V Festival de Teatro Popular – Jogos de Aprendizagem tem programação gratuita nesta sexta-feira (23)

O Festival de Teatro Popular – Jogos de Aprendizagem, realizado pela Tribo de Atuadores Ói Nóis Aqui Traveiz, acontece desde 2010 e apresenta uma vasta programação de espetáculos de teatro, intervenções artísticas e ações formativas. O enfoque do Festival está no Teatro Popular, dando visibilidade e reconhecimento à produção artística de grupos teatrais de longa trajetória, comprometidos com sua comunidade de origem, o panorama sócio-político latino-americano e a constante pesquisa estética.

Hoje, teremos os seguintes espetáculos:

Sexta (23/6)
AutoMákina
De Pernas Pro Ar (Brasil)
Largo Glênio Peres 15 h

Automákina – Universo Deslizante” se desloca pelas ruas e praças das cidades. Por esses caminhos se apresenta o mundo do Duque Hosain’g, Um mundo portátil, pessoal e impenetrável. É como se ele tivesse optado por levar o universo junto a si, construído a partir de seus múltiplos aspectos, os quais concretamente ganham vida. Seus pensamentos, as músicas que executa e seu DNA se confundem com a nave. O tempo é deslizante e incerto. Rasgando o espaço urbano, sua procura é surpreendente. O estranho o acompanha e transforma tudo que está a sua volta. O Espetáculo de teatro de Rua  “Automákina – Universo Deslizante” trata de uma questão pertinente a todos os homens de todos os tempos: “a arte da sobrevivência”. Com uma linguagem que mescla o simbolismo do teatro de bonecos com seus personagens autômatos fazendo uma metáfora a existência humana, o virtuosismo das técnicas circenses e a poética do teatro de rua.  O Cenário Móvel “Automákina,” pesquisa ousada e inovadora do grupo propõe levar para rua um aparato cênico impar em qualidade visual e sonora, uma máquina gigante medindo 7,0 m de comprimento, por 8,0 m de altura, aumentando assim a dramaticidade do espetáculo.

Foto: Flávia Correia

Nuestra Senhora de las Nuvens
Clowns de Shakespeare (Brasil)
Teatro Dante Barone 20 h

Inaugurando o projeto de pesquisa latino(-)americano, e partindo da obra de Arístides Vargas – última parte da Trilogia do Exílio, como denomina o autor exilado e radicado no Equador, fugindo da ditadura argentina – os Clowns de Shakespeare investigam as relações da memória e identidade, somando também as experiências provocadas pelo golpe militar brasileiro de 1964. Aproximando o realismo fantástico-surrealista do político-épico, as histórias de Nuestra Senhora de las Nuvens são apresentadas por quatro atores, tendo por fio condutor os encontros entre Oscar e Bruna. A narrativa permeia o universo do exílio através do humor, violência, crítica e lirismo, expondo a estrutura do discurso político. Entre o exílio imposto e o “in”xílio autoprovocado, há mais a ser encontrado e descoberto. Nenhuma pessoa está totalmente livre do exílio da plenitude de sua própria realidade.

Hojas de papel volando
Teatro La Rosa (Cuba)
Bairro Bom Jesus 20 h

Hojas de Papel Volando é um espetáculo inspirado no livro de poesia homônimo de Patricia Ariza. A dramaturgia de Roxana Pineda cria um contexto espiritual para que as palavras funcionem também como ações, um recurso cênico que gera densidade e cria equivalências entre aquilo que se diz e aquilo que acontece aqui e agora. O tema das perdas atravessa toda a peça, e assim o amor, a guerra, a dor pelos mortos, as alegrias de um encontro, a lembrança que evoca e a memória que resiste, podem ser lidos através do vazio que a beleza e a vontade de viver ressarcem. Hojas de Papel Volando fala da vida e é, ao mesmo tempo, um ato de fé, a presença dos que já não estão e a necessidade de viver conectado às nossas próprias crenças.

Oficina “Moçambique – Histórias de A a Zinco“
Klemente Tsamba (Moçambique/Portugal)
Terreira da Tribo (9 h – 12 h)

Oficina teórico-prática baseada na história e cultura

Esta oficina percorrerá a história de Moçambique desde os Tempos de Gungunhana [1885] até́ aos dias de hoje, destacando a tradição cultural dos povos do sul e fazendo breves abordagens sobre os rituais,as línguas tradicionais, os ritmos, as danças, os cânticos, o teatro comunitário, entre outras. Esta intervenção tem como objetivos apresentar ao Brasil as várias expressões artísticas ligadas a cultura tradicional moçambicana que são afinal a base do teatro local e, simultaneamente desafiar o público da lusofonia, a identificar pontes em comum, base para um diálogo intercultural positivo.