Todas as artes lembram 100 anos de morte de Simões Lopes Neto

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Programação em homenagem ao centenário do escritor começou nesta terça (14)

Nesta terça-feira, 14, completam-se 100 anos da morte do pelotense João Simões Lopes Neto, escritor que resgatou lendas locais e de outras partes do Brasil e lhes deu novo formato se valendo de linguagem pampeana original pela narrativa do seu personagem Blau Nunes. Para celebrar o Ano Oficial do Centenário da Morte de João Simões Lopes Neto, criado pelo decreto número 19.400 e assinado pelo prefeito José Fortunati, a Secretaria Municipal da Cultura prepara programação que começa nesta terça, às 19h, na Biblioteca Pública Municipal Josué Guimarães (av. Erico Veríssimo, 307), com evento que contrapõe Simões a Erico Verissimo. Entre as ações previstas está a remontagem, pela Cia Municipal de Dança, do ballet A Salamanca do Jarau e que foi criado em 1945 por Tony Petzhold com música de Luiz Cosme.

A programação prevê, entre outras atividades, uma mostra de filmes em longa e curta metragem baseados na obra de Simões  na Cinemateca Capitólio durante a Semana Farroupilha, contação de histórias para crianças no jardim do Museu Joaquim José Felizardo, sarau lítero-musical a cargo das coordenações do Livro e Literatura e de Música, mostra de reproduções de gravuras de Nelson Boeira Faedrich feitas para o livro Negrinho do Pastoreio, leituras dramáticas, montagem Historietas, edição especial da Escola de Espectadores sobre a dramaturgia a partir da obra simoniana. Na última semana de novembro, será realizado um conjunto de atividades envolvendo todas as áreas da SMC para dar fechamento à homenagem.  Será parceiro nestes eventos o Instituto João Simões Lopes Neto, de Pelotas, que abriga os originais do autor e mantém viva sua memória através de diversas atividades.

A iniciativa de homenagear o escritor pelotense, reconhecido como um dos grandes autores brasileiros e que trouxe para a literatura a característica linguagem regionalista do pampa, é da Secretaria Municipal da Cultura. Para o secretário da Cultura, Roque Jacoby, a homenagem ao centenário de Simões “preenche uma lacuna na história do Rio Grande do Sul no sentido da valorização deste grande escritor, que garante ao Estado uma das principais posições de destaque no cenário literário brasileiro.” Jacoby acrescenta que o Simões é considerado o melhor contista brasileiro. “Porto Alegre quer, agora, homenagear este cidadão que, além de valorizar a cultura rio-grandense, com suas tradições e seu jeito de ser, tanto orgulha o nosso Estado”, destaca o secretário.

O debate sobre os clássicos de Simões Lopes Neto e Erico Veríssimo, na noite desta terça-feira, 14,  na Biblioteca Pública Municipal Josué Guimarães conta com participação da dra. em Teoria Literária e professora do Instituto de Letras da UFRGS Márcia Ivana de Lima, da escritora e dra. em Literatura da América Latina Lélia Almeida, e da pós-graduanda do Curso de Letras da UFRGS Paula Marcolin.

Simões, criador do personagem Blau Nunes, o vaqueano narrador de seus contos, nasceu em Pelotas em 9 de março de 1865 e morreu no dia 14 de junho de 1916. Seus trabalhos estão reunidos em quatro livros: Cancioneiro Guasca (1910), Contos Gauchescos (1912), Lendas do Sul (1913), que inclui as conhecidas Negrinho do Pastoreio e A Salamanca do Jarau, e Casos do Romualdo (1914). Começou a publicar seus textos na imprensa local e hoje parte de seu acervo está no Instituto que leva seu nome, instalado em uma das casas em que ele morou.