Finais de semana na Fundação Iberê Camargo

Marcos Martins – Projeto Deslizes

Às 16h inicia a segunda temporada de VÉSPER, programação musical ao entardecer, com curadoria de Leo Felipe. O convidado de sábado é o DJ e produtor Giancarlo Lorenci, também conhecido como Hypnorder.

Às 17h, o artista e pesquisador Bruno Mendonça dá início ao RODA, e na sequência, às 18h, Mendonça apresenta uma performance do Projeto Beatnik, com o Live P. A. “antropogayfágico”, no qual abordará questões que envolvem a própria Fundação, assim como o momento problemático que vivemos em escala local/global.

No domingo, as atividades iniciam às 15h com a performance-improviso Riscos no Ar, com a música e artista plástica Carina Levitan. Crianças e adultos serão convidados a participar da experimentação sonora e improvisação junto com os músicos do projeto.

Às 16h, Cine Iberê apresenta Globo de Prata (1988), do diretor Andrzej Zulawski. Filme polonês de ficção científica, baseado no livro homônimo escrito por Jerzy Żuławski e indicado ao prêmio de melhor filme do cinema fantástico em 1989.

Pra fechar o domingo, às 16h a DJ Paula Vargas, diretora criativa da ONNi e curadora musical da plataforma Superplayer, comanda o VÉSPER.

Na segunda-feira, às 19h, acontece mais um encontro do Seminário A Forma das Coisas Por Vir, com fala de Fábio Gandour, cientista-chefe do Laboratório de Pesquisa da IBM Brasil. Gandour fará uma apresentação sobre Computação Cognitiva e como esta nova forma de usar computadores pode interferir na criação do saber no futuro.

O RODA e os Seminários são patrocinados pela CPFL Energia. O Auditório da Fundação Iberê Camargo tem patrocínio de BTG Pactual.

PROGRAMAÇÃO

SÁBADO 29/07

14 às 19h | Visitação

15h | Seminário A Forma das Coisas Por Vir com Alexandre F. Mendes e Bruno Cava, da Universidade Nômade

*Inscrições pelo e-mail cultural@iberecamargo.org.br (cada inscrição é válida apenas para um encontro)

Estamos vivendo uma crise de futuro. Se a queda do bloco soviético pôs em suspenso as utopias de um futuro radicalmente igualitário, a ideia de um capitalismo autorregulado em permanente e virtuosa expansão igualmente naufragou diante do colapso do sistema financeiro global há já quase uma década. A esta crise da capacidade de projetar um futuro melhor, soma-se, hoje, a crise da capacidade de projetar qualquer futuro: a consciência crescente do ritmo cada vez mais acelerado das mudanças climáticas suscita expectativas sempre mais desastrosas e a sensação de que podemos estar testemunhando não só o eventual desaparecimento de nossa civilização, mas também, tal qual extras num filme de ficção científica, a própria extinção da espécie humana. Incapazes de divisar cenários promissores para a humanidade, vivemos em meio à imobilidade política, envoltos em uma atmosfera de conservadorismo, ao sabor das vicissitudes do tempo presente.

Este seminário busca especular sobre o conjunto de fatores que nos levou a tal situação-limite, bem como sobre as estratégias políticas e cognitivas possíveis para fazer face ao fim de uma civilização forjada sob os auspícios da ciência, das noções de progresso indefinido e da cisão entre cultura e natureza. Como a arte e a filosofia respondem a este cenário? De que maneira o pensamento contemporâneo lida com o estreitamento progressivo de nossa perspectiva moderna e tenta situar-se em outras perspectivas que permitam uma mirada diferente sobre tempo passado, presente e futuro? De quais ferramentas dispomos, sejam elas artísticas, científicas, políticas ou filosóficas, para tentar escapar a nossos atuais limites? Em que medida a filosofia, a arte, a política, a ciência e a ficção científica desempenhar a tarefa de prospectar/imaginar novos futuros para o planeta e a humanidade?

A utopia é o que faz barra na ilusão de um sentido único da história. Surge, portanto, como imagem crítica e interrogativa abrindo para o sujeito outras imagens possíveis de uma posição enunciativa ainda por vir. Produção significante em seu fundamento, pois a utopia é construída como um texto que anuncia o horizonte de uma práxis do sonhar. Não se trata, como equivocadamente se pensa, de instituir um saber sobre o futuro que garanta uma posição mais plena do viver, mas simplesmente apontar nosso em falta com a imaginação. Não precisamos de trilhos, mas sim de agulhas.

