Painel sobre a obra de Marianita Linck na galeria Tina Zappoli

Foto: CZA/Divulgação

Após lançar seu livro autobiográfico no último mês de abril, Cerâmica, um caminho de vida: Marianita Linck (Imagens da Terra, 176 págs.), a artista porto-alegrense de 93 anos participa de uma mesa-redonda na Galeria Tina Zappoli (Rua Cel. Paulino Teixeira, 35), que expõe até 30 de junho uma mostra ilustrativa de sua carreira. Com Blanca Brites, Armindo Trevisan e Círio Simon, o painel sobre o trabalho de Marianita acontece na terça-feira 6 de junho, às 17h, com entrada franca.

A ideia do evento é promover uma aproximação entre a ceramista e seu público, contando com a mediação dos comentários embasados de quem sempre admirou e acompanhou a sua obra. A pesquisadora e docente do Instituto de Artes da UFRGS Blanca Brites foi sua aluna de Cerâmica na universidade e tornou-se sua amiga. Por isso, foi chamada para organizar a publicação em que ela narra as sete décadas dedicadas à escultura.

O professor e ensaísta Armindo Trevisan, que já havia dedicado um poema às peças da artista, também escreve um depoimento no livro lançado recentemente: “Os vasos de Marianita nunca deixam de ser abstratos, na medida em que as formas femininas que neles estão presentes não se impõem à primeira vista. Só a um olhar posterior resplendem como metáforas do feminino, conforme já observamos. Por isso, sua cerâmica não só brinda os olhos com deleites de visão, como estimula o espectador ao prazer das sinestesias, que implicam a fruição dos outros sentidos. Numa palavra, só poderemos gozar plenamente dessa arte requintada se nos entregarmos – bachelardianamente – a um devaneio sensorial, capaz de abarcar com carícias tais volumes sinuosos, vagamente núpcias ou maternais…”.

Ex-diretor do Instituto de Artes, o professor de História da Arte Círio Simon é um antigo apreciador dos trabalhos de Marianita, inclusive da sua trajetória como docente, destacando sua atuação como responsável pela criação do primeiro curso de graduação em Cerâmica no Brasil. “Sem estardalhaços, sem escândalos, sem gritos ou motins, a sua obra, que ora apresenta, apenas deseja ser verdadeira. Verdade que evoluiu através de um trabalho continuado e intenso numa busca coerente com os limites que a cerâmica impõe na evolução da linguagem de sua arte”, escreve Simon. Em 2010, ele já havia dedicado uma postagem de seu blog à Marianita Linck: http://profciriosimon.blogspot.com.br/2010/10/arte-em-porto-alegre-e-historia-em_21.html.

A artista nascida em Porto Alegre foi professora de Educação Artística em escolas, trabalhou com educação de surdos e permaneceu como docente na UFRGS de 1968 a 1991, quando se aposentou para se dedicar totalmente ao seu fazer artístico. Ela chegou a ganhar bolsas para estudar nos Estados Unidos e no Japão. Apesar de não ter tido exposições fora do País, a ceramista viajou muito em busca de mais conhecimento, com recursos próprios. Suas peças, hoje, pertencem a diversas coleções.

Painel Marianita Linck – “Cerâmica, um caminho de vida”:
06 de junho, terça-feira, às 17h – evento gratuito
Com: a presença da artista, da galerista Tina Zappoli e dos professores e pesquisadores Blanca Brites, Armindo Trevisan e Círio Simon

Mostra ilustrativa da carreira da artista – exposição de 20 exemplares reproduzidos em seu livro autobiográfico, pertencentes ao acervo da Galeria Tina Zappoli e a colecionadores de arte

Visitação da exposição: até 30 de junho de 2017, com entrada franca