Amaro Abreu lança o livro de arte Habitat
O artista plástico Amaro Abreu lança no sábado, dia 15 de outubro, a partir das 16h, na Livraria Bamboletras (Lima e Silva, 776), o livro Habitat, edição da Libretos, viabilizada pela plataforma de financiamento coletivo Catarse. A publicação traz imagens de grafites pintados em muros, trabalhos feitos em papel, nanquim, lápis colorido e aquarela, fotos de viagens, rascunhos, desenhos finalizados e alguns escritos, criações que revelam um artista peculiar. Com o preço de capa a R$ 40,00, Habitat já está disponível nas livrarias Bamboletras e Palavraria. O lançamento terá com a participação do grupo musical The 4Leaf Clover – do inglês O Trevo de 4 Folhas, símbolo da Irlanda – formado por Angelo Borgese (Violoncelo), Daniela Mei (percussão), Julia Lorenz (Violino e bandolim), Julia Valentini (Violão) e Stefania Colombo (flautas).
Segundo Amaro, o trabalho é uma reflexão visual sobre “o nosso habitat, a natureza e o humano, que estão cada vez mais dissociados”. Remete para um lugar de seres flutuantes que “lembram figuras circenses, menestréis ou arlequins, mas os olhos são reflexivos, sérios”, conforme observa a jornalista Rosina Duarte, em texto no livro. São seres que circulam por um mundo harmônico e de paisagens oníricas, que abriga plantas orgânicas, criaturas com cabeças em forma de círculos perfeitos e monstros de olhar manso. Um universo paralelo que, possivelmente, está dentro de cada indivíduo, mas que a urgência cotidiana não deixa fluir.
Grafiteiro e aquarelista, Amaro é um artista urbano. “Desde onde minha memória consegue alcançar, me lembro da conexão com as imagens”, revela no livro. Já participou de cinco exposições, somando individuais e coletivas, e tem sua arte espalhada pelo Uruguai, Paraguai, Argentina, México, França e Alemanha, inclusive nas ruínas do simbólico Muro de Berlim. No Brasil, além de Porto Alegre, seus trabalhos estão em Santa Catarina, São Paulo e Rio de Janeiro. Neste ano, ele foi um dos selecionados para o Recifusion, festival internacional de grafite realizado em Recife/Pernambuco.
Percepções sobre as criaturas de Amaro
No Habitat de Amaro Abreu “encontramos o sonho mais antigo e irrealizado da humanidade: o convívio sereno entre as espécies”, escreveu Rosina Duarte. Para a escritora e jornalista Eliane Brum, articulista do jornal El País, “nós precisamos muito habitar os universos paralelos do artista”.
O cartunista Santiago diz que Amaro “se arrisca, por exemplo, em uma perspectiva aérea olho de pássaro, em uma aquarela leve e translúcida, como manda a tradição da aquarela”. Luiz Hernani Melo Chaves, artista plástico e arte-educador, vê no trabalho exuberância, sensibilidade, suavidade, sutileza. “Não é fácil ter sutileza, colocar a essência na roda. Exacerbação é fácil. Mas atingir o ponto certo, causar danos, afetar, fazer a pessoa mudar internamente… isso é difícil”.
Vera Rotta, jornalista e artista plástica, fala em delicadeza e força ao se referir às criações de Amaro. “Ele permite entrar em outros mundos, nos conduz a um universo paralelo e nos deixa mergulhar nele”. Para a jornalista Marina Martinuzzi, em texto que está no livro, “entre paisagens naturais e outras construções, quem diria que as criaturas de Habitat nos levariam a interiores tão distintos e similares a nossa própria experiência?”.