Baseado no mito de Medeia, “Mulher Ex Machina” estreou no dia 18 e será encenado todos os dias até o dia 25 de fevereiro, sempre às 21 horas no Teatro do Museu do Trabalho.
O espetáculo teatral de conclusão do Ano I / 2018 do Curso Profissionalizante de Formação de Atores da Casa de Teatro de Porto Alegre é dirigida por Zé Adão Barbosa e Larissa Sanguiné, tem um elenco com 17 novos atores, a direção corporal e coreográfica é de Denis Gosch e a direção musical, de Everton Rodrigues e Kiti Santos.
A montagem “Mulher Ex Machina”, fundamentado no mito de Medeia, uma das histórias mais perturbadoras da mitologia, é uma revisitação de textos de Eurípedes, Heinner Müller, Chico Buarque e Christa Wolff. A montagem com a colagem dos escritos revela as histórias pregressas das personagens, bem como discute os interesses em manter calada uma mulher livre, culpabilizando-a, como apontado no romance de Christa.
A encenação que recria o mito representa não apenas a dramaturgia de Eurípedes, que parte do momento da decisão de Medeia em vingar-se, mas também as histórias pregressas desta e de Jasão. O texto de Wolff que permeia a dramaturgia é o elemento que gera questionamentos profundos no que envolve a lenda. Uma investigação de composição de personagens trágicos e uma atmosfera inspirada nos ditirambos, as contrações de história que antecedem as encenações do que conhecemos por Teatro Grego aparecem em cena.
A trilha é composta e boa parte reproduzida ao vivo, com instrumentos de percussão e cordas, buscando uma sonoridade rudimentar que contribui para a atmosfera da encenação. A musicalidade investigada ao longo do ano por Everton Rodrigues junto aos atores tem a direção finalizada por Kiti Santos durante o processo de ensaios.
Para a construção das personagens, as atrizes e os atores se usam de ações desconstruídas que são conduzidas pela subjetividade de movimentos corporais, em busca de um corpo trágico que compõem as cenas. Proposições de desconstrução corporal para uma condição de tensão que aproxima cada ator e atriz da densidade necessária na tragédia, conduzidos por Denis Gosch. Este desafio estende-se a cantar, dançar, e tocar, recriando a ideia dos coros gregos. Uma revisitação contundente para um mito tão difundido na cultura do teatro universal.
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