Fundação Iberê Camargo inaugura exposição fotográfica sobre obra de Álvaro Siza

Campo di Marte, Giudecca (Veneza/Itália). Foto de Jordi Burch

Para dar continuidade às comemorações dos 10 anos de construção de seu edifício sede em Porto Alegre/RS, a Fundação Iberê Camargo apresenta, de 16 de junho a 5 de agosto de 2018, a exposição As Durações do Rastro – A fotografia de Jordi Burch frente à arquitetura de Àlvaro Siza Vieira, do fotógrafo português Jordi Burch. Com curadoria de Veronica Stigger, a exposição traz uma série de imagens que registram quatro conjuntos habitacionais da Europa projetados pelo arquiteto português Álvaro Siza – também autor do premiado projeto arquitetônico da Fundação Iberê Camargo. Por ocasião da abertura, o fotógrafo e a curadora realizam uma conversa aberta ao público, no sábado, 16 de junho, às 14h. A entrada é franca.

Formada por 40 imagens, a série se originou de um convite que o artista recebeu para participar da Bienal de Arquitetura de Veneza de 2016, no pavilhão de Portugal dedicado a Siza. A ideia era levar Burch e uma equipe de cinegrafistas para acompanhar a visita do arquiteto a conjuntos habitacionais projetados por ele, depois de muitos anos sem rever essas obras: no Bairro da Bouça (Porto/Portugal, 1973), no Campo di Marte, na Giudecca (Veneza/Itália, 1983), em Kreuzberger (edifício Bonjour Tristesse, Berlim/Alemanha, 1984), e no Schilderswijk West (Haia/Holanda, 1985).

O projeto – que na Bienal se intitulava Neighbourhood – Where Alvaro meets Aldo – levou Burch ao desenvolvimento de um trabalho que foi muito além do registro dos conjuntos habitacionais e de seus moradores. Como o novo título sugere, o fotógrafo explorou os rastros, as marcas e as impressões deixadas pela passagem do tempo na arquitetura de Siza. Convivendo com diferentes residentes, arquiteto e fotógrafo observaram a evolução dos habitats de antigos e novos moradores e as principais transformações sociais e urbanas ali ocorridas: processos de imigração, guetização, gentrificação e turistificação.

Em muitas fotografias da série, Burch se detém nos moradores e nos detalhes de cada habitação. “A atenção ao detalhe pode nos ajudar a entender aquilo que atravessa o homem, a casa, a história, o tempo”, explica o fotógrafo.  Segundo a curadora Veronica Stigger, a exposição não apresenta as fotografias divididas didaticamente por locais, mas “por afinidades de temas, formas e imagens que elas trazem, misturando os bairros, as gentes e as cidades”.

 

Sobre o artista:

Jordi Burch nasceu em Barcelona em 1979, mas mudou-se para Lisboa quando tinha quatro anos. Vive e trabalha em São Paulo desde 2008.
O deslocamento é uma constante em sua obra, seja espacial ou o deslocamento do olhar e dos sentidos do espectador. A cada novo projeto o artista busca um diálogo entre a memória e o instante presente, criando ressignificações em sua fotografia.

Estudou fotografia e história da arte no Ar.Co – Centro de Arte e Comunicação Visual, em Lisboa, de 2001 a 2003. Foi membro do coletivo de fotógrafos Kameraphoto. Tem trabalhos publicados nos seguintes meios: Revista Grande Reportagem, Revista Pública (do jornal Público), Expresso, Revista Visão, Egoísta, National Geographic, Santa Art Magazine, TRIP, Serafina, Courrier International, Le Monde, Playboy (Rússia e Brasil), Financial Times (Inglaterra) e Vanity Fair (Itália). Entre as exposições das quais participou, destacam-se: Neighbourhood (no Centro Cultural Belém, Lisboa, 2017, e na Bienal de Arquitetura de Veneza, 2016), As durações do rastro (Arena Zum, Festival Valongo, Santos/SP, 2016); Artistas convidados (Museu Nacional de Arte Antiga, Lisboa, 2014); Se não me engano, faz Angola(Galeria Plataforma Revólver, 2014, Lisboa); O Rosto da Paisagem (Museu AfroBrasil, 2013, São Paulo, e no Centro Cultural de Luanda, 2010), juntamente com o escritor Ondjaki; Sacrifício (Encontros da Imagem, 2012, Braga); Hospital (coletiva no Hospital Miguel Bombarda, 2012, Lisboa); Um Diário da República (Fundação EDP,  Porto, e no PhotoEspaña,  Cuenca, ambas em 2011);  Processo (individual na Kgaleria, Lisboa, 2011); A State of Affairs (coletiva na galeria Plataforma Revólver, 2009, Lisboa); Labirinto de Miradas (Casa da Espanha, México; na Galeria Olido, São Paulo, e na Freedom Tower Art Show, Miami, todas em 2009); New Life (Berlin Contemporary Art Festival, 2008); Amor Cachorro(individual na Galeria Nara Roesler, 2008, São Paulo) e Estamos Juntos (individual na Casa Fernando Pessoa, 2007).

