Contos Conversas de Livraria&Avulsas: o autor Jorge Alberto Benitz estará autografando na Feira do Livro no dia 14 de Novembro de 2017 às 19h30.
A primeira parte, Conversa de Livrarias, como o próprio nome diz, compila histórias que giram em torno de uma livraria e seus frequentadores. Narrar situações tiradas de conversas de livraria não pode ser e não é o mesmo que narrar o dia-a- dia de uma redação de jornal, como é feito no excelente livro de Lima Barreto “As Recordações do Escrivão Isaías Caminha”. Apesar de ser frequentado, muitas vezes, por pessoas com o mesmo perfil daqueles que frequentam livrarias, a redação de um jornal sempre se caracteriza por ser um local que é principalmente onde se ganha o pão, dai a fricção por espaços, da luta para concretizar ambições pessoais , das mesquinharia s contra o outro para fazer valer seus objetivos individuais, enfim um local de trabalho. Daí o caráter diferente da narrativa de conversas em uma livraria. Conversas amistosas de pessoas que buscam se relacionar civilizadamente com o outro ainda que, às vezes, tenham perfil cultural e ideológico antagônico.
A segunda parte, Conversas Avulsas, é baseada na vivência do autor em um mundo pós- queda do muro de Berlim e fim do socialismo real, com tudo que isso implicou e ainda implica, para o bem e para o mal. Histórias inspiradas por fatos vividos ou puramente imaginados desvelando o lado virtuoso ou mesquinho da vida contemporânea. Nada que outros literatos mais talentosos não tenham dissecado e melhor tratado. Apenas me socorro da vantagem de viver o dia a dia nesta quadra da história, nesta aldeia do paralelo 30 S.
Jorge Alberto Benitz, nasceu em Santo Ângelo em 1953. Engenheiro, consultor, com artigos publicados no Observatório da Imprensa, Jornal Sul21, Boitempo Editorial, revista CartaCapital e Zero Hora. Participou no romance Coletivo Apolinário e Esmê, Luz e Sombra no Paralelo 30 (Oficina Luiz A. Fischer). Também publicou poesias no Jornal Zero Hora, Correio do Povo (Blog do Juremir), Umbigo do Lago, Blog de poesia A Precisão do Impreciso.
jorge alberto benitz diz
Hal Foster, crítico e historiador de arte norte americano, defende que os artistas ao lançar um olhar ao passado mostram ao sujeito contemporâneo que não existe somente o aqui e agora, o presente tornado totalizante nesta era desmemoriada e volúvel. Faz isso, às vezes, de modo inconsciente.
Meu olhar interessado em direção ao passado através dos personagens faz esta trajetória, ainda que eu não tenha escrito nada deliberadamente com este intuito. Esta é a beleza da escrita ficcional que tem a capacidade de assumir outras interpretações não menos interessantes do que a que inicialmente move quem escreve algo.