Geda comemora aniversário e estreia nova montagem no Theatro São Pedro no dia 25
Uma das companhias de dança contemporânea mais longeva e atuante do Rio Grande do Sul, a GEDA Cia. De Dança comemora seus 35 anos de ininterrupta atividade artística com o lançamento do projeto “De Lá Prá Cá”, que abrange a estreia da obra inédita, “Às vezes, eu Kahlo”, e a volta do elogiado espetáculo “Verde (In)Tenso”, ambos com a assinatura da premiada diretora e coreógrafa Maria Waleska van Helden. O programa duplo ocorre no Palco Principal do Theatro São Pedro, no próximo dia 25 de setembro, terça-feira, às 20h. Os ingressos já estão à venda na bilheteria do teatro.
Frida Kahlo, como ficou conhecida, Magdalena Carmen Frida Kahlo y Calderon (Coyoacán, 1907-1954), foi uma das mais importantes figuras da arte no século XX e uma das personagens mais significativas no âmbito político e cultural no México. Sua saúde frágil devido aos muitos traumas sofridos, o conturbado casamento com o pintor Diego Rivera, a impossibilidade de gerar filhos, sua atuação social, seus relacionamentos amorosos, se refletem em sua vigorosa pintura, tornando-a uma mulher controversa e referencial. Este universo rico de possibilidades serve de inspiração para o espetáculo, “À Vezes, eu Kahlo”. Concebido e dirigido pela coreógrafa Maria Waleska van Helden, a montagem tem como protagonista a bailarina-intérprete, Graziela Silveira.
Partindo da imobilidade de Frida Kahlo, colhendo gestos contemporâneos, “Às vezes, eu Kahlo” tem foco no período em que Frida foi compulsoriamente paralisada em sua cama pelo grave acidente que sofreu, tornando-se uma mulher ágil, criativa, determinada a prosseguir em sua trajetória. Frida constrói uma personalidade admirada e icônica em nosso século. O espetáculo de dança contemporânea intenciona incorporar e traduzir, ao extremo, as cores e dores de Frida e toda a sua “imobilidade móvel” emoldurada pela própria inquietação.
Conforme Maria Waleska,”a montagem tem como ponto de partida um aspecto não tanto explorado dentro desta avalanche de produtos comercializados, como canecas, camisetas e outros objetos, trazendo a imagem desta mulher”, e observa: “Frida é revelada nesta obra pela intensa resiliência e submissão ao amor de Diego Rivera. A soma das dores, o acúmulo das amputações, as transgressões emocionais e o prazer físico, perpassam pelo filtro de pequenos lutos que fazem o alicerce desta personagem transformando-a em mulher revolucionária”.