O livro conta a história de um jornalista de Porto Alegre que não consegue achar uma razão de ser. Tudo lhe parece fútil e fugaz. Ele não consegue encontrar uma materialidade para sua existência. É uma pessoa vazia, triste, melancólica, sem certezas. Não há esperança em sua mente. Ele vive sua vida apenas pensando que, a cada volta do relógio, ele está se aproximando cada vez mais de sua finitude – ao invés de perceber o presente como dotado de muitas possibilidades e esperanças. É um ser efêmero e existencialista que não consegue enxergar a verdade de si mesmo no espelho.
Nesse sentido, porém, o personagem começa a se encontrar na literatura. Para ele, a literatura passa a ser encarada como crença, como entremeio existencial. O pessimismo de outrora é renegado ao passado, e o personagem começa a perceber a realidade de uma maneira literária. No entanto, muito embora tenha tentado achar a liberdade através da literatura, a arte se fecha nela mesma. O personagem não consegue mais diferenciar o que narra do que vive. Tudo passa a ser metalinguagem. Os velhinhos e os loucos de seus contos passam a existir pelas ruas de Porto Alegre, e ele não tem mais consciência se não está, ele próprio, vivendo dentro de um livro.
Assim, a literatura passa a ser uma representação medíocre e incerta da realidade, e suas náuseas voltam à tona. O personagem começa a namorar uma moça. Juntos, mandam a literatura à merda se beijando ao pôr-do-sol, gritando que “apenas o momento presente importa”, e que os escritores são um bando de gente pessimista que não tinham a quem amar. Ele passa a encontrar no amor por Lola a felicidade que, anteriormente, a literatura lhe trazia. Ele atinge uma pureza de espírito, uma plenitude de sua alma, um presente alegre, muito embora no final do livro as coisas não sejam bem assim…
O título é extremamente emblemático, no sentido de que, se somos um eterno “tornar-se algo”, muitas coisas se acumulam e se perdem entre o presente vivido e o futuro projetado. É assim que o personagem encara sua vida: ele é um eterno quase, um ser incompleto e triste. Assim, ele se sente completo primeiro através da literatura, e, depois, através do amor por Lola. O título, na realidade, é bem apelativo, para que percebamos a vida que se vive, e não postergarmos nossos sonhos a um futuro incerto. A vida é o presente, pois ele é a única coisa plenamente real que existe, e, portanto, deve ser vivido de uma maneira conscientemente real e plena.
O livro será lançado de maneira independente, neste sábado, dia 08/7, das 14 às 20h, na livraria letras & cia, no shopping paseo (av. Wenceslau Escobar, 1823). O livro pode ser adquirido nos seguintes locais:
Livraria Taverna (Rua Cel. Fernando Machado, 370)
Livraria Bamboletras (Rua Gen. Lima e Silva, 776)
Café Cartum (Rua José do Patrocínio, 637)
Livraria Baleia (Rua Santana, 252)
Ladeira Livros (Rua General Câmara, 385)
Palmerinca (Rua Jerônimo Coelho, 281)
Livraria Letras & Cia (sede em poa: shopping Paseo; sede em Novo Hamburgo: Bourbon Shopping Novo Hamburgo)
Evento no Facebook: www.facebook.com/events/896854243785691
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