12 livros que valem o Oscar
Do blog da Companhia. das Letras
No próximo domingo, dia 26, acontece a 89ª cerimônia de entrega do Oscar. Como sempre, a história da literatura e do cinema estão ligadas, com obras literárias inspirando grandes produções. Aproveitando a ocasião, relembramos alguns livros que fizeram sucesso também nas telonas e outras histórias ligadas ao cinema. Conheça!
1. Um homem chamado Ove, de Fredrik Backman
Lançado em 2015 no Brasil pela Alfaguara, Um homem chamado Ove foi best-seller na Suécia e está há mais de 50 semanas na lista de mais vendidos do The New York Times. Um dos motivos é a adaptação que estreou no final do ano passado nos EUA, que está concorrendo ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro nesta edição. Ove tem cinquenta e nove anos e não gosta muito das pessoas. A única pessoa que ele amava faleceu, e sem sua esposa a vida perdeu a cor e o sentido. Meses depois, ele toma uma decisão: vai dar fim à própria vida. No entanto, cada uma de suas tentativas é frustrada por algum vizinho incompetente que precisa de ajuda. Mas, quando uma estranha família se muda para a casa ao lado, Ove aos poucos passa a encarar o mundo de outra forma. Um homem chamado Ove é um romance comovente que mostra como amor e bondade podem ser encontrados nos lugares mais inesperados.
2. Doze anos de escravidão, de Solomon Northup
Em 2014, Doze anos de escravidão recebeu nove indicações ao Oscar e ganhou em três categorias: Melhor Filme, Melhor Atriz Coadjuvante (Lupita Nyong’o) e Melhor Roteiro Adaptado. O filme é inspirado na história de Solomon Northup, filho de um escravo liberto que nasceu como cidadão livre, mas foi sequestrado e vendido como escravo para uma fazenda de algodão na Louisiana, onde viveu por doze anos. Com a ajuda de um advogado, Northup ganhou a liberdade na justiça e, nos anos seguintes, contou essa experiência em dezenas de palestras e no livro Doze anos de escravidão, considerada a melhor narrativa já escrita sobre um dos períodos mais nebulosos da história americana.
3. Vício inerente, de Thomas Pynchon
Homenagem aos livros de Dashiel Hammet e Raymond Chandler e retrato mordaz da Califórnia no início dos anos 1970, Vício inerente marca a volta de Thomas Pynchon ao cenário de dois de seus romances, Vineland e O leilão do lote 49. A obra, lançada em 2010 no Brasil, ganhou uma adaptação cinematográfica por Paul Thomas Anderson, sendo indicada a dois Oscars em 2014: Melhor Roteiro Adaptado e Melhor Figurino. O centro de tudo é o detetive particular Doc Sportello, espécie de Sam Spade depois de uma maratona de LSD e maconha, que é contratado por uma ex-namorada para investigar o sumiço de um poderoso barão do mercado imobiliário. Esse desaparecimento é parte de uma conspiração maior, que envolve surfistas, traficantes, contrabandistas, policiais corruptos e a temível entidade conhecida como Presa Dourada.
4. Razão e sensibilidade, de Jane Austen
Jane Austen sempre fez sucesso no cinema. Seus livros já ganharam inúmeras adaptações (nas telonas, na TV e até em webséries), e uma delas foi contemplada com um Oscar de Melhor Roteiro Adaptado: a versão de 1995 de Razão e sensibilidade, protagonizada por Emma Thompson e Kate Winslet. Originalmente publicado em 1811 sob o singelo pseudônimo “A Lady”, Razão e sensibilidade começou a ser escrito na década de 1790, quando Jane Austen (1775-1817) mal havia completado vinte anos. O romance concentra sua narrativa nas idílicas tramas de amor e desilusão das irmãs Elinor e Marianne Dashwood quando chega a idade do casamento. À procura do amor verdadeiro, as filhas órfãs de uma família pertencente à pequena nobreza enfrentam o mundo repleto de interesses e intrigas da alta aristocracia.
5. Livre, de Cheryl Strayed
Aos 22 anos, Cheryl Strayed achou que tivesse perdido tudo. Após a repentina morte da mãe, a família se distanciou e seu casamento desmoronou. Quatro anos depois, aos 26 anos, sem nada a perder, tomou a decisão mais impulsiva da vida: caminhar 1.770 quilômetros da chamada Pacific Crest Trail (PCT) – trilha que atravessa a costa oeste dos Estados Unidos, do deserto de Mojave, através da Califórnia e do Oregon, em direção ao estado de Washington – sem qualquer companhia. Cheryl não tinha experiência em caminhadas de longa distância e a trilha era bem mais que uma linha num mapa. A história dessa caminhada é contada por ela em Livre, livro que foi adaptado para os cinemas em 2014 e foi indicado para o Oscar 2015 nas categorias Melhor Atriz (Reese Witherspoon) e Melhor Atriz Coadjuvante (Laura Dern).
6. O grande Gatsby, de F. Scott Fitzgerald
O mais famoso livro de F. Scott Fitzgerald ganhou, pelo menos, quatro adaptações para o cinema: Tudo pelo dinheiro (1926), Até o céu tem limites (1949), e mais duas que mantiveram o título original do livro, uma de 1974 e outra de 2013. Essas duas últimas ganharam dois Oscars cada, entre eles Melhor Figurino. Considerado um dos livros mais importantes do século XX, O grande Gatsby é um consagrado sucesso de público e crítica. O protagonista deste romance é um generoso e misterioso anfitrião que abre a sua luxuosa mansão às festas mais extravagantes. O livro é narrado pelo aristocrata falido Nick Carraway, que vai para Nova York trabalhar como corretor de títulos. Passa a conviver com a prima, Daisy, por quem Gatsby é apaixonado, o marido dela, Tom Buchanan, e a golfista Jordan Baker, todos integrantes da aristocracia tradicional. Na raiz do drama está o dinheiro, mas o romantismo obsessivo de Gatsby com relação a Daisy se contrapõe ao materialismo do sonho americano, traduzido exclusivamente em riqueza.
