Em 2013, Roger Monteiro e Felipe Basso se lançaram a um trabalho de registro fotográfico comentado sobre as manifestações que assolaram o país, procurando compreendê-las não tanto pelo viés político, mas enquanto fato social e, por que não, estético. O que eles não sabiam, então, é que, passados cinco anos, ainda estaríamos aqui, todos, tentando entender as causas e consequências daquele movimento que mudou o futuro do país, na velocidade vertiginosa e leviana das redes sociais.
Junho, Fragmentos de uma revolução flashmob (Horror Vacuo, 94 páginas, R$29,90) é uma investigação visual, errática e telegráfica acerca de como a Internet exerceu um papel fundamental para a existência desse levante, não apenas como instrumento de organização e aglutinação de pessoas, mas como elemento capaz de hackear as estruturas mentais viciadas normalmente vinculadas aos movimentos sociais. O livro tem prefácio de Luís Augusto Fischer.
O lançamento acontece no dia 04 de dezembro (terça-feira), a partir das 18:30, na Bamboletras (Lima e Silva, 776 – Cidade Baixa, Porto Alegre/RS).
Fragmento do livro:
“A primeira geração impactada pela lógica sedutora das redes de compartilhamentode arquivosse acostumou a viver sob o signo do imediato. A natureza dos seus próprios anseios é tão transitória que, se eles não puderem ser atendidos de modo instantâneo, perdem a razão de ser. O que nós queremos, queremos agora.Sempre que as veis a as artérias de uma sociedade se mostrarem obstruídas, essa obstrução tornará pungente a constante noção de descompasso no tempo sob a qual vivemos. Sentindo como se nos movêssemos imersos em um ambiente líquido muito denso, é preciso exacerbar o movimento, tensioná-lo ao nível da pantomima, empreender o grito para garantir a sobrevivência do sussuro.”
Roger Monteiro nasceu em Porto Alegre, no fim da década de setenta. Estudou literatura, arte e heráldica. É um provocador profissional composto por três metades: às vezes designer, às vezes roteirista, às vezes artista visual. Acredita que, quando está cem por cento certo a respeito de algo, não está fazendo seu trabalho direito. Atualmente, vive uma aventura fantástica dentro da máquina pública, onde gosta de imaginar que pode causar algum impacto positivo na vida da cidade. Pilota uma motocicleta velha chamada Lady Luck.
Felipe Basso não falou uma única palavra até os 4 anos de idade e, ironicamente, se formou em Comunicação Social. Acorda cedo e dorme tarde. Já trabalhou como jornalista, produtor de TV, assessor de imprensa, colunista e redator publicitário, além de ser cronista da oficina Santa Sede – Crônicas de Botequim, premiada com melhor livro de crônicas no prêmio AGES 2017.
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