Ospa inaugura sua Casa da Música e Temporada 2018 em concerto regido por Evandro Matté
A primeira apresentação da orquestra em Porto Alegre neste ano marca a inauguração da Sala de Concertos da Ospa (Fase 1 da Casa da Música). O pianista Cristian Budu é o solista do evento, que acontece no dia 24 de março, às 17h, e se repete no dia 25, no mesmo horário e local.
O primeiro concerto do ano da Orquestra Sinfônica de Porto Alegre (Ospa) na Capital gaúcha marca não só a abertura da Temporada 2018, que está repleta de atrações especiais, mas também o início de um novo capítulo na história da orquestra. A apresentação será o evento inaugural da Sala de Concertos da Casa da Música da Ospa, a fase 1 das obras do complexo musical que será o primeiro espaço próprio da sinfônica em quase 68 anos de história. No dia 24 de março, sábado, às 17h, o maestro Evandro Matté, diretor artístico da sinfônica, conduzirá a exibição especial, que terá no programa a estreia de obra de Arthur Barbosa, peça de George Gershwin com solos do pianista Cristian Budu e sinfonia de Antonín Dvorák. No dia seguinte, 25 de março, domingo, o concerto será reapresentado no mesmo horário e no mesmo local.
Valores dos ingressos e informações sobre as vendas: em breve em www.ospa.org.br.
A Temporada 2018 da Ospa será aberta no Interior do Estado no dia 16 de março, sexta-feira, em Taquara. A agenda completa do ano será anunciada em 15 de março.
A Casa da Música da Ospa, construída no Centro Administrativo Fernando Ferrari (CAFF) – Av. Borges de Medeiros, 1501 –, encerra um ciclo de busca por um local para abrigar tanto os ensaios quanto as apresentações da orquestra, com condições acústicas e de conforto adequadas aos instrumentistas e espectadores. Desde a sua fundação, a Ospa trabalhou em locais alugados ou emprestados. “Poderemos, finalmente, investir em nossa identidade sonora, assim como fazem as grandes orquestras internacionais”, afirma o maestro Evandro Matté. “Selecionamos um programa vibrante para este momento histórico”, completa o regente. A sequência de concertos no local receberá o nome de “Série Pablo Komlós”.
Sobre o programa
A primeira obra do concerto, chamada “M’ba epu porã”, foi feita pelo compositor Arthur Barbosa, violinista da Ospa, especialmente para a ocasião. “O título significa ‘música bela’ na língua Guarany. A obra conta a história da música na região sul do Brasil, considerando desde os primeiros sons da Natureza, passando pelas influências vindas do além-mar, pelas culturas indígena e africana e chegando à Ospa, expressão de importância maior na nossa música”, explica Barbosa.
A segunda peça do programa é “Rhapsody in Blue” de Gershwin (1898-1937), compositor que, após o sucesso dessa estreia, ficou conhecido como o homem que levou o jazz para as salas de concerto. O pianista Cristian Budu, primeiro brasileiro a vencer o prestigiado concurso de piano Clara Haskil (Suíça, 2013), será o solista. Filho de romenos que se estabeleceram no Brasil, Budu é um dos mais proeminentes jovens pianistas do país. Foi laureado com o primeiro lugar em diversos concursos nacionais, como o Concurso Nelson Freire (2010) e o Programa Prelúdio da TV Cultura (2007).
A tarde encerra com a “Sinfonia nº9 em mi menor”, de Dvorák (1841-1904), também conhecida como “Sinfonia do Novo Mundo”. A obra foi escrita pelo compositor checo enquanto ele residia nos Estados Unidos. Tem características marcadamente da checas, apesar de apresentar algumas referências ao universo sonoro do folclore norte-americano. Dvorák escreveu que o título representa “impressões e saudações do Novo Mundo” – uma espécie de cartão-postal da América. “Queremos marcar a abertura da Temporada 2018 com essa música, pois a Ospa também está entrando em um novo mundo, com a conquista de sua própria Sala de Concertos”, afirma Evandro Matté.