Sobre a curadora:

Veronica Stigger (Porto Alegre, 1973) é escritora, crítica de arte e professora universitária. Doutorou-se em Teoria e Crítica de Arte pela Universidade de São Paulo (USP), com tese sobre a relação entre arte, mito e rito na modernidade. Atualmente, é professora das Pós-Graduações Lato-Sensu em História da Arte, em Fotografia e em Práticas Curatoriais da Fundação Armando Álvares Penteado (FAAP) e do curso Formação de Escritores do Instituto Vera Cruz. Foi curadora das exposições Maria Martins: metamorfoses e O útero do mundo, realizadas no Museu de Arte Moderna de São Paulo (2013 e 2016), e, com Eduardo Sterzi, Variações do corpo selvagem: Eduardo Viveiros de Castro, fotógrafo, no SESC Ipiranga (2015), SESC Araraquara (2016) e Weltkulturen Museum (Frankfurt, 2017). Com a exposição sobre Maria Martins foi contemplada com o Grande Prêmio da Crítica da Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA) e o Prêmio Maria Eugênia Franco, concedido pela Associação Brasileira de Críticos de Arte (ABCA) para melhor curadoria do ano. Por O útero do mundo, foi indicada novamente ao Prêmio Maria Eugênia Franco da ABCA. Entre seus livros publicados, estão Os anões (São Paulo: Cosac Naify, 2010), Opisanie świata (São Paulo: Cosac Naify: 2013), Sul (São Paulo: 34, 2016) e os catálogos das mostras acima. Por Opisanie świata, recebeu os prêmios Machado de Assis, São Paulo (autor estreante acima de 40 anos) e Açorianos (narrativa longa). Por Sul, recebeu o Prêmio Jabuti na categoria conto e crônica.

Sobre Álvaro Siza:

Álvaro Siza é um dos arquitetos contemporâneos mais importantes e premiados do mundo. Nascido em Matosinhos/Portugal, em 1933, é conhecido por sua arquitetura escultórica, descrita como “modernismo poético”. Quando foi agraciado com o Prêmio Pritzker em 1992, Siza foi creditado pelo júri como um sucessor dos primeiros modernistas, por “suas formas simples, moldadas pela luz”.

A sede da Fundação Iberê Camargo, inaugurada em 30 de maio de 2008, foi projetada por ele. Primeira obra do arquiteto no Brasil, o projeto recebeu mérito especial da Trienal de Design de Milão, o Leão de Ouro da Bienal de Arquitetura de Veneza em 2002 e o Mies Crown Hall Americas Prize em 2014, prêmios, até então, inéditos para a América do Sul.

Referência arquitetônica no país e no mundo, o prédio possui salas expositivas, átrio, reserva técnica, centro de documentação e pesquisa, ateliê de gravura, ateliê do educativo, auditório, loja, cafeteria, estacionamento e parque ambiental projetado pela Fundação Gaia. O mobiliário presente na Fundação também foi desenhado por ele.

A Fundação Iberê Camargo tem o patrocínio de  ItaúGrupo GPSIBMOleoplanAgibankBTG PactualBanrisul e apoio SLC Agrícola, Sulgás e DLL Group, com realização e financiamento do Ministério da Cultura / Governo Federal. A exposição As Durações do Rastro tem o apoio da Traduzca.

 

Serviço:

As Durações do Rastro – A fotografia de Jordi Burch frente à arquitetura de Àlvaro Siza Vieira

Exposição de fotografias de Jordi Burch

Curadoria: Verônica Stigger

Local: 4º andar

Abertura: 16 de junho, sábado, às 14h, com conversa aberta ao público com o artista Jordi Burch e a curadora Veronica Stigger

Período de exibição: de 16 de junho a 5 de agosto de 2018

Classificação indicativa: Livre

Visitação: sábados e domingos, das 14h às 19h (último acesso às 18h45min). De quarta a domingo, a Fundação Iberê Camargo também atende a grupos agendados. Para fazer um agendamento, basta ligar para o Programa Educativo – 51 3247 8000

 

ENTRADA FRANCA

Endereço: Fundação Iberê Camargo – Avenida Padre Cacique, 2000

Como chegar:

A Fundação Iberê dispõe de estacionamento pago, operado pela Safe Park.

