Porto Verão Alegre terá 58 apresentações e mesmo preço pelo quinto ano consecutivo

Luís Eduardo Gomes

O Porto Verão Alegre chega à sua 17ª edição em 2016 com uma versão maior do que no ano passado, mas com o mesmo preço médio, de R$ 22 por ingresso. Dos espetáculos a serem apresentados entre os dias 9 de janeiro e 14 de fevereiro, seis deles fazem sua estreia oficial durante o festival, incluindo o espetáculo de abertura, Dona Flor e Seus Dois Maridos. Os ingressos começam a ser vendidos em janeiro.

A montagem de Dona Flor e Seus Dois Maridos, dirigida por Zé Adão Barbosa, Carlota Albuquerque e Larissa Sanguiné, tem como destaque o fato de ter sido totalmente financiada pelo Porto Verão Alegre. Ela faz sua estreia oficial no dia 8 de janeiro, às 21h, no Theatro São Pedro, em evento para convidados. Outros cinco espetáculos também serão encenados pela primeira vez no Porto Verão 2016, são eles: O Bandejão; Besteirol, A Comédia! ou Tem Drag Queen no Funk!; Detonando; Os Gêmeos Venezianos; Não Conte a Ninguém.

Também há uma série de espetáculos que já foram apresentados em outros locais, mas fazem sua estreia no Porto Verão Alegre. São eles: Rádio Odair, Como Diria Mamãe, Enfim Sós, Histórias de um Cara Suado, Eu, Alcemar e a Mascada Perdida, Brinco de Princesa, Projeto Secreto: a gaiola das loucas, O Quarto Sinal, 6 Stand-Up, CinderElla, Aventuras do Pequeno Príncipe, Pinóquio, Formas de falar das mães dos mineiros enquanto esperam que seus filhos saiam à superfície, Sexteto, Radicci e Genoveva, Fossa Nova, Língua Mãe Mameloschn.

Ao todo, são 58 espetáculos. Em 2014, foram 45, com três estreias absolutas e 12 espetáculos inéditos no festival. Segundo um dos organizadores do evento, o ator Rogério Beretta, o Porto Verão Alegre já chegou a ter 137 espetáculos, mas o número passou a ser limitado nas últimas edições para que todos as peças sejam apresentadas em salas com condições adequadas.

“Teve um ano que teve 137 espetáculos. Nessa época a gente aceitava todo mundo. O que não ajudou na qualificação. Agora é limitado a salas de qualidade, confortáveis”, diz Beretta. “Ano passado teve 45, o que nos parecia o número ideal, só que, devido à avalanche de pedidos e ao número de espetáculos de grande qualidade, não tivemos como negar esse aumento”.

Para a edição deste ano, Beretta destaca que também serão realizadas apresentações de ilusionismo, circenses, infantis e de uma série de linhas teatrais diferentes. “A variedade de linhas teatrais que vão compor o projeto esse ano é muito grande. Há muito tempo o Porto Verão deixou de ser um projeto só de comédia. Isso nos deixa muito contente porque uma das críticas que a gente recebia era que o Porto Verão só favorecia a comédia”, diz Beretta. “Na verdade, o Porto Verão nunca favoreceu nada, o público que escolhia”.

Ainda há possibilidade de o festival contar com atrações musicais às quartas-feiras no Bar Opinião, mas este projeto depende de aprovação pelo Conselho Estadual de Cultura, segundo Beretta.

Crise?

O aumento do número de espetáculos do Porto Verão Alegre chama a atenção por se tratar de um momento em que os principais eventos culturais recentes da cidade – Feira do Livro e Bienal do Mercosul – foram realizados em versões reduzidas por conta de dificuldades financeiras.

Beretta explica que o festival ainda está angariando recursos, mas que a expectativa é que, no mínimo, empate com o montante arrecadado no ano passado. “Estamos saindo ilesos dessa crise. Falta 10% para empatar com o ano passado”, diz Beretta. “O Porto Verão conta com a simpatia da comunidade, do empresariado, da imprensa, e a gente joga com isso a nossa favor”, complementa.

Contudo, lembrando os tempos de vacas magras, Beretta afirma que a questão financeira não é essencial para a realização do evento. “Mesmo que não tivéssemos captado um centavo, o Porto Verão sairia, claro que com verba a gente tem uma excelência de produção e de divulgação melhor”, afirma.

