Fundação Iberê Camargo inaugura a ação-instalação ‘Avesso’ neste final de semana

O próximo fim de semana na Fundação Iberê Camargo, dias 14 e 15 de abril, será marcado pela abertura da exposição ‘Avesso’, dos artistas Andressa Cantergiani e Maurício Ianês. A mostra – selecionada pelo Edital para Exposições Temporárias 2018 – é uma ação-instalação concebida e executada pelos artistas, que pretende tornar visíveis e presentes as estruturas, trabalhadoras e trabalhadores da Fundação Iberê Camargo, assim como os seus visitantes.

Avesso é uma ocupação performática e relacional com duração de um mês e meio, ocupando o 4º andar até o dia 03 de junho, com a presença dos artistas aos sábados e domingos. Durante a semana, quando acontecem as visitas mediadas para grupos, o trabalho estará aberto para visitação e participação do público.

Ao “virar do avesso” a instituição, a obra propõe um questionamento sobre como as relações são criadas dentro de um espaço institucional artístico, ampliando e revelando as possibilidades de criação de forma coletiva e transparente.

A visitação acontece de 14 de abril a 3 de junho de 2018, nos sábados e domingos, das 14h às 19h.

A ação se desdobra em diferentes momentos:

No primeiro momento, os artistas ocuparão o espaço expositivo e seu entorno (salas internas de trabalho da instituição, a cafeteria, o espaço externo do museu e sua vizinhança), criando diálogos com os visitantes, funcionários e pedestres da área externa. Estes diálogos levarão à construção de ações temporárias específicas, de acordo com o desejo dos participantes.

Num segundo momento, Cantergiani e Ianês irão buscar objetos não-perecíveis nas lixeiras e depósitos da instituição, da cafeteria e da área externa da Fundação. Esses objetos serão usados para construir esculturas temporárias efêmeras, com a participação dos visitantes. As esculturas e instalações produzidas irão ocupar o espaço expositivo. Além daquelas construídas com o público, Cantergiani e Ianês poderão também construir peças individualmente ou em dupla, usando os objetos para criar microperformances coletivas dentro da obra. Para a manipulação destes objetos, serão usadas luvas protetoras amarelas que ficarão à disposição do público.

O terceiro momento será a marcação com fita isolante dos corpos dos participantes e visitantes. A técnica de demarcação de silhueta é utilizada em perícias médico-legais científicas pelo Instituto Médico Legal para demarcar cadáveres ou corpos vivos em cenas de crime. A ação consiste em abordar o público e usar fita isolante preta para demarcar as posições dos corpos, em relação à arquitetura da Fundação. As relações, assim como o desenho com as fitas, vão acontecendo lentamente e se expandindo pelo espaço, criando intersecções e acumulações. O acúmulo destas marcações de corpos irá, pouco a pouco, preencher todo o piso da sala, criando uma rede labiríntica de corpos ausentes.

O quarto momento será a marcação da presença dos visitantes e funcionários da Fundação nas paredes. Será solicitado às pessoas que escrevam seus nomes nas paredes, diariamente, junto aos horários do período em que ficaram presentes, usando sempre a mesma caneta preta. Esta rede de nomes irá compor o processo de ocupação do espaço, junto das outras ações.

Espera-se que, durante o processo, a sala termine preenchida com nomes, marcações de corpos e esculturas de resíduos, criando uma grande ação-instalação em processo.