Morre músico brasileiro Naná Vasconcelos

Via Diário Digital

Naná Vasconcelos morreu na manhã desta quarta-feira (9). O percussionista pernambucano estava internado desde o último dia 29 de fevereiro no Recife, com complicações em razão da evolução de um câncer no pulmão.

A última apresentação de Naná foi em Salvador, no I Festival Internacional de Percussão. Ele apresentou-se com Lui Coimbra no dia 27 de Fevereiro. O percussionista teria passado mal após o espetáculo. Referência internacional, Naná Vasconcelos também tinha apresentações agendadas na Ásia para o mês de Abril.

Em 2013, Naná Vasconcelos foi o grande homenageado da folia na capital pernambucana. Na época, declarou: “Ser homenageado vivo já é uma vitória. O que mais posso querer?”

Referência internacional na música brasileira, jazz e world music, Naná Vasconcelos venceu oito prêmios Grammy e também foi eleito oito vezes o melhor percussionista do mundo pela revista americana de jazz Down Beat, que é publicada desde 1934.

Nascido no Recife em 2 de Agosto de 1944, começou a tocar ainda criança, tocando bateria em cabarés e envolvendo-se com o movimento do maracatu em Pernambuco. Além da habilidade com os tambores, também era uma referência pela habilidade em tocar berimbau.

Nos anos 1960, chegou a acompanhar Gilberto Gil e Gal Costa em concertos. Mas a carreira tomou novos rumos quando ele viajou para o Rio, conhecendo nomes como Maurício Mendonça, Nélson Angelo, Joyce e Milton Nascimento, com quem gravou dois LPs.

Em São Paulo, Naná fez parte do Quarteto Livre, que acompanhou Geraldo Vandré na histórica Pra não Dizer que Não Falei de Flores na fase paulista do III Festival Internacional da Canção.

Posteriormente, depois de formar o Trio do Bagaço, com Nélson Angelo e Maurício Maestro, Naná empreendeu numa bem-sucedida carreira internacional.

Utilizando instrumentos de percussão como o berimbau e a queixada de burro, chegou a tocar com ícones do jazz, incluindo Miles Davis, Art Blakey, Tony Williams, Don Cherry e Oliver Nelson.

Deu espetáculos históricos em Nova Iorque e no prestigiado festival de jazz de Montreaux, na Suíça, encantando o público e a crítica.

Eclético, Naná também fez parcerias com nomes como B.B. King, Jean-Luc Ponty e com os Talking Heads.

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