Maitê Proença em ‘A Mulher de Bath’, dias 27 e 28 de outubro, no Teatro do Bourbon Countr
“Se não houvesse em toda a Terra imensa, autoridade além da experiência, a mim isso seria suficiente, pra fazer um relato contundente, das mazelas da vida de casado.” Assim se apresenta ao público A Mulher de Bath, mulher dos ainda medievais anos 1380, que já enterrou cinco maridos e, fogosa e cheia de vida, está em busca do sexto.
Maitê Proença traz a Porto Alegre (27 e 28 de outubro, no Teatro do Bourbon Country), Natal (02 de novembro, no Teatro Richuelo Natal), Fortaleza (03 de novembro, no Teatro RioMar Fortaleza) e Recife (04 de novembro, no Teatro RioMar Recife) o espetáculo A Mulher de Bath. As apresentações são comemorações aos 80 anos do diretor Amir Haddad, além dos 40 anos de carreira e 60 anos de vida de Maitê.
A MULHER DE BATH é uma mulher libertária, à frente de seu tempo, e não teme dizer o que pensa. Ela é uma das figuras basilares da literatura ocidental, precursora de Shakespeare e do indivíduo moderno.
O texto é do escritor e filósofo inglês Geoffrey Chaucer (1343-1400), reconhecido como o pai da literatura inglesa, e faz parte de sua obra inacabada “Os Contos da Cantuária”, publicada pela primeira vez em 1475 e tida como uma das mais importantes da literatura inglesa e um clássico da literatura mundial. A tradução, de José Francisco Botelho, foi indicada ao Prêmio Jabuti e já é considerada uma referência contemporânea na tradução de Chaucer.
Sinopse
Numa taberna qualquer, à beira de uma estrada, em plena Inglaterra medieval, uma mulher experiente, bem humorada e de franqueza desconcertante conta a história de sua vida: seus cinco maridos e a vida sexual, suas paixões, seus rancores e vinganças, seu profundo conhecimento dos homens e da alma humana. Sem poupar a ninguém, nem a si própria, fala das coisas como são, de forma irreverente e direta.
A MONTAGEM – O TEXTO EM VERSOS
Inédito nos palcos brasileiros, o texto conta com tradução de José Francisco Botelho, que buscou inspiração na poesia popular brasileira – do repente nordestino à trova gaúcha – para reviver a exaltação e a grandeza da Idade Média, em versos inspirados no cancioneiro popular e na poesia oral do interior do Brasil.
A montagem tem como marca a contemporaneidade do pensamento teatral de Amir Haddad, aproximando o público dos atores de forma direta e sem mistérios. Tudo está à mostra: a preparação da cena, o jogo de luz, a operação do som. A proposta é perseguir a simplicidade e dialogar com todo tipo de público.
A trilha da peça é operada em cena pelo ator e músico Alessandro Persan, que interage com a atriz e também participa, junto com ela, da movimentação dos objetos e das mudanças de ambientação. Os elementos da cena são rearrumados pelos atores para criar ambientes típicos da época: tabernas, alcovas, igrejas.
MAITÊ PROENÇA – atriz, idealizadora e produtora
A atriz, escritora e dramaturga paulistana Maitê Proença começou a estudar teatro no final dos anos 1970 com o diretor Antunes Filho. Desde então, trilhou sua carreira nos palcos, nas TV e no cinema.
No teatro, protagonizou montagens de Augusto Boal, Domingos Oliveira, Eduardo Tolentino, entre outros, e escreveu as premiadas peças “À Beira do Abismo me Cresceram Asas” (2013) e “As Meninas” (2009), esta última em parceria com Luiz Carlos Góes, ambas com direção de Amir Haddad; e “Achadas e Perdidas”, dirigida por Roberto Talma.
Na televisão, atuou em mais de 20 novelas, como “Liberdade, Liberdade” (2016), “Gabriela” (2012), “Passione” (2010) e “Caminho das Índias” (2009), e em séries como “A Vida Como Ela É” (1996) e “Confissões de Adolescente” (1994). Foi comentarista de futebol no programa esportivo ExtraOrdinários, do Sport TV, e apresentadora do Saia Justa, do canal GNT.
No cinema, participou de 18 filmes, entre eles “Meu Amigo Hindu” (2016), de Hector Babenco; “Primeiro Dia de um Ano Qualquer” (2012), de Domingos Oliveira; “A Dama do Cine Shangai” (1987) e “Onde andará Dulce Veiga” (2008), de Guilherme de Almeida Prado; “Kuarup” (1989), de Rui Guerra.