Relevância do Porto Verão

Beretta lembra que o Porto Verão Alegre começou em 1999 como iniciativa pessoal dele e do ator Zé Vitor Castiel, com o intuito de colocar duas peças em cartaz em um momento do ano em que, até então, quase não eram realizados espetáculos na cidade. “Eu sou um pouco suspeito, mas, sem falsa modéstia, a gente conseguiu mudar o panorama cultural da cidade no verão. Quem se lembra da cidade há 20 anos no verão? Era um deserto cultural”, diz.

Na primeira edição, foram seis espetáculos que atraíram cerca de 12 mil pessoas durante seis semanas. Beretta afirma que, ao longo do tempo, chegou-se à média de 40 mil ingressos vendidos por edição. Para este ano, ele acredita que a média deve se manter. Contudo, como há peças com entrada gratuita e eventos públicos – como oficinas -, ele estima que o público total do festival deve girar em torno de 50 mil pessoas.

Dentro desse universo, ele afirma que cerca de 2 mil ingressos serão destinados a entidades de caridade. Questionado se esta ação tem ajudado a fomentar o público de teatro em Porto Alegre, Beretta diz que não é o objetivo principal, mas que consegue notar um impacto positivo.

“Isso a gente faz independente da questão de público, porque acho importante que essas pessoas tenham acesso à cultura, independente se elas vão conseguir voltar durante o ano. Obviamente, quando elas tiverem condições, elas irão procurar alguma coisa conhecida. A gente aposta que quem pegou o gosto vai tentar de alguma maneira recuperar essa sensação em algum momento vida”, afirma.

Ele aponta que a decisão de manter os preços dos ingressos no mesmo patamar pelo quinto ano consecutivo também ajuda a criar um público que não tinha o hábito de ir ao teatro. “É um público diferente, mas noto que muitas pessoas acabam repetindo a experiência durante o ano”, afirma.

Além disso, Beretta afirma que o Porto Verão tem como ponto positivo criar postos de trabalho para profissionais da área durante o verão e servir de vitrine para que os artistas consigam exibir seus trabalhos durante o restante do ano. “Ninguém fica rico no verão, mas é um otimismo que paira no ar. Se não tiver essa exposição, talvez ele (o artista) passe uma temporada inteira sem ter como mostrar o seu trabalho”.

Os espetáculos do 17º Porto Verão Alegre serão realizados no Teatro de Arena (Av. Borges de Medeiros, 835), Theatro São Pedro (Praça Mal.Deodoro SN- Centro Histórico), Centro Histórico-Cultural Santa Casa (Independência, 75), Instituto Ling (Rua João Caetano, 440), Teatro do Bourbon Country, (Av. Túlio de Rose,80), Teatro do Sesc (Av. Alberto Bins, 665), Teatro da AMRIGS (Av. Ipiranga, 5311), Teatro Novo DC (Rua Frederico Mentz, 1561), Teatro Renascença, Sala Álvaro Moreira (Av. Érico Veríssimo, 307) e Centro de Eventos do Barra Shopping Sul.

Os ingressos começarão a ser vendidos no dia 4 de janeiro. Confira o serviço a seguir.

Valores dos ingressos:

Teatro adulto:

No local: R$ 30 inteira, R$ 24 Clube ZH e Banricompras, e R$ 15 idoso e estudante.

Antecipado: R$ 25 inteira, R$ 20 Clube ZH e Banricompras, e R$15 idoso e estudante.

Teatro infantil (Brinco de Princesa, CinderElla, Pequeno Príncipe e Pinóquio):

No local: R$ 15 inteira, R$ 12 Clube ZH e Banricompras, e R$ 7,50 Idoso e estudante.

Antecipado: R$ 12 inteira, R$ 10 Clube ZH e Banricompras, e R$ 7,50 Idoso e estudante.

Pontos de Venda:

A compra antecipada dos ingressos pode ser feita em três pontos de venda:

Praia de Belas Shopping – em frente ao GNC Cinemas – de segunda a sábado, das 14h às 22h, domingos das 13h às 19h. No Casarão Verde – loja 133 – do DC Shopping – de segunda a sexta, das 13h às 19h.  Na bilheteria do Bourbon Country – de segunda a sábado das 14h às 22h.

Pela internet no site http://www.myticket.com.br (com cobrança de uma taxa de 15% sobre o valor do ingresso), e com antecedência de 24 horas em relação à data do espetáculo.

Os ingressos também podem ser adquiridos na bilheteria de todos os teatros, no dia em que acontecem os espetáculos, duas horas antes do horário de início. Excepcionalmente para os espetáculos apresentados no Instituto Ling e no Theatro São Pedro, os ingressos também serão vendidos no local de forma antecipada.