A nova Casa da Música da Ospa no CAFF
A Casa da Música da Ospa se constitui em um complexo musical. Além da sala de concertos com 1.100 lugares, haverá camarins, café, salas de estudos, saguão, entre outros espaços. O Governo do Estado do Rio Grande do Sul, através da Secretaria da Modernização Administrativa e dos Recursos Humanos (SMARH), cedeu a área de 2.500m² no CAFF para a Ospa fazer, no ano passado, a sua Sala de Ensaios – área que está se transformando nessa obra. O empreendimento se realiza com o suporte da Secretaria de Estado da Cultura, Turismo, Esporte e Lazer (Sedactel), do Ministério Público, da Fundação Pablo Komlós e a da sociedade civil.
Tarso Carneiro, da AT Arquitetura, empresa responsável pelo projeto, afirma: “O espaço em que a Sala está sendo construída foi concebido originalmente como um auditório, porém, foi utilizado como depósito por muitos anos. Nossa ideia foi aproveitar e valorizar a sua configuração, dando vida ao local”. O arquiteto relata que, entre as soluções encontradas nessa adaptação, está a colocação de mezaninos laterais que deixam a sala mais retangular (atualmente ela é quadrada), e de camarotes ao fundo da sala, que dão mais profundidade para a plateia. No teto, estão sendo colocadas placas acústicas em orientações variadas, que projetarão o som da forma mais adequada para a apreciação da música. A grande maioria das poltronas terá visibilidade de 100%. “Além disso, o entorno da sala de concertos será um ambiente agradável para as pessoas que passarem por ali. Nos preocupamos em tornar melhor o espaço de circulação pública”, completa.
A trajetória da Ospa pelos espaços de Porto Alegre
Há dez anos, a Ospa deixava o Teatro Leopoldina, local alugado, situado na Avenida Independência. Conhecido como o “Teatro da Ospa”, ele abrigou as atividades da sinfônica por 24 anos. Antes e depois disso, a orquestra contou com a parceria de diversos espaços para desenvolver as suas atividades.
As origens da Ospa estão diretamente ligadas à vida do maestro húngaro Pablo Komlós à Capital gaúcha. Ele foi convidado a dirigir algumas óperas em Porto Alegre em meados da década de 1945. Na época, as apresentações orquestrais aconteciam no palco principal do Cine Teatro Coliseu. Mas a Ospa só passou a existir oficialmente em 1950 – o primeiro concerto foi no Theatro São Pedro.
Um tempo depois, a orquestra passou a ensaiar e a se apresentar no antigo prédio da Pontifícia Universidade Católica (PUC), que atualmente é o Colégio Rosário. Posteriormente encampada pelo Governo Estadual, a orquestra ainda passaria pelo antigo Auditório Araújo Vianna (então localizado na Praça Matriz) e pelo Salão de Atos da Universidade Federal do RS (UFRGS) – este último, local que segue recebendo os concertos da Ospa até os dias de hoje.
Depois de 2008, quando desocupou o Teatro Leopoldina, a Ospa passou por espaços como o Palácio Piratini, o Armazém A3 do Cais do Porto, o Salão da Paróquia São Pedro, a Sala Elis Regina da Usina do Gasômetro e, por fim, a Sala de Ensaios no Centro Administrativo Fernando Ferrari (CAFF), que está se tornando a Sala de Concertos da Ospa.
Sobre a Fundação Orquestra Sinfônica de Porto Alegre
A Fundação Orquestra Sinfônica de Porto Alegre (FOSPA) é um complexo musical-educativo que, desde 1950, realiza um trabalho de difusão da música orquestral e formação de plateias no Rio Grande do Sul. Vinculada à Secretaria de Estado da Cultura, Turismo, Esporte e Lazer, mantém a Orquestra Sinfônica de Porto Alegre (OSPA), um coro sinfônico e uma escola de música – o Conservatório Pablo Komlós.
Concertos de Abertura da Temporada 2018 em Porto Alegre – Série Pablo Komlós