O seminário O Divã e a Tela encerra sua programação de 2018 apresentando Amadeus, do cineasta tcheco Milos Forman, apontado como uma das melhores cinebiografias ficcionais de um dos mestres da música clássica. Com roteiro baseado na obra teatral homônima de Peter Schaffer, a obra não se atém a registros históricos, destaca sobretudo a relação entre os músicos Mozart e Saliere, e a importância da música na cultura. Na noite de sexta-feira (14 de dezembro), após a exibição filme haverá um debate seguido de uma comemoração de final da temporada do seminário. O jornalista, livreiro e apreciador de música Milton Ribeiro é o convidado da noite.
Logo no início de Amadeus, destaca-se a figura do compositor Salieri (F. Murray Abraham), amargurado e já envelhecido, que conduz a narrativa. Músico da corte da Viena do século XVIII, contemporâneo de Mozart (Tom Hulce), ele tenta o suicídio e é levado para um asilo. Lá, confessa ao padre que matou Mozart. Utilizando-se de recursos de flash-back, o diretor monta o quebra-cabeças da convivência entre os compositores. Saliere, embora também talentoso, encontra no frágil Mozart todo o vigor e criatividade que jamais havia conhecido e que sempre havia desejado. Em sua devoção, sente-se traído por Deus por ter dado tamanho talento a um jovem compositor de comportamento irreverente, grosseiro e infantil, enquanto ele, dedicado e casto, não conseguia alcançar tamanha genialidade. Sua vida, então, passa a ser levada por um misto de inveja e admiração por Mozart, a quem tanta ama e tenta destruir.
A começar pela abertura, a trilha sonora do filme é repleta de clássicos do genial compositor. O estilo luxuoso e clássico da época destaca-se pelos extremos cuidados da produção, que teve como fotógrafo Miroslav Ondricek, parceiro de Milos Forman em vários filmes. Amadeus
foi o grande vencedor do Oscar de 1984, quando conquistou oito estatuetas, entre elas a de melhor filme, melhor ator ( F. Murray Abraham), melhor diretor (Milos Forman), melhor roteiro adaptado.
Há 14 anos o seminário O Divã e a Tela mantém uma programação mensal que acontece nas sextas-feiras na Associação Psicanalítica de Porto Alegre (APPOA). Os encontros promovem o debate e a troca de ideias entre os apreciadores do cinema e das artes. A coordenação é dos psicanalistas Enéas de Souza e Robson de Freitas Pereira.
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