Projeto “Ópera na UFRGS” apresenta “Tempos de Solidão – Missa do Orfanato”

Imagem de Mabel Fricke e Laura Weinmann
Imagem de Mabel Fricke e Laura Weinmann

Projeto “Ópera na UFRGS” apresenta “Tempos de Solidão – Missa do Orfanato”, espetáculo cênico com música de Mozart que retrata a solidão no mundo contemporâneo. Participação de professores e alunos do Instituto de Artes da UFRGS. Apresentações nos dias 04 e 05 de junho, no Theatro São Pedro. Ingressos gratuitos (retirados na bilheteria dos Theatro São Pedro a partir de 01 de junho).

Evento: “Tempos de Solidão – Missa do Orfanato”, espetáculo do Projeto “Ópera na UFRGS”

Datas e horários das apresentações: 04 de junho, sábado, às 20h; 05 de junho, domingo, às 15h e 18h (duas sessões no domingo)

Local: Theatro São Pedro (Praça Marechal Deodoro, sem número, Centro Histórico – Porto Alegre)

Ingresso: gratuitos, estarão disponíveis ao público a partir de 01 de junho na bilheteria do Theatro São Pedro, que funciona das 13 às 18h em dias normais e das 13 até a hora de início do espetáculo nos dias de apresentações).

Imagens: Mabel Fricke e Laura Weinmann

Nos dias 04 e 05 de junho, sábado e domingo, acontecem no Theatro São Pedro as apresentações de “Tempo de Solidão – Missa do Orfanato”, espetáculo cênico-musical que lança olhar contemporâneo sobre o tema da solidão nos dias de hoje. A bela música de Mozart forneceu os impulsos para a criação cênico-dramatúrgica do espetáculo, que conta com equipe composta por professores e alunos do Instituto de Artes da UFRGS, além de convidados externos. São mais de oitenta artistas, entre músicos, atores e cantores. A direção geral de “Tempos de Solidão – Missa do Orfanato” é da diretora do Instituto de Artes, professora Lucia Carpena. A direção cênica é da professora Camila Bauer, a direção vocal, da professora Luciana Kiefer e a direção musical é do maestro Diego Schuck Biasibetti.

Em seu quinto ano de atividades, o Projeto “Ópera na UFRGS” apresenta o espetáculo “Tempos de Solidão – Missa do Orfanato”. Inaugurado em 2012 com “Dido e Enéias”, que recebeu o Troféu Açorianos de Música de “Melhor Espetáculo do Ano”, o Projeto “Ópera na UFRGS” apresentou mais duas óperas barrocas em 2013 e 2015: “Orfeu” e “A Bela e Fiel Ariadne”, respectivamente. A resposta entusiástica das pessoas que lotaram todas as apresentações do Projeto “Ópera na UFRGS” confirmou o alto nível da arte praticada por professores e alunos dos cursos de Arte Dramática, de Artes Visuais e de Música do Instituto de Artes da UFRGS e a demanda por esse tipo de espetáculo pelo público local.

Esta edição do “Ópera na UFRGS” diversificou a proposta do projeto ao trabalhar com a “Missa do Orfanato”, de Mozart. O compositor austríaco Wolfgang Amadeus Mozart tinha doze anos de idade quando compôs a “Missa Solene em dó menor, K. 139/47a”, também conhecida como “Missa do Orfanato” porque foi utilizada na primeira celebração realizada na Igreja do Orfanato, em Viena, no dia 7 de dezembro de 1768. A montagem de “Tempo de Solidão – Missa do Orfanato” pelo Instituto de Artes da UFRGS desafia cânones da musicologia, como deve ser feito em uma universidade, lugar da liberdade de pensamento e de renovação. Como é próprio de um gênero (a Missa) que não foi pensado originalmente para a encenação, não há personagens ou fábulas definidas no texto da obra de Mozart, apenas cantos religiosos que deixam espaço para a livre criação cênica e dramatúrgica. Inspirados pelo conceito de orfanato, os diretores do espetáculo optaram pelo tema da solidão, abordado a partir de um olhar contemporâneo. Mais do que uma reflexão sobre a solidão, “Tempo de Solidão – Missa do Orfanato” é uma prece artística que anseia pelo fim do isolamento solipsista dos indivíduos do século XXI e pela restauração da comunicação verdadeira entre as pessoas.

Aceitando o desafio de “encenar uma missa com alunos em uma faculdade de arte”, os diretores de “Tempo de Solidão – Missa do Orfanato” optaram pela criação coletiva do espetáculo. Os alunos do Instituto de Artes da UFRGS levaram aos ensaios suas experiências, sentimentos e análises sobre o tema da solidão, apropriados pelo grupo para a criação das cenas do espetáculo. Assim, “Tempo de Solidão – Missa do Orfanato” foi construído a partir das inquietações e vontades dos envolvidos.

Criar arte universitária em um momento politicamente conturbado como o que vivemos é uma necessidade. Arte comprometida apenas com a renovação das linguagens e com questionamentos sobre a vida. “Tempo de Solidão – Missa do Orfanato” é resultado de nosso tempo, da experiência de uma escola de arte em estado permanente de luta e resistência, da criação colaborativa como resposta à solidão do ato criador.