Dentro da programação da Feira Literária do Parlamento Gaúcho, que será realizada entre 4 e 10 de julho no hall da Assembleia Legislativa do Estado, Dilan Camargo lança “A Arte do Medo”, pela Editora Minha Lei é Ler, de propriedade do autor e sua esposa, Magda Brito. A violência e o medo permeiam o livro de poesias para adultos, com uma linguagem próxima ao teatro, que terá sessão de autógrafos no dia 5 de julho (quinta-feira), a partir das 17h, com entrada franca.
Dilan Camargo é conhecido pela sua extensa obra em poesias e narrativas para o público infantil e juvenil, mas publicou e publica também poesia para adultos, como ocorreu no livro “A Fala de Adão”, Prêmio “Livro do Ano” na categoria Poesia da Associação Gaúcha de Escritores (AGE) de 2015. Com uma certa dureza formal nos próprios versos dos poemas, esta publicação é dividida em três partes: A Arte do Medo, O Teatro da Cachorra e A Razão Cínica.
Sobre seu livro, que está sendo escrito há muito tempo, Dilan avisa que não é de momento e nem sobre o momento histórico brasileiro. “Nele não há referências e nem inferências, talvez palavras desagradáveis. Relutei em publicá-lo porque trata do universo da violência e do medo: não queria reproduzir e nem corroborar a chamada ‘cultura do medo’. Tinha que publicá-lo, e aí ele está, com as suas angústias e imperfeições”, afirma. O tema está presente no cotidiano dos brasileiros, mas também no de outras sociedades. Há ainda um medo do Outro. Isto é abordagem para a poesia? A poesia contemporânea dispõe de uma “linguagem poética” para falar da violência e do medo?
Numa realidade social marcada pela violência, cada indivíduo se transforma numa vítima ou num agressor, real ou potencial. Todos se tornam suspeitos. O que imobiliza as pessoas, a matéria diária da imprensa, é o medo. Cada um se torna um “artista do medo”, (título do poema que abre o livro), pervertendo a arte de sobreviver humanamente.
As epígrafes do livro são retiradas de obras de Nicanor Parra, Carlos Drummond de Andrade, Armando Freitas Filho e Santo Agostinho. Na poesia brasileira, Carlos Drummond de Andrade, tanto em “Sentimento do Mundo”, com o poema “Congresso Internacional do Medo”, como em “A Rosa do Povo”, com o poema “O Medo”, inaugurou essa poética do medo, tão real no Brasil há décadas, da qual somos herdeiros.
Serviço:
Dia: 5 de julho de 2018 (quinta-feira).
Hora: a partir das 17h.
Local: Hall da Assembleia Legislativa (Praça da Matriz, s/nº)
Preço sugerido: R$ 25,00
Entrada franca.
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