De graça: StudioClio leva Magna Grécia a calçadas da Cidade Baixa
Luís Eduardo Gomes
Pelos próximos dois meses, quem estiver passando em frente ao StudioClio, na rua José do Patrocínio, no bairro Cidade Baixa, poderá conhecer um pouquinho da Magna Grécia, região do atual sul da Itália colonizada pela civilização grega clássica.
A exposição foi aberta na quinta-feira (18), com uma palestra do curador do museu, o arqueólogo clássico Francisco Marshall. Marshall explica que a exposição consiste em 8 painéis expostos nas janelas do prédio do StudioClio, em que se veem os templos gregos de Segesta, Agrigento e Paestum, mosaicos romanos da Villa del Casale, a famosa pintura da Tumba do Mergulhador, de Paestum, e imagens de Afrodite. Nas legendas, há explicações sobre as obras e seus contextos. A exposição é mais uma edição da iniciativa Museu de Rua, realizada pelo StudioClio desde 2009, que tem como tema principal o imaginário das cidades. “Sobretudo, o mediterrâneo clássico, que é muito importante no programa curricular do StudioClio”, diz Marshall.
Marshall explica que a região da Magna Grécia foi colonizada desde o século VIII a.C. até o século V e viu florescer cidades muito ricas, de vanguarda filosófica e artística. Ele cita, por exemplo, que a região é berço da cultura de construção de templos, que viria posteriormente a influenciar a Grécia Balcânica. Também salienta que foi um grande polo de produção teatral, lembrado até hoje pelo festival do Teatro Grego de Siracusa e que o notório matemático Pitágoras fundou uma comunidade alternativa em uma de suas cidades, Crotona.
Na atualidade, a Magna Grécia é um prato cheio para os amantes da arqueologia, com seus parques sendo considerados patrimônio histórico da humanidade pela Unesco, segundo Marshall. Um dos locais mais visitados é o chamado Vale dos Templos, em Agrigento. “É o maior conjunto de templos visitáveis da arqueologia”.
Para Marshall, a série Museu de Rua tem como fator positivo o fato de permitir que o público observe os painéis de forma gratuita, sem sequer precisar entrar no prédio. “É super democrático, na área externa”, diz, acrescentando, porém, que muitas pessoas param para olhar e pedem mais informações. “É muito gratificante ver como o povo aprecia. Tem gente que vê no ônibus, desce e depois segue o caminho”, diz.
Confira imagens da exposição: