Bunker é uma experiência partilhada com o público. Num momento de iminente catástrofe, uma noiva vinda de muito longe nos avisa que encontrou um lugar seguro. O público é convidado a entrar no teatro e vivê-lo como se fosse um abrigo para um fim do mundo.
As decisões estéticas do espetáculo partiram do encontro entre o diretor, Eduardo Schmidt, a atriz e escritora, Silvana Rodrigues, e o músico e também escritor, Pedro Cassel. O tema apocalíptico e a ideia da casa sem portas surgiram a partir do inconsciente coletivo e de poemas do poeta mexicano Luis Felipe Fabre, chamado Notas em torno do apocalipse zumbi.
Numa sociedade em desagregação, em momentos de ruptura e tensionamento, o espetáculo procura lembrar algumas feridas abertas do nosso período histórico. Para isso, com a movimentação do bailarino Augusto Schnorr, encontramos um ciborgue, único capaz de enfrentar o fim e trazer-nos vestígios do que sobrara.
Numa mescla de teatro de vivência, performance art, realismo e contação de histórias, o tempo vai sendo estendido numa situação tipicamente contemporânea, em que a mistura, a profusão e a confusão de vozes procuram uníssonos e dissidências. Todos estão convidados a se abrigar, seja por ínfimos momentos e sem ilusão de conforto, no abrigo teatral Bunker.
Sinopse: Bunker é uma experiência cênica. Um refúgio para os fins dos tempos. Aqui, o espectador é convidado a vivenciar uma situação de clausura, em que o tempo cronológico perde o sentido. No meio do caos, no meio do bunker, no meio do teatro: um banquete em que comeremos o que sobrou dos nossos destroços. Antes que o céu desabe, esperamos que todos se divirtam.
Departamento de Arte Dramática do Instituto de Artes da UFRGS
16ª edição da Mostra Anual Universitária de Teatro: Teatro, Pesquisa e Extensão (TPE)
Espetáculo do mês de agosto: Bunker
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