Valéria Houston abre o festival Chapéu Acústico com o show ‘Musica Colorida’

Foto: Rodrigo Bragaglia

Da Redação

“Música Colorida” é a viagem musical colorida, divertida e emocionante que Valéria Houston fará no dia 5 de setembro, a partir das 19h, a Biblioteca Pública do Estado (BPE), na abertura do Festival Chapeu Acústico, que promoverá dez shows na instituição estadual, em setembro, quando o projeto comemora um ano. Com Rafael Erê ao violão, parceiro musical da cantora há dez anos, dentro e fora do Brasil, o show tem classificação etária de 16 anos, e duração de 1h15min. A contribuição é espontânea.

O clima da apresentação será de muita descontração, alegria, irreverência e tiradas inteligentes e  impagáveis, com pitadas de militância e ativismo contra a perseguição de gênero. O repertório traz canções próprias e  em inglês, francês e espanhol. As autorais merecem destaque, por se tratarem do álbum de estreia da cantora, “Sexo Frágil?” com letras que abordam  mais diferentes temas, dentro de sua trajetória pessoal e artística, sendo que a canção título foi composta por Valéria. As demais trazem grandes nomes do cenário musical brasileiro: Claudio Lins, Marcelo Várzea, Paulo Renato Nardelli e Paulo Mendonça (compositor de inúmeras canções dos Secos & molhados). Este mix de timbres, épocas e nuances, com colorido visual e auditivo já foi apresentado no Musical Petropar, no Foyer do Theatro Sao Pedro e no Teatro Solis, no Uruguai. O show brinca com timbres, línguas e sentimentos, que vão da emoção pura ao riso escancarado.

Valéria Houston

Ou Valéria Houston Barcellos nasceu Rodrigo Samuel Barcellos, em 17/12/1979, em Santo Ângelo (RS), filha de mãe solteira, que foi abandonada pelo pai da criança quando soube da gravidez. De família negra e conservadora, seus avós não consentiam o casamento da mãe com o pai,  por este ser branco e boêmio. O nome ‘Rodrigo’ foi uma homenagem ao capitão Rodrigo Cambará do livro “O Tempo e o Vento’ de Erico Veríssimo.

Teve uma infância humilde, tranquila e feliz. Aos 6 anos de idade cantou pela primeira vez na escola, conquistando seu primeiro título. Nesta época sua mãe casa novamente com o seu padastro, que virou legalmente seu pai, assim como de seus irmãos Vanusa e Ben-hur.

Aos 12 anos mudou-se para Catuípe, onde sua veia artística,até então adormecida, renasceu com força em festivais da cidade e da região. Anos depois volta a Santo Ângelo e continua se apresentando fortuitamente em bares, ainda como menino. Em um ensaio sem sucesso, aos 17/18 anos tenta a vida em Porto Alegre e logo desiste, pela situação financeira. Retoma seus tímidos projetos na capital gaúcha, em 1999 a 2000. Começou a trabalhar na escola de idiomas Kingwsway, que lhe deu um emprego remunerado, estabilidade e aulas de inglês, francês e espanhol, adquiridas via bolsas de estudo. Lá era auxiliar de escritório e quase um “faz tudo”, varrendo limpando e tudo mais. Neste mesmo ano de 2000 surgiu o convite par tornar-se crooner de um banda de baile, a Balança Brasil, quando tudo recomeçou. A rotina do grupo, a experiência da noite, aliada à coragem de expor um travesti por diversas partes do RS deu respaldo à cantora.

O menino que cantava com voz de menina enfrentou preconceitos, passou dificuldades, quebrou barreiras, atravessou fronteiras e resolveu assumir-se plenamente.Em 2005 venceu o concurso de rainha gay do carnaval de  Santo Ângelo, adotando o nome Valéria Houston. A cidade tornou-se pequena, era hora de ganhar a Capital. Radicou-se em Porto Alegre e hoje é é referencia artística no meio GLBTT, que a projetou, e até mesmo em públicos mais conservadores, sendo muito requisitada no Sul e outros estados do país. Em 2012 participou do programa de talentos “Astros” do  SBT, em que saiu semifinalista e ganhou notoriedade nacional, e cantou em Paris, após vencer o Festival da Aliança Francesa. E em 2015 concorreu no programa “Máquina da Fama”, também do SBT, em 2015, ano em que recebeu o Trofeu Mulher Cidadã de Porto Alegre, pela Câmara Municipal.

Foi a primeira transexual a ganhar o Troféu  Mulher Cidadã, conferido pela Assembleia Legislativa do RS, em 2016, quando em setembro, com Rafael Erê, foram os como primeiros artistas brasileiros a participar da semana de Arte Trans de Montevideo (Uruguai). Mostrou seu trabalho em eventos importantes, tendo cantado o Hino Nacional para autoridades do alto escalão da Presidência da República e apresentando-se no Theatro São Pedro, o mais importante do Estado. Atualmente, além tocar em Porto Alegre no Venezianos Pub e vários outros locais da cidade, atua no projeto “Valéria Convida”, duas vezes por mês em Ipanema, no Galeria Café (RJ). Valéria já tem seu espaço e prova que é muito mais que a cover que foi, de Whitney Houston, sendo hoje presença garantida, requisitada e lembrada no meio musical, sendo referência para músicos dos mais diversos ritmos ou gêneros.

Confira seu talento, nos links:

www.valeriahouston.com

www.facebook.com/valeriahoustonoficial  www.youtube.com/user/valeriabarcellos

Chapéu Acústico

Com produção de Marcos Monteiro é realizado uma vez por semana,  sempre às terças-feiras, com a proposta é realizar atividades culturais sem depender de verba pública ou privada, com a parceria de artistas profissionais. Nestas apresentações, em sua maioria de instrumentistas de formação jazzística e cantores (as) dispostos a movimentar a cena local, não há cobrança de ingressos, e o chapeu é usado como forma de arrecadação voluntária, como acontece nas performances de rua.

Informações e contato: Com o produtor Marcos Monteiro (telefones 3013-2236 e 9935-0608 e e-mail duearth@terra.com.br).
Contribuição espontânea.