Após 47 anos, Ronald Radde passa para filha a direção de espetáculos da Cia Teatro Novo
Da Redação*
Depois de 47 anos, o dramaturgo Ronald Radde transferirá para a filha, Karen Radde, a direção de espetáculos da Cia. Teatro Novo. Aos 71 anos, o dramaturgo continuará escrevendo peças, além de permanecer na direção geral do grupo teatral mais antigo do país em atividades ininterruptas e na direção administrativa do Teatro Novo DC. Karen Radde está na companhia há cerca de 20 anos, desempenhando papeis de atriz, produtora executiva, professora da Escola Teatro Novo e assistência de direção e direção.
“Fiquei quase 50 anos tendo de acertar. Não tinha como errar com o meu público. Ao longo desses anos fiz um esforço muito grande como diretor, enfrentando a falta de recursos financeiros, a ditadura, o descaso de governos com nossa cultura, entre outras questões. Mas, o principal, aconteceu: consegui formar plateia. Prova disso são os 40 anos do Projeto A Escola vai ao Teatro completados em 2015”, comenta Radde. A ideia da transferência da direção de espetáculos para a filha começou há dois anos. “Já vinha amadurecendo isso com a Karen, que cresceu aqui dentro da companhia. Ela está mais que preparada e pronta para seguir a nossa história. Ela é ótima”, completa Radde que possui no currículo cerca de 60 peças teatrais criadas ou dirigidas por ele (20 delas para o público adulto e outras 40 para o infantil).
E o primeiro trabalho de Karen Radde será o musical “A Dama e o Vagabundo em Paris”, com previsão de estreia para o primeiro semestre de 2016. Para ela, será um momento importante, tanto profissionalmente quanto para a companhia. “Estou muito feliz e empolgada com esse desafio. Mesmo atuando como assistente de direção e, até mesmo diretora da Caravana da Fantasia, esse é uma passo muito maior que exige confiança e segurança. Aprendi muito com o pai, que me passou confiança, segurança e experiência”, define. Mantendo o estilo da Cia Teatro Novo, Karen pretende, no entanto, colocar o estilo dela nas futuras montagens. “É uma transição, mas vou imprimir o meu jeito no formato de sucesso construído pelo pai aos longos destes 47 anos”, conclui Karen.
Paralelo à direção, Karen pretende seguir atuando e com as demais funções dentro da companhia. Já Ronald, planeja ingressar na literatura e escrever, já em 2016, dois romances. “Já tenho duas histórias em mente e, quem sabe, até roteiro para o cinema”, completa.
*Com informações da assessoria de imprensa