As linhas regulares de lotação que vão até a Zona Sul de Porto Alegre param em frente ao prédio, assim como as linhas de ônibus Serraria 179 e Serraria 179.5. É possível tomá-las a partir do centro da cidade ou em frente ao shopping Praia de Belas. O retorno pode ser feito a partir do Barra Shopping Sul, por onde passam diversas linhas de ônibus com destino a outros pontos da cidade.

Pedestres e Ciclistas: existe uma passagem para que pedestres e ciclistas possam atravessar a via em segurança. A passarela é acessada pelo portão de entrada do estacionamento. A Fundação também dispõe de um bicicletário, localizado nos fundos do prédio.

Site: www.iberecamargo.org.br

Fanpage: www.facebook.com/fundacaoiberecamargo

Instagram: @ f_iberecamargo

Visita virtual Google Artes & Culture – https://goo.gl/wYr75v

 

Outra exposição em cartaz:

Exposição Moderna para Sempre – Fotografia Modernista Brasileira na Coleção Itaú Cultural

Curadoria: Iatã Cannabrava

Local: 2º e 3º andares

Período de exibição: de 19 de maio a 15 de julho de 2018

Classificação indicativa: Livre

 

Moderna para Sempre – Fotografia Modernista Brasileira na Coleção Itaú Cultural traz 144 obrasfotográficas de 33 importantes artistas do movimento modernista brasileiro, com foco em suas participações no Foto Cine Clube Bandeirante e em sua importância para a cultura e identidade brasileiras.

De caráter itinerante e sempre com diferentes recortesModerna para Sempre apresenta na Fundação Iberê cerca de 60 obras que nunca foram expostas em Porto Alegre, com destaque para quatro trabalhos recém-adquiridos e incorporados à exposição pela primeira vez: Florale, de Geraldo de BarrosOca, Parque do Ibirapuera, de German Lorca; além de Composição e Sem Título, de Mario Fiori. Também estão presentes na exposição artistas como Eduardo SalvatoreMarcel GiróJosé Oiticica FilhoOsmar PeçanhaThomaz FarkasAdemar MariniRubens Teixeira ScavoneGaspar GasparianGunter E.G. SchroederFabio Moraes BassiPaulo Pires e José Yalenti, além de Gertrudes Altschul – uma das raras representantes do gênero feminino no fotoclubismo a partir da década de 1940. A exposição tem a curadoria do fotógrafo e pesquisador Iatã Cannabrava.

“Atentos às transformações que ocorriam no mundo, os fotógrafos modernistas brasileiros devoraram influências para criar uma nova fotografia, que teve como premissa uma leitura essencialmente criativa e de ruptura”, explica Iatã Cannabrava, curador da exposição.

Sobre Iatã Cannabrava – Fotógrafo, editor, curador e agitador cultural, Iatã Cannabrava possui três livros publicados – Casas Paulistas (2000), Uma Outra Cidade (2009) e Pagode Russo (2014) –, fotos nas coleções MASP-Pirelli, Galeria Fotoptica, Joaquim Paiva e MAM-SP e trabalhos publicados em oito livros de autoria coletiva.

Para release completo, texto curatorial, lista de obras e legendas, acesse: https://goo.gl/YwnXwW

 

Sobre a Fundação Iberê Camargo

A Fundação Iberê Camargo é uma instituição privada sem fins lucrativos, criada em 1995, a partir de um desejo do próprio artista e sua esposa, Maria Coussirat Camargo, e com o apoio de amigos e empresários de Porto Alegre.

Há 22 anos, a Fundação desenvolve ações culturais e educativas com a missão de preservar o acervo, promover o estudo, a divulgação da obra de Iberê Camargo e estimular a interação de seu público com arte, cultura e educação, por meio de programas interdisciplinares. Seu acervo é formado por um núcleo documental, composto de documentos e imagens relacionadas à vida e à obra do artista, e um núcleo com a coleção Maria Coussirat Camargo, que inclui pinturas, gravuras, guaches, desenhos e estudos de Iberê Camargo, obras que o casal acumulou durante a vida.

Iberê Camargo

[Restinga Seca, 1914 – Porto Alegre, 1994] – Iberê Camargo é um dos grandes nomes da arte brasileira do século 20. Autor de uma extensa obra, que inclui pinturas, desenhos, guaches e gravuras, Iberê nunca se filiou a correntes ou movimentos, mas exerceu forte liderança no meio artístico e intelectual brasileiro. Dentre as diferentes facetas de sua vasta produção, o artista desenvolveu as conhecidas séries CarretéisCiclistas e As idiotas, que marcaram sua trajetória. Grande parte de sua produção, estimada em mais de sete mil obras, compõe hoje o acervo da Fundação Iberê Camargo.