais reais a cada vez que são contadas. A temporada de “Ficções: Odes Mínimas” é atividade do Projeto “Teatro, Pesquisa e Extensão (TPE)”, mostra de teatro universitário que apresentará sete espetáculos ao longo do ano de 2017. O TPE é espaço privilegiado da pesquisa e da produção cênica realizada pelos alunos do Departamento de Arte Dramática do IA/UFRGS. O projeto apresenta um espetáculo a cada mês, sempre às quartas-feiras, em dois horários: 12h30min e 19h30min. Todas as sessões têm entrada franca. As senhas começam a serem distribuídas uma hora antes das apresentações, no local.

Foto: Nana Castilhos

Um Caso para Terapia
De 2 a 18 de junho, sempre às sextas-feiras, sábados e domingos, às 20h30min
No Teatro Bruno Kiefer da Casa de Cultura Mario Quintana

Depois da estreia no Porto Verão Alegre deste ano, a peça Um Caso para Terapia entra em cartaz na cidade no dia 02 de junho para uma temporada de três semanas – sempre às sextas-feiras, sábados e domingos, às 20h30min, no Teatro Bruno Kiefer da Casa de Cultura Mario Quintana. Os ingressos estão sendo vendidos em várias plataformas desde 18 de maio. Na noite de estreia, o público será recebido com um brinde. Baseada em texto do escritor Fabio Ferraz, a peça aborda, de forma leve, simples e bem humorada, um tema relevante do campo da psicologia e da psiquiatria, as patologias que se acentuam na sociedade contemporânea, como transtorno obsessivo compulsivo, bipolaridade e pânico. No elenco, Simone Telecchi, Marcus Rech e Pedro Corbetta. A direção é coletiva e conta com a orientação cênica de Deborah Finocchiaro. No palco, um jovem casal, Angélica (Simone) e Daniel (Marcus), e os problemas decorrentes de suas psicopatologias. Angélica é bipolar. Oscila entre a depressão, a euforia e a irritação. Daniel é ansioso, tem síndrome do pânico e alguns problemas sexuais. Eles se conheceram pela internet e pareciam perfeitos um para o outro. Depois de algum tempo, passaram a viver as crises comuns de um casamento, agravadas por suas “doenças”. Os dois fazem terapia com o psiquiatra Giusepe Talarico (Pedro), figura participativa, bem humorada, mas um pouco estranha, que sofre de transtorno obsessivo compulsivo (TOC) em grau elevado. As cenas se desenrolam no consultório do psiquiatra e na casa do casal.
Ingressos
– Pela internet, R$ 40,00 – https://www.sympla.com.br/umcasoparaterapia
– Bilheteria, no dia do espetáculo, R$ 40,00.
– Pontos de venda promocionais, R$ 30,00 – Zilá Fashion Store (Félix da Cunha, 1.149 / Fone 3022 7889) e Homem&Company (Av. Nilo Peçanha, 2.605 / Fone 3328 5007), pagamento em dinheiro.

| Foto: Cristiano Primm

Homens de Perto Desgovernados
No Theatro São Pedro, palco principal, Praça Marechal Deodoro, s/n
De 21 de junho a 24 de junho (quarta à sábado) às 21h e 25 de junho (domingo) às 18h

Para comemorar o aniversário da estreia de um ano de “Homens de Perto Desgovernados”, terceira incursão de Oscar Simch, Rogério Beretta e Zé Victor Castiel na sublime arte de fazer rir, o trio volta ao Theatro São Pedro, onde estrearam em 2016, para uma temporada entre os dias 21 e 25 de junho de 2017. Este espetáculo, com direção de Néstor Monastério e textos de Artur José Pinto, dá ênfase à política nacional, com novas cenas, novas músicas e a certeza de que podemos e devemos fazer humor com tudo e todos, inclusive conosco. As montagens anteriores, Homens de Perto 1 e 2, foram vistas por mais de 700 mil pessoas em 13 anos de apresentações, o que dá a dimensão exata da marca “Homens de Perto”. Em 2017, os “Homens de Perto” completam 15 anos de estrada.

Foto: Thafarel Lobo