Depois de um ano marcado por conquistas como uma sala de ensaios própria, nomeações de músicos e a cedência do Palácio do Vice-governador para a sua Escola de Música e sede administrativa, a orquestra caminha em direção a 2018 com a perspectiva de ter sua sala própria de concertos. Para concretizá-la, os gaúchos são convidados a participar da campanha de financiamento coletivo “Faça parte desta história”.
A Orquestra Sinfônica de Porto Alegre tem muitos motivos para celebrar 2017. Além de ter cumprido uma qualificada agenda de concertos ao longo do ano, uma sala de ensaios própria foi inaugurada, 27 novos músicos foram nomeados, uma grande ópera foi montada no Theatro São Pedro, o Palácio do Vice-governador foi cedido para a Escola da Ospa e o convênio com o Ministério da Cultura (MinC) para a construção da sala de concertos própria da orquestra foi repactuado. Com a perspectiva de iniciar a Temporada 2018 no novo espaço, a Ospa comemora as realizações e convoca a sociedade para auxiliá-la na concretização de seus planos através de campanha de financiamento coletivo.
“Entregar música de qualidade à sociedade é nossa missão. Temos feito isso apresentando repertórios diversificados e trazendo ao Rio Grande do Sul maestros e solistas de várias partes do mundo. Em 2017, levamos, também, apresentações a municípios do Interior, descentralizando a música de concerto”, afirma Evandro Matté, diretor artístico da Ospa. “Para o próximo ano, poderemos qualificar ainda mais a programação, já que teremos a nossa casa própria de concertos e não estaremos mais tão dependentes da estrutura dos espaços que nos recebem”, completa.
Para finalizar a Casa da Música da Ospa, que está sendo construída no Centro Administrativo Fernando Ferrari (CAFF), contando com uma sala de concertos para mais de mil pessoas, e adequar o Palácio do Vice-governador (Palacinho) para receber a Escola de Música e sede administrativa da orquestra, foi lançada em novembro a campanha “Faça parte desta história”. Através dela, todos os apreciadores da orquestra podem fazer contribuições financeiras diretas e, assim, ajudar a Ospa a levantar o valor necessário para as obras. Como recompensas, os colaboradores podem ter desde o seu nome no painel de doadores, que será instalado no saguão da Casa da Música da Ospa, até uma placa em uma das poltronas da Sala de Concertos e passaportes para a agenda de apresentações no local.
“A ideia é aproximar ainda mais a Ospa da sociedade, permitindo que cada apreciador da orquestra possa ver a sua marca gravada nesses progressos que estamos conseguindo”, afirma Rogério Beidacki, superintendente administrativo-financeiro da Orquestra. As doações podem ser feitas em www.ospa.org.br.
Convidados – O time de maestros e solistas que dividiram o palco com a Ospa ao longo do ano contou com 67 nomes, incluindo 19 internacionais. Foram 19 os maestros que estiveram à frente da orquestra, e 48 os solistas convidados. Regentes como Risto Joost (Estônia), José Luis Gomez (Venezuela), David Del Pino Klinge (Peru/Argentina), Garret Keast (EUA), Stefen Geiger (Alemanha), Gudni Emilsson (Islândia), Enrique Diemecke (México) e Diego Naser (Uruguai), estrearam na condução da Ospa. Entre os solistas, instrumentistas premiados como a violinista Helena Berg (Alemanha), o trompetista Dominique Bodart (Bélgica), o oboísta Thimothée Oudinot (França), o contrabaixista Alberto Bocini (Itália) e o pianista Cristian Budu (Brasil) arrancaram aplausos dos porto-alegrenses, sem contar os músicos da Ospa que também fizeram solos.
A ópera com orquestra no fosso do Theatro São Pedro – A montagem da ópera “Don Giovanni”, de Mozart, foi um momento marcante da temporada 2017 da orquestra. Em 2016, a Ospa retomou as montagens operísticas encenadas com “Don Pasquale”, com maestro e instrumentistas ocupando o espaço cênico do palco. Neste ano, o Theatro São Pedro foi utilizado da forma como ele foi concebido para óperas: com a orquestra no fosso.
A Fundação Ospa solicitou a readequação do fosso do Theatro, que há mais de 30 anos não era utilizado por orquestra sinfônica devido à presença de uma parede ali instalada na década de 1980. Com a retirada da parede, pôde-se alojar uma orquestra de mais de 40 músicos no espaço, e voltou-se a fazer óperas tradicionais com a instrumentação original, revalorizando o local como casa de óperas. Foram duas noites de apresentação com casa cheia. A regência foi de Evandro Matté e a direção cênica de Caetano Pimentel.
