Os filmes “Teobaldo Morto, Romeu Exilado”, de Rodrigo de Oliveira, e “Trago Comigo”, de Tata Amaral, continuam em cartaz no CineBancários. Os longa metragens brasileiros dividem a grade de horários na nossa sala de cinema até o dia 13 de julho. O longa-metragem de Rodrigo de Oliveira será exibido nas sessões das 17h e 19h e o de Tata Amaral na das 15h. Os ingressos podem ser adquiridos no local a R$10,00. Estudantes, idosos, pessoas com deficiência, bancários sindicalizados e jornalistas sindicalizados pagam R$5,00.
O longa-metragem é um drama adulto com elementos de mitologia, fantasia e aventura. No filme, João é um músico de 32 anos que se isola em uma fazenda após Flora, sua mulher grávida, romper com ele. Depois de três meses, quando parece estar pronto para reparar seus erros junto a Flora e acompanhar o parto de seu filho, João é surpreendido pela misteriosa visita de Max, seu melhor amigo, há muitos anos desaparecido e dado como morto.Escrito e dirigido pelo capixaba Rodrigo de Oliveira, “Teobaldo Morto, Romeu Exilado” é o segundo longa-metragem do premiado diretor de “As Horas Vulgares” (2011), e roteirista de “Exilados do Vulcão” (2013), filme de Paula Gaitán que foi o grande vencedor do Festival de Brasília em seu ano. O filme mais recente de Rodrigo, “Eclipse Solar” (2016), recebeu o Prêmio Aquisição de Melhor Curta-Metragem pelo Canal Brasil na última edição da Mostra de Cinema de Tiradentes.
“No coração do filme está a idéia da paternidade: que homens devemos nos tornar para receber os filhos que colocamos no mundo? O que se deve abandonar da vida anterior – os amigos e os amores que nos formaram – diante da chance de criar uma nova vida?”, explica o diretor.
“O acerto de contas entre os personagens de João e Max explora emoções e dramas bastante reconhecíveis, mas também o preenchemos de sonho e de fantasia. Na fronteira entre o amor de pai e o amor de amigos, jogamos com o imaginário da mitologia ocidental, da tradição popular interiorana, do apelo visual que transtorna a narrativa e oferece ao espectador uma experiência única. Partimos do drama de câmara para chegar ao suspense, ao épico e ao filme de aventura”, completa Rodrigo de Oliveira. Rodado em locação pelo interior do estado do Espírito Santo, “Teobaldo Morto, Romeu Exilado” tem à frente do elenco dois atores mineiros que começaram juntos a carreira no teatro de Belo Horizonte, mas que aqui dividem pela primeira vez o protagonismo no cinema. Alexandre Cioletti (de “Depois Daquele Baile”, “Batismo de Sangue” e a novela “Tempos Modernos”) interpreta João, às voltas com a chegada de seu primeiro filho e lidando com os espólios deixados por Max desde sua fuga. Rômulo Braga interpreta o exilado Max, que retorna ao Brasil depois de viver anos escondido na Croácia, lugar em que fora criado enquanto sua mãe fugia da perseguição da ditatura militar brasileira. Rômulo é um dos atores de maior destaque do cinema brasileiro contemporâneo (“Mutum”, “O Que Se Move”, “As Horas Vulgares”, e vencedor do Troféu Redentor de Melhor Ator Coadjuvante no Festival do Rio por “Sangue Azul”).
Completam o elenco a atriz paulista Sara Antunes (“Se Deus Vier Que Venha Armado” e “As Horas Vulgares”); e dois atores de destaque dos palcos e das telas capixabas: Margareth Galvão (“Lamarca”, “O Amor Está no Ar” e “Mar Negro”), e a jovem revelação Erik Martíncues, descoberto pelo diretor na realização de “As Horas Vulgares”, e que protagoniza o premiado “Eclipse Solar”.
‘Teobaldo Morto, Romeu Exilado” reúne os parceiros frequentes na trajetória profissional de Rodrigo de Oliveira: a fotografia é assinada por Lucas Barbi (“O Prefeito”, “Futuro Junho” e “Seca”), enquanto a montagem fica a cargo de Luiz Pretti (“Estrada para Ythaca” e “Os Monstros”). Rodrigo Aragão, mestre do horror brasileiro contemporâneo, contribui para a maquiagem de efeitos. A trilha sonora contém canções marcantes de Milton Nascimento e Mercedes Sosa, além do uso épico de um famoso concerto de Beethoven.
Produzido e distribuído pela Pique-Bandeira Filmes, o filme tem co-produção da Galpão Produções. Realizado com recursos do Funcultura, por meio do edital da Secretaria de Estado da Cultura do Espírito Santo, o filme contou ainda com apoio da Cofril.
