Um dos grandes filmes da história do cinema, O Leopardo é uma viagem a Sicília à época da unificação da Itália, tendo como guia o mestre Luchino Visconti. Baseado no romance homônimo de Giuseppe Tomasi di Lampedusa (1896-1957), o filme é ambientado no século 19 (1860), quando mudanças políticas e sociais anunciam a decadência da tradicional aristocracia italiana e a ascensão da burguesia. Para contar esta história, o diretor recria a atmosfera dos grandes palácios e, neste contexto, a vida de Fabrizio, príncipe de Salina (Burt Lancaster), e de sua família.
O Leopardo começa quando as tropas rebeldes de Giuseppe Garibaldi desembarcam na Sicília para lutar contra a aristocracia rural e a sociedade construída a partir de benesses e privilégios. A adesão de Tancredi (Alain Delon), sobrinho do príncipe da Salina, aos ideais garibaldinos sinaliza que os novos tempos serão de renovação e de fortalecimento da unificação. Atento aos acontecimentos, Fabrizio de Salinas começa então a se adaptar à nova realidade: promove o casamento do sobrinho, já alinhado às tropas governistas, com Angélica (Cláudia Cardinale), filha de Don Calogero (Paolo Stoppa), um bem sucedido operador de negócios imobiliários. Esta união irá selar a aliança entre nobres e burgueses.
A sequência do baile que celebra a união entre a nobreza decadente e os burgueses enriquecidos, quase sem diálogos, mostra cada detalhe da festa e do ambiente palaciano em que acontece. Caminhando pelos animados salões onde todos se divertem, Fabrizio de Salinas percebe que seu tempo passou.
O seminário O Divã e a Tela é uma programação mensal que acontece nas sextas-feiras na sede da Associação Psicanalítica de Porto Alegre (APPOA). Os encontros promovem o debate e a troca de ideias entre os apreciadores do cinema e das artes. A coordenação é dos psicanalistas Enéas de Souza e Robson de Freitas Pereira.
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