Hoje na História: 1980 – John Lennon é assassinado em Nova York

Do Opera Mundi

John Lennon, ex-membro dos Beatles, a banda de rock que revolucionou a música popular nos anos 1960, é alvejado e morto por um fã em Nova York em 8 de dezembro de 1980. O artista, de 40 anos, havia chegado ao luxuoso edifício Dakota, em Manhattan, quando Mark David Chapman atirou quatro vezes com um revólver calibre 38. Lennon foi transportado com urgência para o hospital, mas os médicos não conseguiram reanimá-lo.

Lennon e outros artistas gravam a canção "Give Peace a Chance", em 1969. Wikicommons
Lennon e outros artistas gravam a canção “Give Peace a Chance”, em 1969. Wikicommons

Chapman havia recebido um autógrafo de Lennon mais cedo naquele mesmo dia e permaneceu na cena do crime até ser preso pela polícia. Durante uma semana, centenas de fãs fizeram vigília ininterrupta às portas do Dakota e demonstrações de pesar e luto aconteceram em todo o mundo.

Provenientes de Liverpool, Inglaterra, e influenciados pelos primeiros grupos norte-americanos de “rock and roll”, os Beatles conquistaram o Reino Unido em 1963 com o disco “Please Please Me.” A “Beatlemania” espalhou-se pelos Estados Unidos em 1964 com o lançamento do disco “I Want to Hold Your Hand”, seguido de uma sensacional turnê pelo país. Com a juventude disposta a romper com o rígido cenário cultural dos anos 1950, os Beatles, com sua música exuberante e a postura de rebeldes de bom temperamento, constituíram-se nos perfeitos catalisadores da mudança.

Os Beatles venderam dezenas de milhões de discos e estrelaram em filmes de grande sucesso como “A Hard Day’s Night”. Em 1966, os Beatles fizeram uma pausa nas turnês para se concentrar na gravação em estúdio do álbum de 1967 “Sgt. Pepper’s Lonely Heart’s Club Band”, uma produção de concepção psicodélica vista pela maioria dos críticos e fãs como uma obra-prima da música popular em todo o mundo.

Garoto de Liverpool

Lennon era considerado o intelectual da banda e certamente foi o mais autêntico e franco dos quatro. Causou uma grande controvérsia em 1966 quando declarou que os Beatles eram “mais populares que Jesus Cristo,” levando a Associação Bíblica Americana a queimar publicamente discos dos Beatles. Mais tarde tornou-se um ativista em favor da paz, flertando com posições de esquerda nas letras de sucessos de sua carreira solo como “Imagine,” gravada depois da dissolução da banda em 1970.

Em 1975, Lennon se afastou do mundo dos negócios das gravadoras para passar mais tempo com a esposa, Yoko Ono, e o filho, Sean. Em 1980, retornou com o álbum “Double-Fantasy”, aclamado pela crítica, que celebrava seu amor por Yoko cantando inclusive canções compostas por ela. No fatídico 8 de dezembro de 1980, sua tranquila vida doméstica foi destroçada por Chapman.

Psiquiatras consideraram Chapman como um psicopata limítrofe. No processo judicial, ele foi instruído a alegar insanidade mental, mas se declarou culpado pela morte. Foi condenado a 20 anos de reclusão. Em 2000, lhe foi negada liberdade condicional, com a justificativa de que “seu ato violento e atroz foi aparentemente provocado pela sua necessidade de ser reconhecido”. Chapman continua atrás das grades na prisão de Attica, no estado de Nova York.