Exposição “IMESURA”, do Coletivo OM, inicia no dia 13 de setembro

Foto: Tete Barachini

No dia 13 de setembro, às 19h30, acontece a abertura da exposição “IMESURA”. Com obras do Coletivo OM, a exposição se propõe a pensar a cidade a partir do muro da Avenida Mauá. Um muro aparentemente mensurável e de convivência harmoniosa com sua cidade — já que esta o deseja em pé para sua proteção —, ao ser visitado, percorrido, atravessado, observado, espiado e medido, transforma-se, para os que ganham a consciência de sua existência, em um obstáculo imensurável e de mesura desconfiável em sua permanência torta, cuja única reverência a ser posta é a sua em relação às águas do Guaíba e suas ilhas. A cidade o possui presente, mas os artistas o desejam ausente. O evento ocorre na Sala Negra da galeria Espaco IAB e tem entrada franca.

A exposição IMESURA reúne fragmentos das diversas ações e intervenções poéticas realizadas no muro da Avenida Mauá nos últimos dois anos pelo grupo de pesquisa OBJETO E MULTIMÍDIA – CNPQ/UFRGS.

Artistas participantes: Alice Torres, Deni Corsino, Flávia de Quadros, Lucas Strey, Pedro Ferraz, Peter Gossweiler, Talita Procópio, Tetê Barachini e Thiago Trindade.

Realização: Grupo de Pesquisa OBJETO E MULTIMÍDIA – CNPQ/UFRGS

 

Sobre os trabalhos:

 Tetê Barachini, MAILBOX MUROMAUÁ (2017), cartão postal, site e instalação. Foto: Alice Torres

MAILBOX MUROMAUÁ (2017) é uma proposição a qual tem início no muro da Av. Mauá em Porto Alegre, a partir do encontro casual com uma caixa de correio que está instalada nele, cujo acesso é inacessível e improvável como endereçamento de recebimento de postagens. Quem iria enviar mensagens para o destinatário MURO MAUÁ? Este objeto instalado neste outro objeto-muro nos lembra da obsolescência de ambos, em suas relações de aproximação conosco e com o outro.

  

Thiago Trindade, A MEDIDA DA [IN]SEGURANÇA (2017), objeto e foto. Foto de Thiago Trindade

Em diversas situações não conseguimos exprimir em unidades de grandeza as dimensões de algo, ​tal qual sentimentos e sensações. Isto posto, ao deparar-me com os 2647 metros do Muro da Mauá e questionar sua competência frente sua função primária de ‘proteger’, saltam-me aos olhos suas cicatrizes, cortes e feridas causadas pelo ciclo entrópico e a falta de manutenção. São essas ausências matéricas que procuro manifestar nesta série de objetos com propriedades visuais semelhantes às do Lago Guaíba, por sua relação de nêmesis e algoz com o Muro.

 

Deni Corsino, ENTRE A CERCA E A COMPORTA (2017). Vídeo e Desenho. Foto de Deni Corsino

A linha funciona como um rastro impresso pela ação do corpo no espaço e indica uma passagem, um tempo e uma medida.  O carvão  transforma-se em desenho, marca, impressão, interferência sobre a superfície irregular, rugosa e desgastada do Muro da Mauá, deixando seu peso, sua espessura, sua cor escura e sendo medido pelos meus passos, pela velocidade da câmera, do tempo e do trânsito que corre no sentido contrário.

 

Pedro Ferraz, DISPOSITIVO DE APROXIMAÇÃO Nº 3 (2017), objeto e instalação. Foto: Thiago Trindade

O trabalho Dispositivo de Aproximação n°3 (2017) consiste em um aparelho desenvolvido com o intuito de compreender o muro a um nível macro. O aparelho e o figurino tem como inspiração o cinema B de ficção científica, neste trabalho me aproprio de diversos objetos comuns e através da recombinação, assemblagem e pintura destes elementos  crio um novo objeto que além de exercer uma função pré-determinada,é também um disparador para construção de narrativas.