‘Bando de Brincantes’ abre agendamento da peça ‘Peteca, Pião e Pique-Pessoa’ para escolas

O Bando de Brincantes abre agendamento do espetáculo teatral ‘Peteca, Pião e Pique-Pessoa’ à escolas. As apresentações ocorrem de 13 a 29 de abril de 2018, no Teatro Bruno Kiefer (Casa de Cultura Mario Quintana), às sextas (15 horas) e sábados e domingos (16 horas). Escolas com 50 alunos ou mais ganharão um kit com peteca, pião, ioiô, bolitas e apito de madeira. Maiores informações pelo site www.bandodebrincantes.com.br, fone (51) 99818-8918 ou pelo e-mail bandodebrincantes.rs@gmail.com

Sobre o espetáculo:

Foto: Divulgação

O espetáculo teatral ‘Peteca, Pião e Pique-Pessoa’ é inspirado em brinquedos tradicionais e em formas brasileiras de contação de histórias, bem como na associação de aspectos do carnaval e da cultura gaúcha. Em cena, Peteca (Éder Rosa) e Pião (Viviane Juguero) contam a história de Pique-Pessoa, enquanto jogam peteca, pião, ioiô, bilboquê, bambolê, cinco marias, cama de gato, jogos de palmas, língua do P, bolitas, jogo da velha, dominó, cartas, e também pulam corda, andam em cavalinho de madeira, manipulam marionete, bonecos de pano e, como não poderia deixar de ser, brincam de faz de conta.

Peteca e pião são os dois brinquedos tradicionais com base nos quais foi construída a movimentação dos atores. Assim, o personagem Peteca associa saltos a movimentações de mestre-sala e sapateados presentes em danças gaúchas. A personagem Pião, por sua vez, associa os giros do brinquedo aos giros das porta-estandartes em escolas de samba e de bailados presentes nas danças tradicionais da Região Sul do Brasil.

A temática central da dramaturgia é a percepção da temporalidade, sem, no entanto, haver referenciais sócio-históricos que localizem o enredo em tempo e local precisamente determinados. Essa característica tem o intuito de propiciar que a identificação ocorra em distintas realidades socioculturais.

A dramaturgia caracteriza-se por uma estrutura de metalinguagem que versa sobre a história narrada e o próprio ato de contar histórias, abarcando reflexões, dúvidas e afetos dos narradores em relação com o que contam.

Pique-Pessoa é alguém que está sempre em busca de uma saída para ser feliz no futuro, sem vivenciar plenamente o presente. A personagem é masculina ou feminina, conforme quem a interpreta, já que tanto Peteca quanto Pião a representam quando vestem a cartola que a identifica. A ideia está vinculada ao dito popular brasileiro “vestir o chapéu”, que alude ao ato de alguém identificar-se com uma questão que lhe é apresentada. Assim, qualquer pessoa pode se sentir como Pique-Pessoa, em algum momento da vida. O objetivo do trabalho não é a idealização da brincadeira, nem criminalização das preocupações efetivamente presentes no dia a dia, mas, sim, dialetizar esses conflitos, trazendo à tona suas contradições, de forma subliminar.

A peça pretende proporcionar um momento de fruição artística divertido e envolvente, além de sugerir caminhos para a construção de novas percepções e reflexões. Cenas de alegria, tristeza, descoberta, decepção, carinho, dúvida, solidão e cumplicidade integram essa grande brincadeira que pretende dialogar com as crianças sobre o presente, ao vivenciá-lo afetiva e intensamente.