Os grandes espetáculos no Auditório Araújo Vianna – Cinco concertos foram realizados ao longo do ano no Auditório Araújo Vianna, cada um deles com alguma atração especial. O primeiro colocou a orquestra no mesmo palco de Thomas Machado, vencedor do “The Voice Kids”, e seu irmão Eduardo Machado. Mais de 3 mil pessoas compareceram. O seguinte promoveu o encontro inédito da Ospa com Tasso Bangel, Arthur de Faria, Pedro Figueiredo e Matheus Kleber – quatro compositores gaúchos de diferentes gerações – tocando músicas autorais deles. No segundo semestre, uma homenagem às trilhas de filmes, realizada em evento duplo, foi prestigiada por quase seis mil espectadores. A Companhia Municipal de Dança de Porto Alegre participou com coreografias de Raul Voges. Por fim, uma manhã de tangos fechou a série, mais uma vez com casa cheia.
O Coro Sinfônico da Ospa – O grupo, regido por Manfredo Schmiedt, realizou exibições memoráveis, tanto à capela quanto acompanhando a orquestra. As interpretações da “Sinfonia nº 1” de Alexander Scriabin e da grandiosa “Sinfonia nº 2 – Lobgesang” de Mendelssohn, no aniversário de 500 anos da Reforma Protestante, foram os principais destaques. Cidades do Interior do Estado, como Dois Irmãos, Taquara e Canoas também receberam as apresentações, sempre lotadas.
A Escola de Música – A Escola de Música da Ospa seguiu dinamizando a vida didática da orquestra. O projeto “Escola da Ospa na Comunidade”, lançado em 2015 sob a coordenação de Diego Grendene de Souza, atual diretor da Escola, ganhou sequência e visitou 18 instituições: o Centro de Atendimento Socioeducativo (Case) Padre Cacique da Fase-RS, o Asilo Padre Cacique, a Cadeia Pública de Porto Alegre, o Instituto de Cardiologia, a Escola Estadual de Ensino Fundamental Madre Maria Selima, o Arquivo Público do Rio Grande do Sul, o Lar de Idosos Maurício Seligman, o Lar São José, a Escola Municipal de Ensino Fundamental Porto Novo, o Residencial Menino Deus, o Hospital Universitário de Canoas, a Escola Estadual Othelo Rosa, o Instituto Estadual do Livro, os Estúdios Audio Porto, a Escola Criação, a Escola Estadual de Ensino Fundamental Araguaia, o Museu Julio de Castilhos e a Praça Raul Pilla. As mais diferentes formações camerísticas se apresentaram nesses locais, para públicos que, em geral, não são os que frequentam as salas de concerto. Um dos eventos mais marcantes foi o recital de trompetes para os apenados da Cadeia Pública – a parceria será estendida para o próximo ano.
Os grupos orquestrais e de música de câmara do conservatório, além do Coro Jovem, promoveram uma movimentada agenda de apresentações. A Ospa Jovem, orquestra da Escola, promoveu concertos em palcos tradicionais da Ospa, como a Theatro São Pedro, e em eventos como o Festival Internacional de Fotografia de Porto Alegre e a Feira do Livro da cidade. A Série Recitais na Biblioteca, que leva a música dos estudantes avançados da instituição ao Salão Mourisco da Biblioteca Pública, parceira na realização da série, ganhou sequência com cinco exibições.
Alunos da Escola foram agraciados com bolsas de estudo de instituições internacionais. Os casos que ganharam mais visibilidade foram os de Weslei Ajarda, que está estudando contrabaixo na Suíça, e de Renato Oliveira, que embarca em breve para a Bélgica para estudar trompete. Em dezembro, foi anunciada a parceria com a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) que facilitará o aperfeiçoamento de estudantes e professores da Escola da Ospa na instituição. Em contrapartida, membros da Universidade poderão ser solistas nos concertos da Ospa.
No próximo ano, com a perspectiva da mudança do atual prédio, localizado na Avenida André da Rocha, para o Palácio do Vice-governador (Palacinho), o número de alunos da escola vai passar de 250 para 400.
– A Temporada 2018 trará novos convidados, a montagem de mais uma ópera encenada (A Viúva Alegre, de Franz Lehár), a montagem de um balé com o Balé Estável do Teatro Colón de Buenos Aires, a continuidade das séries lançadas e novidades que serão anunciadas em breve. Acompanhe as notícias da Ospa pelo www.ospa.org.br.
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