Aldyr Garcia Schlee lança ‘O Outro Lado – Noveleta Pueblera’ dia 3 de novembro no MARGS

Foto: Divulgação

O escritor, jornalista, tradutor, desenhista e professor Aldyr Garcia Schlee lançará em Porto Alegre O Outro Lado – Noveleta Pueblera  no dia 3 de novembro, às 11h, no Museu de Arte do Rio Grande do Sul Ado Malagoli (MARGS). Durante o lançamento, além dos autógrafos, Schlee vai conversar com o público sobre a sua obra. O evento terá a participação da jornalista Tânia Carvalho e do escritor e poeta Pedro Gonzaga, que farão a leitura de trechos do livro. Na capa, a foto da ponte que liga Jaguarão, cidade onde o autor nasceu em 22 de novembro de 1934, a Rio Branco/Uruguai, tem a assinatura do fotógrafo Gilberto Perin.

Schlee é um especialista em literatura gaúcha e uruguaia, e sua produção tem como foco principal a identidade cultural que perpassa as relações fronteiriças. Neste romance, que ele prefere chamar de “noveleta, uma noveleta pueblera”, conta a história aparentemente corriqueira e trivial de algumas personagens desgarradas e esquecidas, das quais, habitualmente, nunca se ouve a voz e tampouco se quantifica a emoção. Mas estão preenchidas de densidade, encharcadas de esperança, de vida intensa na sua rotina previsível, providas de exuberante humanidade.

A saudade, o desespero, a solidão. Uma tempestade de raios e trovões produzindo um cenário épico e coerente para a dimensão de uma tragédia insuperável e traumática. A explicação de um peão sobre porque os muito ricos têm dinheiro e a revelação do porque os que nada têm nunca terão a condição de amealhar recursos suficientes para superar as suas próprias carências. São palavras e situações que conduzem o leitor por uma comovente narrativa de sentimentos e expectativas humanas.

Depois de O Outro Lado, que tem o valor de R$ 40,00, Schlee já prepara o lançamento do Dicionário da Cultura Pampeana Sul-Rio-Grandense.

Sobre o autor

Escritor, jornalista, tradutor, desenhista e professor universitário, Aldyr Garcia Schlee nasceu em Jaguarão (RS) no dia 22 de novembro de 1934.

Doutor em Ciências Humanas, Schlee publicou mais de 15 livros, entre contos, ensaios e romances e sua obra integra mais de seis antologias. Alguns dos seus livros foram primeiramente publicados no Uruguai pela editora Banda Oriental. Traduziu “Facundo”, do escritor argentino Domingos Sarmiento e fez a edição crítica da obra do escritor pelotense João Simões Lopes Neto. Foi planejador gráfico, repórter e redator do jornal Última Hora. Criou o jornal Gazeta Pelotense. Conquistou o Prêmio Esso de Jornalismo. Foi fundador da Faculdade de Jornalismo da Universidade Católica de Pelotas/UCPel, de onde foi expulso durante o golpe militar de 1964, quando foi preso. Foi professor de Direito Internacional da Faculdade de Direito da Universidade Federal de Pelotas/UFPel por mais de trinta anos e também pró-reitor de Extensão e Cultura. É torcedor do Brasil de Pelotas, clube que chegou a ser tema do conto “Empate”, publicado em “Contos de futebol”.

Criou o uniforme verde e amarelo da seleção brasileira de futebol, mais conhecido como Camisa Canarinho. Em 1953, aos 19 anos, desenhando e fazendo caricaturas para jornais de Pelotas, venceu 201 candidatos no concurso promovido pelo jornal carioca Correio da Manhã para a escolha do novo uniforme da seleção. Após o concurso, a então Confederação Brasileira de Desportos (CBD) oficializou o uniforme. Como prêmio, Aldyr ganhou o equivalente a vinte mil reais e um estágio no Correio da Manhã, no Rio de Janeiro, onde conheceu e conviveu com figuras reconhecidas do jornalismo da época, como Nélson Rodrigues, Antônio Callado, Millôr Fernandes e Samuel Wayner.

Recebeu por duas vezes o prêmio da Bienal Nestlé de Literatura Brasileira e cinco vezes o Prêmio Açorianos de Literatura. Em novembro de 2009, publicou “Os limites do impossível, os contos gardelianos” pela editora ARdoTEmpo e em 2010, pela mesma editora, o romance “Don Frutos”, ano em que também foi conquistou o Prêmio Fato Literário de 2010.

Atualmente vive em um sítio em Capão do Leão, município vizinho de Pelotas. Tem três filhos, três netos e seu passatempo é o futebol de botão, cujo time “veste” a camiseta do Esporte Clube Cruzeiro de Porto Alegre, com a escalação dos anos 1960 (Pitico, Didi Pedalada…).

Sinopse de O Outro Lado

É um romance que surpreende e conta com uma inovação literária adicional, que perpassa pela atmosfera de toda a narrativa. É algo que captura a atenção de pronto, na sua promessa e conduz o leitor pela leitura até o final. E ainda um pouco além. O escritor não aceita a sua definição como romance. Afirma, de forma singela e singularmente modesta, que se trata de uma noveleta, “uma noveleta pueblera”. Porque seria simples e teria poucas personagens. Porém, que personagens! E que história de infinita emoção.

Essa noveleta pueblera, elaborada com extraordinário requinte literário, conta-nos uma história aparentemente corriqueira e trivial, de algumas personagens desgarradas e olvidadas, das quais, habitualmente, nunca se ouve a voz e tampouco se quantifica a emoção. Mas estão preenchidas de densidade, encharcadas de esperança, de vida intensa na sua rotina previsível, providas de exuberante humanidade. O eco da saudade, do desespero e da solidão provenientes da escuridão de um poço. A tempestade de raios e de trovões, produzindo um cenário épico e coerente para a dimensão de uma tragédia insuperável e traumática. A explicação de um peão sobre porque os muito ricos têm dinheiro e a revelação do porque os que nada têm nunca terão a condição de amealhar recursos suficientes para superar as suas próprias carências. São palavras que nos comovem profundamente, que criam identidades e desenham uma pequena cicatriz em nossas almas, nos desígnios da condição humana.