Edson Sousa. Psicanalista. Professor titular do Departamento de Psicanalise e Psicopatologia da UFRGS. Professor do PPG Psicanálise Clínica e Cultura e PPG Psicologia Social e Institucional. Pós-doutorado pela Universidade de Paris VII e também pela EHESS (Ecole des Hautes Etudes en Sciences Sociales) em Paris. Doutorado pela Universidade de Paris VII. Pesquisador do CNPQ. Coordena o LAPPAP (Laboratório de Pesquisa em Psicanalise, Arte e Politica). Professor visitante na Deakin University (Melbourne), De Paul University (Chicago), e Instituto de Estudos Criticos (Cidade do México). Autor, entre outros, de “Uma invenção da utopia” (Lumme editora, SP).

16h | VÉSPER com DJ Giancarlo Lorenci

Música ao entardecer, num cenário de cartão postal. Em sua segunda temporada, VÉSPER passa a acontecer também aos domingos e dedica-se com exclusividade à música eletrônica. O projeto tem curadoria de Leo Felipe e neste sábado recebe o convidado Giancarlo Lorenci.

Para ouvir o som de Lorenci, acesse: goo.gl/vaR3ge

DJ e produtor também conhecido como Hypnorder DJ. Giancarlo Lorenci foi um dos criadores do coletivo HYPNORDER TV e atualmente mantém os podcasts Moska Branca e Radiophonik na rádio online function.fm. Formado em Artes Visuais pela FAAP, em São Paulo, Giancarlo explora o campo híbrido da criação contemporânea, combinando elementos visuais e sonoros através da realização de instalações e experimentos diversos.

17h | RODA com Bruno Mendonça

O trabalho de Bruno parte de uma noção de texto expandido, onde investiga questões narrativas e discursivas. Sua produção desdobra-se não somente em performances, mas também em publicações, peças sonoras, intervenções e proposições. Sua produção volta-se, de maneira geral, para as questões sócio-políticas e econômicas, relacionando tanto as problemáticas que envolvem o campo da cultura e suas questões institucionais e mercadológicas, quanto movimentos micropolíticos. Dentro desse campo de pesquisa e atuação o artista tensiona noções de gênero, mídia, entre outros.

Formado em Comunicação e Artes pela Universidade Mackenzie com extensão em Artes Visuais pela FAAP e Mestre em Comunicação e Semiótica pela PUC-SP, Bruno Mendonça é artista, pesquisador e educador. Como artista tem realizado projetos e exposições em instituições, galerias e espaços independentes no Brasil e no exterior assim como em festivais, mostras e eventos. Como pesquisador colabora também desde 2005 em projetos e programas de pesquisa de caráter transdisciplinar em instituições públicas e privadas também no Brasil e no exterior, assim como tem atuado como jornalista cultural e crítico de arte para veículos e publicações especializadas na área de cultura. Nos últimos 4 anos foi membro do Grupo de Crítica e Curadoria do Centro Cultural São Paulo e em 2016 crítico convidado da 32ª Bienal de São Paulo. Como educador lecionou como professor convidado em instituições como PUC-SP, IED SP, entre outras nas áreas de Artes, Moda e Audiovisual.

18h | Performance do Projeto Beatnik com Bruno Mendonça

Projeto realizado desde 2007 no qual o artista investiga a linguagem do spoken word e as relações entre música e artes visuais. Nesses últimos 10 anos o artista apresentou este trabalho em diversas instituições no Brasil e no exterior, em galerias e espaços independentes, assim como em festivais, mostras e eventos. A partir de 2013, Bruno Mendonça iniciou um desdobramento deste trabalho realizando estas performances em espaço público em eventos que tem ressignificado a cena artística independente de São Paulo e principalmente o centro da cidade.

O trabalho a ser apresentado neste sábado é um Live P. A. “antropogayfágico” (como intitulado pelo próprio artista) no qual abordará questões que envolvem a própria Fundação, assim como o momento problemático que vivemos em escala local/global.

DOMINGO 30/07

14 às 19h | Visitação

15h | Perfomance-improviso Riscos no Ar com Carina Levitan e participação do público infantil

Carina Levitan (voz e violão) e Guilherme Ceron (baixo) tocam composições autorais cercados por objetos sonoros com participação do público. Crianças e adultos serão convidados a participar da experimentação sonora e improvisação junto com os músicos do projeto Riscos no Ar.

