Obra de Maria Carpi entra em pauta na Feira do Livro de Porto Alegre
Além de O cego e a natureza morta (um único poema, dividido em três cantos), que foi para as livrarias em setembro último, a premiada autora MARIA CARPI lança uma nova obra de poesia durante a 62ª edição da Feira do Livro de Porto Alegre. Inédito, O DESVARIO DO PÓLEN (2016, 128 páginas) também chega às lojas pela editora Ardotempo. Ambas as publicações serão autografadas no domingo 13 de novembro, às 20h. Antes, às 19h, acontecerá uma mesa-redonda sobre a sua obra, coordenada pelo psicanalista Luiz-Olyntho Telles da Silva, na Sala Oeste do Santander Cultural (Sete de Setembro, 1.028 – Praça da Alfândega), com entrada franca.
A poeta classifica O cego e a natureza morta (Ardotempo, 2016, 144 págs., R$ 35,00) como sua obra mais “barroca”, em estilo literário, dada a densidade da escrita. O livro – cuja primeira versão tem mais de cinco anos – se debruça sobre o ver e o não ver, pensar sobre o despercebido, nas palavras de Maria Carpi. Ela pede ao cego para lhe ensinar a enxergar com a sensibilidade.
Nascida em Guaporé em 1939, ela começou a escrever poemas na adolescência, chegou a publicar em um jornal acadêmico durante a faculdade de Direito na UFRGS (finalizada em 1962). No entanto, a estreia na literatura foi somente em 1990, com Nos Gerais da Dor (Ed. Movimento), título que arrebatou o prêmio de Revelação pela Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA) daquele ano.
Com quatro Açorianos no currículo, sendo finalista de um Jabuti, três vezes Melhor Livro do Ano em Poesia pela AGES, a escritora tem uma longa produção, apesar de ter começado a publicar tardiamente, aos 50 anos. Hoje, aos 77, comenta que tem prontos ainda 21 títulos, sem previsão de lançamento.
O mais recente a sair da gaveta é O DESVARIO DO PÓLEN, que tem uma história ainda mais remota e peculiar. Foi escrito pela poeta quando ainda universitária, são versos feitos entre 1960 e 1964. “Havia uma distância enorme, mas eu li e não modifiquei nada. Respeitei a autora, que era a Maria Elisa”, brinca ela que, como escritora madura, veio a assinar “Maria Carpi”. Daquela época, relembra que havia ganhado de seu pai Os sinos de Nagasaki, de Paulo Nagai, lançado em 1956. Na obra, o médico que salvou famílias descreve as cenas terríveis da bomba atômica na II Guerra Mundial. “Eram momentos díspares: o éden soberbo da minha infância enquanto povos eram bombardeados”, reflete a menina que foi criada na Serra gaúcha e se assombrou quando viu pela primeira vez um lagarto desentocado, que lhe foi símbolo da estranheza do mundo.
Depois do principal evento literário da Capital, os dois títulos de Maria Carpi podem ser encontrados para compra nas livrarias Cultura, Palavraria, Bamboletras, Sapere Aude Livros e Palmarinca.
62ª Feira do Livro de Porto Alegre
PROGRAMAÇÃO
Domingo, 13/11, às 19h, no Santander Cultural:
ENCONTRO DE AMIGOS DE MARIA CARPI – coordenado pelo escritor Luiz-Olyntho Telles da Silva – com récitas de poemas por Dilan Camargo, Cíntia Moscovich, Mariana Carpi, Maria do Carmo Campos, Hilda Simões Lopes, Cristina Macedo e Nayr Tesser.
*na ocasião, serão entregues aos presentes os libretos “A poesia épico-lírica de Maria Carpi”, assinados por Luiz-Olyntho.
AUTÓGRAFOS
Domingo, 13/11, às 20h, na Praça Central de Autógrafos***
– O CEGO E A NATUREZA MORTA – Poesia – MARIA CARPI
144 páginas
Capa: Fotografia de Gilberto Perin
Edições Ardotempo – 2016
Valor: R$ 35,00
– O DESVARIO DO PÓLEN – Poesia – MARIA CARPI
128 páginas
Capa: Fotografia de Gilberto Perin
Edições Ardotempo – 2016
Valor: R$ 25,00
*** Livros estarão à disposição na banca da Palmarinca, na Feira, ou no estande das obras a serem autografadas, ao lado do Pavilhão.