O poeta de Última Safra do Silêncio (Prêmio Açorianos de Poesia, 1999) e Construção das Ruínas está de volta. Carlos Caramez lança a vida das sobras (Editora Leitura XXI) na 10ª FestiPoA Literária, no dia 6 de maio, a partir das 15h30min, no Instituto Goethe. O livro de “versos vigorosos, dilacerado até a última fibra de sua alma”, encerra a trilogia de “poemas incuráveis” do autor.
Informações sobre a produção do escritor estão no site www.carloscaramez.com, criado recentemente.
Como afirma Marcelo Backes, escritor, tradutor, professor e crítico literário, em texto no site do poeta, “Caramez ensina desde o princípio a resistir, aproveitando o pouco que resta, dando vida às sobras nas obras da sombra”. Já no primeiro poema, diz a que vem – tudo que eu tenho / é meu corpo / o que faço / é minha vida / nada é mais veloz / que a minha pressa.
a vida das sobras é um campo minado, uma armadilha, um recado urgente para o leitor. Nos dias de hoje, na barbárie que se forma, são poemas imprescindíveis. Quem falou que as sobras desaparecem, viram resquícios, desperdícios, se tornam inaproveitáveis, ficam no esquecimento, morrem no lixo? Para o poeta que sobrevive “numa nação sem noção de nada, um país sem pátria, o lixo da história é uma mina a ser lavrada com o sangue das unhas arranhando as pedras do real”.
Em vários momentos, ficam visíveis os resquícios autobiográficos de quem escreve com sangue. Caramez parece dizer a cada linha como o país, esse lugar, o machucou, o feriu, o dilacerou. Tanto que ele não o deixará enquanto a dor não transparecer também no rosto desse lugar. Sobra inclusive para Porto Alegre, para onde o poeta sempre volta. Sua poesia é instigante e marginal. Quebra o silêncio da noite. Sangra em contagem regressiva.
Lançamento a vida das sobras, dentro da programação do FestiPoA Literária 2017:
Data – 6 de maio, sábado / Horário – 15h30min às 18h30min
Local – Instituto Goethe, Rua 24 de Outubro, 112, Independência / Fone: 51 2118 7800.
Preço de capa – R$ 15,00
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