Riscos no ar reúne música e artes visuais. Consiste na gravação de disco e exposição de arte sonora. Serão gravadas 8 composições da artista Carina Levitan. Para cada composição serão construídas esculturas sonoras que representam imageticamente cada canção. O disco está em constante desenvolvimento, a participação na exposição Depois do Fim, é mais uma etapa do projeto.

Confira a playlist do projeto: goo.gl/D1dzq5

Carina Levitan é música e artista plástica, com graduação em Sound Arts & Design pela University of The Arts London. Constrói esculturas sonoras e compõe trilhas sonoras e desenhos de som para audiovisual, performances e instalações, com prêmios nacionais e internacionais. Idealizadora do Ovo Festival Sonoro, projeto de experimentação musical e performance internacional, 2016. Inventou a Praça do Som, no Colégio Marista Champagnat (POA/RS), para o ensino fundamental e educação infantil; coordenou a Escola Caseira de Invenções, da 9ª Bienal de Artes Visuais do Mercosul; participou do grupo de improvisação Unknown Devices The Laptop Orchestra, dirigido por David Toop (Londres); fez a direção musical do programa Pandorga, exibido pela TV Brasil.

16h | Cine Iberê

Globo de Prata (1988), Andrzej Zulawski, 166 min

Filme polonês de ficção científica, baseado no livro homônimo escrito por Jerzy Żuławski e indicado ao prêmio de melhor filme do cinema fantástico em 1989.

Sinopse: Um pequeno grupo de exploradores cósmicos deixa a Terra para encontrar liberdade e começar uma nova civilização. O que eles não conseguem perceber é que dentro de si mesmos carregam o fim do seu próprio sonho. Muito tempo depois, seus descendentes vivem em uma cultura primitiva onde criaram seus próprios mitos e costumes. Dividida em diversas classes e agora escravizada, esta nova sociedade espera a vinda de um messias.

16h | Vésper com a DJ Paula Vargas

Aos sábado e domingos, a partir das 16h, na frente da Fundação Iberê Camargo, 4 DJs residentes vão apresentar suas seleções musicais tendo o lindo por do sol do Guaíba de “pano de fundo”. São eles: Deborah Blank, Cevallos, Posada e Paula Vargas. Além dos residentes, DJs convidados também vão participar do projeto, que tem curadoria de Leo Felipe.

Vargas é diretora criativa da ONNi e curadora musical da plataforma Superplayer. Desenvolve pesquisas que transitam pelo house e techno. Foi Dj residente da festa Rito e já tocou no OBRA Club, Arruaça e em eventos como a Subterrânea, festa que aconteceu no estacionamento da Fundação Iberê Camargo.

SEGUNDA 31/07

19h | Seminário A Forma das Coisas Por Vir com Fábio Gandour

Computação cognitiva e o futuro do saber

*Inscrições pelo e-mail cultural@iberecamargo.org.br (cada inscrição é válida apenas para um encontro)

Nos dias atuais, a tecnologia produz novidades que são, ao mesmo tempo, fascinantes e assustadoras. Uma delas é a Computação Cognitiva, que inaugura uma nova era neste mundo interminável da Informática e traz promessas de solução para muitos problemas graves da sociedade, em áreas como Saúde e Educação. Mas traz também a onda das “máquinas inteligentes” que como pensam alguns, vão dominar o mundo! Fábio Gandour fará uma apresentação sobre Computação Cognitiva e como esta nova forma de usar computadores pode interferir na criação do saber daqui para frente, explicando como as máquinas aprendem.

Fábio Gandour é cientista-chefe do Laboratório de Pesquisa da IBM Brasil. Foi pioneiro em vislumbrar a necessidade de se criar um laboratório de pesquisa no Brasil para concentrar esforços em inovação e produzir um impacto positivo nos negócios. Para sustentar essa visão, promove os conceitos de “Ciência como Negócio”, no Brasil e no âmbito internacional. Gandour é graduado em Medicina pela Universidade de Brasília e PhD em Ciências da Computação. Ao longo de sua carreira, já se dedicou ao desenvolvimento de soluções com base em tecnologia e estratégias de marketing. Mais recentemente, dedica-se a processos inovadores aplicados em múltiplas indústrias e na área de serviços. É membro da IBM Academy of Technology e da New York City Academy of Sciences, duas instituições tradicionais no contexto da Inovação, Ciência, Tecnologia e Pesquisa.

Para imagens da programação, acesse:goo.gl/2MscZy