7. Romeu e Julieta, de William Shakespeare
São tantas adaptações para a TV e cinema que é até difícil listar tudo o que já foi feito com a peça de Shakespeare. Mas a trágica história de Romeu e sua amada Julieta figuraram na cerimônia do Oscar em vários momentos. Em 1936, Romeu e Julieta recebeu quatro indicações, incluindo Melhor Filme. Em 1969, o longa de Franco Zeffirelli ganhou em Melhor Fotografia e Melhor Figurino. E uma das últimas adaptações de maior sucesso, Romeu + Julieta, dirigido por Baz Luhrmann, foi indicado em 1997 a Melhor Direção de Arte. Depois de tantos prêmios, só resta ler a história de amor mais famosa da literatura.
8. Reparação, de Ian McEwan
Com o título Desejo e reparação no Brasil, o filme de Joe Wright inspirado na obra de Ian McEwan ganhou o Oscar de Melhor Canção Original em 2008, além de ser indicado a Melhor Filme, Melhor Atriz Coadjuvante, Melhor Roteiro Adaptado, Melhor Direção de Arte e Melhor Figurino. Reparação é um drama psicológico que tem como pano de fundo a Segunda Guerra Mundial e as tensões de classe da sociedade britânica. Na tarde mais quente do verão de 1935, na Inglaterra, a adolescente Briony Tallis vê uma cena que vai atormentar a sua imaginação: sua irmã mais velha, sob o olhar de um amigo de infância, tira a roupa e mergulha, apenas de calcinha e sutiã, na fonte do quintal da casa de campo. A partir desse episódio e de uma sucessão de equívocos, a menina, que nutre a ambição de ser escritora, constrói uma história fantasiosa sobre uma cena que presencia.
9. Os vestígios do dia, de Kazuo Ishiguro
O velho mordomo Stevens vai ao encontro de miss Kenton, antiga companheira de trabalho. Em viagem de carro pelo interior da Inglaterra, ele relembra os anos que dedicou a lord Darlington e reflete sobre a profissão. Os vestígios do dia, de Kazuo Ishiguro, recebeu o Booker Prize 1989 e virou filme em 1993. Estrelado por Anthony Hopkins e Emma Thompson, a adaptação recebeu oito indicações ao Oscar, incluindo Melhor Filme, Ator, Atriz e Melhor Direção.
10. Brooklyn, de Colm Tóibín
No início dos anos 1950, Eilis Lacey deixa a Irlanda após receber uma oferta de trabalho e moradia no Brooklyn, Estados Unidos. De início apavorada com a ideia de sair do ninho familiar, ela acaba partindo rumo à América. Triste e solitária em seu novo mundo, a tímida Eilis acaba por estabelecer uma rotina de trabalho diurno e estudo noturno na faculdade de contabilidade. No baile semanal da paróquia, conhece um jovem de origem italiana que aos poucos entra em sua vida. Mas quando começa a se sentir mais livre e segura, Eilis é obrigada a voltar, por algumas semanas, para Enniscorthy. E ali ela se vê, mais uma vez, diante de uma escolha muito difícil. O romance de Colm Tóibín foi parar nas telonas em 2015 e recebeu três indicações ao Oscar: Melhor Filme, Melhor Atriz (Saoirse Ronan) e Melhor Roteiro Adaptado (Nick Hornby).
11. Luzes da ribalta, de Charles Chaplin
Este livro não virou filme, mas foi escrito por um dos maiores atores da história do cinema. Em Luzes da ribalta, Charles Chaplin conta a história de Calvero, um palhaço velho, decadente e bêbado, e seu amor platônico pela jovem bailarina suicida Thereza. A história foi transposta para as telas com poucas alterações, e mostra um narrador em pleno domínio dos diálogos, do espaço e do tempo da ficção longa. Lançado em 2014, o livro é ilustrado por dezenas de reproduções de documentos e fotografias do Charles Chaplin Archive, inclui um alentado ensaio de David Robinson sobre a criação do romance e do filme, bem como sobre o ambiente cultural da Londres de 1914 retratada pelo ator.
12. Cinco voltaram, de Mark Harris
Este livro conta a história de cinco premiados diretores de Hollywood e o importante papel que eles tiveram na imagem dos EUA na Segunda Guerra Mundial. Antes do conflito, a relação entre Hollywood e Washington era tensa. Porém, quando a guerra eclodiu, o esforço de propaganda mostrou-se absolutamente vital. Numa manobra sem precedentes, Franklin D. Roosevelt e os militares buscaram ajuda na capital do cinema, e despacharam para o front os aclamados diretores John Ford (vencedor de quatro Oscars), William Wyler (três), John Huston (dois), Frank Capra (três) e George Stevens (dois Oscars). Após quatro anos filmando e arriscando suas vidas, os cinco produziram uma obra essencial para a visão que os americanos tinham – e ainda têm – da guerra. Resultado de cinco anos de pesquisa, Cinco voltaram é uma realização épica, que revela o verdadeiro papel de Hollywood na guerra.