Fundação Iberê Camargo recebe recorte da mostra ‘Moderna para Sempre – Fotografia Modernista Brasileira’

Foto: Divulgação

No total, a mostra soma 144 imagens de mestres da fotografia produzida no país, a maioria membros do Foto Cine Clube Bandeirante, como Eduardo Salvatore, Thomaz Farkas, José Oiticica Filho, Marcel Giró e Ademar Manarini

No dia 19 de maio, às 14h, a exposição Moderna para Sempre – Fotografia Modernista Brasileira na Coleção Itaú Cultural é inaugurada na Fundação Iberê Camargo. Em um total de 144 obras, apresenta quatro trabalhos recém-adquiridos e incorporados à mostra pela primeira vez: Florale, de Geraldo de Barros, e Oca, Parque do Ibirapuera, de German Lorca, além de Composição e Sem Título, de Mario Fiori. Com curadoria do fotógrafo e pesquisador Iatã Cannabrava, a mostra soma trabalhos de 33 artistas renomados, com foco em sua participação no Foto Cine Clube Bandeirante, em particular, e em sua importância no movimento modernista para a cultura e identidade brasileiras. Excepcionalmente, no dia da abertura, a mostra poderá ser visitada até a 1h, integrando a programação da Noite dos Museus. A exposição fica em cartaz até 15 de julho.

De caráter itinerante e sempre com diferentes recortes, Moderna para Sempre começou a circular em 2010, quando foi apresentada, também em Porto Alegre, no Museu de Arte do Rio Grande do Sul (MARGS). De lá para cá, seguiu por mais 11 cidades brasileiras – Fortaleza, Belo Horizonte, Belém, Ribeirão Preto, São Paulo, Santos, Recife, Brasília, Curitiba, Rio de Janeiro e Vitória. No exterior, a mostra esteve em Assunção, no Paraguai, Cidade do México, no México, e Lima, no Peru.

Sobre a exposição:

Na Fundação Iberê Camargo, as obras recém-adquiridas de Mario Fiori – Composição (ca. 1950) e Sem Título (ca. 1950), se juntam a Elos [Link], trabalho realizado por ele também em 1950 e que tem percorrido as itinerâncias. Florale, de Geraldo de Barros, passa a fazer parte de um conjunto de 11 imagens do autor expostas em Moderna para Sempre, como Tatuapé (1948), Autorretrato (1949) e Cadeira Unilabor (1954).

Já o novo trabalho de Lorca – Oca, Parque do Ibirapuera – foi visto somente em São Paulo, no ano passado, durante a mostra Modos de Ver o Brasil: Itaú Cultural 30 anos em comemoração às três décadas de existência do instituto. Na exposição em Porto Alegre, ela se junta a outras 12 fotografias assinadas por ele – entre elas, Curvas Concêntricas (1955), Pernas (1970), Galhos Remontados (1955) e Homem Guarda-Chuva (1954).

“Atentos às transformações que ocorriam no mundo, os fotógrafos modernistas brasileiros devoraram influências para criar uma nova fotografia, que teve como premissa uma leitura essencialmente criativa e de ruptura”, explica Iatã Cannabrava.

Assim, outros destaques de Moderna para Sempre, são Formas (1950), de Eduardo Salvatore, que teve importante papel no cenário fotoclubista como um dos fundadores do Foto Cine Clube Bandeirante, em 1939, em São Paulo. Também, a fotografia vintage Sem Título, de data indefinida, Botellas (1950), Esboço (1960) e Autorretrato com sombra (1953), do catalão que viveu exilado no Brasil Marcel Giró.

Integram a mostra, ainda, obras dos fotógrafos José Oiticica Filho e Osmar Peçanha. Do primeiro, há seis fotografias feitas entre 1949 e 1958, todas com a sua marca de forte contraste de claros e escuros e a relação entre pessoas, espaços vazios e a geometria, como em Triângulos Semelhantes, de 1949. Do segundo, há quatro obras – Palmas (1951), Equilíbrio (1960), Estacas (1981) e Linhas (1993). Mais um expressivo membro do Foto Cine Clube Bandeirante, Thomaz Farkas, tem apresentados trabalhos como Energia (1940) e Bailarina do Balé da Juventude UNE, Rio de Janeiro, RJ (1947). Oito obras de Ademar Manarini retratam o abstrato-geométrico do autor, como pode ser ver em Janelas II (1953), Sem título (1950), Passarela – Largo Ana Rosa (1950) e Composição (1960), entre outras.

De Gertrudes Altschul, uma das raras representantes do gênero feminino no fotoclubismo a partir da década de 1940, estão expostas A Folha Morta (1953), Composição (s.d) e Composição II (s.d). Juntam-se a elas, as fotografias de Rubens Teixeira Scavone, como a contemporânea Abstração #5, de 1950, e Composição Moderna (1953), de Gaspar Gasparian. Além de trabalhos de Gunter E.G. Schroeder, Fabio Moraes Bassi, Paulo Pires, entre outros, estão presentes na exposição 23 trabalhos de José Yalenti.

Sobre Iatã Cannabrava

Fotógrafo, editor, curador e agitador cultural, Iatã Cannabrava possui três livros publicados – Casas Paulistas (2000), Uma Outra Cidade (2009) e Pagode Russo (2014) –, fotos nas coleções MASP-Pirelli, Galeria Fotoptica, Joaquim Paiva e MAM-SP e trabalhos publicados em oito livros de autoria coletiva.

Serviço:

Moderna Para Sempre – Fotografia Modernista Brasileira na Coleção Itaú Cultural

Local: Fundação Iberê Camargo – 4º andar

Visitação: 19 de maio a 15 de julho

Excepcionalmente no dia da abertura, 19 de maio, a mostra poderá ser visitada até a 1h, por ocasião da Noite dos Museus

Horário: Sábados e domingos, das 14h às 19h (último acesso às 18h45min). De quarta a domingo, a Fundação Iberê Camargo também atende a grupos agendados. Para fazer um agendamento, basta ligar para o Programa Educativo – 51 3247 8000