O diretor de teatro Telmo (Carlos Alberto Riccelli) foi preso pela ditadura civil-militar no Brasil (1964-1985), e posteriormente exilado. Quando é convidado para dar uma entrevista, se dá conta de que não tem memória alguma dos meses que passou clandestino e de como aconteceu sua prisão. Através da peça de teatro que passa a montar junto com seu jovem elenco, ele vai estabelecer um diálogo com as novas gerações, mergulhar na sua própria história e na história de seu país. Vai revelar para si e para todos aquilo que, de tão doloroso, preferiu esquecer.
Um dos aspectos do filme é alimentar a discussão sobre fatos pouco conhecidos da época da ditadura civil-militar e as sequelas deixadas naqueles que viveram situações de violência em sua decorrência. Esta atitude fica evidente diante do fato de que o Brasil é um país que, ao contrário da Argentina e do Chile, por exemplo, nunca puniu os crimes de tortura.
Depoimentos reais de ex-militantes contrários ao regime militar dialogam diretamente com a ação da trama. Por exemplo, a ex-guerrilheira Criméia Alice Schmidt de Almeida afirma no filme: “Eu apanhei muito e apanhei do comandante. Ele foi o primeiro a me torturar e me espancou até eu perder a consciência, sendo que eu era uma gestante bem barriguda. Eu tava no sétimo mês de gravidez”.
Já o jornalista Ivan Seixas, membro da Comissão de Familiares de Mortos e Desaparecidos Políticos, relembra que colocaram sua mãe embaixo da sala de tortura – e ela ouviu a noite inteira, o dia inteiro, seu marido (pai de Ivan) ser torturado e morto. Os depoimentos revelam ainda a angústia dos ex-militantes torturados pela ditadura militar em busca da verdade e da memória. Nessas sequências documentais de “Trago Comigo” os nomes dos policiais e torturadores citados nos depoimentos foram suprimidos, pois estes nunca foram julgados e condenados e a produção do filme correria o risco de ser processada judicialmente. Em 1979 o Estado brasileiro promulgou a Lei da Anistia não só para aqueles que haviam sofrido perseguição política, mas sua redação deu margem à discussão e os torturadores também foram considerados anistiados. Os familiares ainda buscam informações sobre os desaparecidos políticos. Após quase 40 anos, os arquivos dos órgãos de repressão militares continuam fechados.
GRADE DE HORÁRIOS
5 de julho (terça-feira)
15h – “Teobaldo Morto, Romeu Exilado”, de Rodrigo de Oliveira
17h – “Trago Comigo”, de Tata Amaral
19h – “Teobaldo Morto, Romeu Exilado”, de Rodrigo de Oliveira
6 de julho (quarta-feira)
15h – “Teobaldo Morto, Romeu Exilado”, de Rodrigo de Oliveira
17h – “Trago Comigo”, de Tata Amaral
19h – “Teobaldo Morto, Romeu Exilado”, de Rodrigo de Oliveira
7 de julho (quinta-feira)
15h – “Trago Comigo”, de Tata Amaral
17h – “Teobaldo Morto, Romeu Exilado”, de Rodrigo de Oliveira
19h – “Teobaldo Morto, Romeu Exilado”, de Rodrigo de Oliveira
8 de julho (sexta-feira)
15h – “Trago Comigo”, de Tata Amaral
17h – “Teobaldo Morto, Romeu Exilado”, de Rodrigo de Oliveira
19h – “Teobaldo Morto, Romeu Exilado”, de Rodrigo de Oliveira
9 de julho (sábado)
15h – “Trago Comigo”, de Tata Amaral
17h – “Teobaldo Morto, Romeu Exilado”, de Rodrigo de Oliveira
19h – “Teobaldo Morto, Romeu Exilado”, de Rodrigo de Oliveira
10 de julho (domingo)
15h – “Trago Comigo”, de Tata Amaral
17h – “Teobaldo Morto, Romeu Exilado”, de Rodrigo de Oliveira
19h – “Teobaldo Morto, Romeu Exilado”, de Rodrigo de Oliveira
12 de julho (terça-feira)
15h – “Trago Comigo”, de Tata Amaral
17h – “Teobaldo Morto, Romeu Exilado”, de Rodrigo de Oliveira
19h – “Teobaldo Morto, Romeu Exilado”, de Rodrigo de Oliveira
13 de julho (quarta-feira)
15h – “Trago Comigo”, de Tata Amaral
17h – “Teobaldo Morto, Romeu Exilado”, de Rodrigo de Oliveira
19h – “Teobaldo Morto, Romeu Exilado”, de Rodrigo de Oliveira
Deixe um comentário