Alunos da Escola Lumiar apresentam exposição ‘Bem-Vindo, Nós’
A partir do diagnóstico das necessidades e interesses da turma, entrevistas, debates, participação em oficinas e criação de memorial, se identificou uma necessidade dos alunos da turma F3, entre 12 e 15 anos, de compreenderem a si, seus sentimentos, e seu lugar na escola. O grupo de 25 alunos, do final do Ensino Fundamental, vive um momento transitório, da pré-adolescência à adolescência, do mundo infantil à fase adulta, da escola tradicional à uma escola inovadora, do Ensino Fundamental visando o Ensino Médio.
As diversas mudanças que vive o grupo, assim como suas próprias questões pessoais, desencadeavam um clima de tensões, dúvidas e inseguranças. Jovens percebem que possuem talentos e condições de alcançar suas metas, mas se perdem em incertezas, que muitas vezes os levam a duvidar de suas próprias capacidades. Perplexos diante de novas possibilidades apegam-se a conceitos passados e memórias, questionando o lugar que estão; criando uma imagem romantizada do passado (infância, escola), e amedrontando-se diante do novo, o que invariavelmente resulta em conflitos entre colegas e desmotivação.
O projeto A Lumiar que há em mim, sob a coordenação da tutora Juliana Fraga, buscou desafiar esses jovens a refletirem e atuarem, visando conquistar uma identidade própria de maneira que cada estudante se percebesse constituindo e parte da identidade de seu grupo. Compartilhar espaço e histórias de vida, entendendo-se como protagonistas de sua própria trajetória, ressignificando sua aprendizagem. E assim descobrindo seu papel e sua importância na escola.
Com base em módulos e oficinas ministradas pela mestre Diane Sbardelotto, o projeto ganhou vida, estudo das fases da vida, sexualidade, diferentes culturas, descobertas humanas na história, os contatos entre mundo diferente, o estranhamento com o novo através de diversos povos, a empatia por meio de personagens, foram alguns estudos que contribuíram para que a turma alcançasse os objetivos do projeto.
Os alunos foram orientados em suas buscas individuais, a desenvolver poéticas artísticas com os materiais, técnicas e linguagens da escolha de cada um. Fazeres ligados aos desejos de expressão desses estudantes deram origem a instalações, performances, objetos, composições musicais e fotografias advindos de processos tão diversificados como eles mesmos.