A primeira semana da programação de setembro da Cinemateca Capitólio Petrobras apresenta três exibições em 35mm do consagrado diretor maliano Souleymane Cissé e uma sessão especial com registros raros e históricos de Júpiter Maçã. A sessão marca o lançamento da biografia Júpiter Maçã: A Efervescente Vida & Obra.
A edição do Projeto Raros em homenagem ao centenário de Robert Aldrich com exibição de Triângulo Feminino, adiada em razão de problemas técnicos, está confirmada para o dia 7 de setembro, às 19h30.
3x SOULEYMANE CISSÉ
Nos dias 8 e 9 de setembro, a Cinemateca Capitólio Petrobras apresenta três sessões especiais de filmes realizados pelo consagrado diretor maliano Souleymane Cissé, um dos nomes mais importantes da primeira geração de cineastas africanos. No sábado, 8 de setembro, serão exibidos Baara – O trabalho (18h) e Finyé – O vento (20h). No domingo, 9 de setembro, ganha exibição Yeelen – A luz (16h). Os filmes serão exibidos em 35mm, com legendas eletrônicas em português. O valor do ingresso é R$ 10,00, com meia entrada para estudantes e idosos.
A programação é uma realização da Coordenação de Cinema, Vídeo e Fotografia de Porto Alegre, em parceria com a Embaixada da França, a Cinemateca da Embaixada da França no Brasil, o Institut Français e o Instituto Moreira Salles.
Nascido na cidade de Bamako, capital do Mali, em 1940, Souleymane Cissé faz parte da primeira geração dos cineastas africanos. Assim como o pai da cinematografia negra do continente, o senegalês Ousmane Sembène, autor de A Negra de… (exibido na Capitólio neste ano), Cissé estudou cinema na União Soviética, ainda nos anos 1960. Na década seguinte, retornou ao Mali e iniciou uma obra com claras intenções políticas, aproximando a ruptura com os estereótipos africanos à revelação das contradições sociais e culturais do país no período pós-colonial. Baara – O trabalho (1978) e Finyé – O vento (1982) fazem parte dessa fase inicial da obra de Cissé. Em 1987, o diretor intensifica o interesse pelos elementos mágicos da cultura maliana e realiza Yeelen – A luz (1987), centrado nos rituais Komo, primeiro filme africano a receber o Grande Prêmio do Júri no festival de Cannes.
Conheça mais sobre o cineasta Souleymane Cissé lendo o texto da pesquisadora e curadora Janaína Oliveira, produzido especialmente para a mostra do cineasta no Instituto Moreira Salles: https://ims.com.br/blog-do-cinema/longa-viagem-de-souleymane-cisse/
FILMES
BAARA – O TRABALHO
(Baara)
França, Mali 1978. 96min. 35mm
Direção: Souleymane Cissé
Um jovem camponês trabalha como baara, isto é: carregador de bagagens em Bamako. Um dia, faz amizade com um jovem engenheiro, que passa a protegê-lo, ajudá-lo nos seus problemas com a polícia e consegue um emprego para ele em uma fábrica. O engenheiro, que estudou na Europa, tenta aliciá-lo com suas ideias liberais. Primeiro longa-metragem realizado no Mali, o filme obteve o prêmio de melhor fotografia no Festival de Locarno em 1978 e, no ano seguinte, o prêmio Étalon de Yennega, grande prêmio do Fespaco (Festival Pan-africano de Cinema e TV de Ouagadougou).
FINYÉ – O VENTO
(Finyé)
Mali 1982. 105min. 35mm
Direção: Souleymane Cissé
Dois adolescentes malianos, Bah e Batrou, oriundos de classes sociais diferentes, se encontram na escola. Bah é descendente de um grande chefe tradicional. O pai de Batrou, governador militar, representa o novo poder. Ambos pertencem a uma geração que recusa a ordem estabelecida e põe em questão a sociedade.
YEELEN – A LUZ
(Yeelen)
Alemanha, Burkina Fasso, França, Japão, Mali 1987. 106min. 35mm
Direção: Souleymane Cissé
Dotado de poderes mágicos, um jovem parte em busca do tio para pedir ajuda em uma luta contra o pai, um feiticeiro.
JÚPITER MAÇÃ NA CINEMATECA
No domingo, 9 de setembro, às 18h30, a Cinemateca Capitólio Petrobras apresenta uma sessão especial com registros raros e históricos de Júpiter Maçã, incluindo apresentações de canções inéditas. Com entrada franca, a sessão complementa a noite de lançamento da biografia Júpiter Maçã: A Efervescente Vida & Obra, assinada por Cristiano Bastos e Pedro Brandt, que acontece no dia 05 de setembro, a partir das 22h, no Bar Ocidente. Após a projeção, será realizado um debate com os músicos Júlio Cascaes e Marcelo Gross, parceiros criativos do compositor nas apresentações exibidas no evento, e a produtora Paola Oliveira. O livro será vendido e autografado no local.
Assinada pelos jornalistas Cristiano Bastos e Pedro Brandt, a biografia Júpiter Maçã: A Efervescente Vida & Obra repassa a trajetória do cantor, compositor e multi-instrumentista Flávio Basso (1968-2015), músico gaúcho que integrou as bandas TNT e Cascavelletes e, em carreira solo, lançou discos com os pseudônimos Júpiter Maçã e Jupiter Apple. O livro traça a vida do biografado do nascimento à morte, passando por suas vitórias (uma irregular, porém cultuada carreira de rockstar, quase incomparável no Brasil), amores, amizades, aventuras e desventuras (alcoolismo, paranoia, a morte precoce de seu único filho) com riqueza de detalhes, revelações, informações inéditas, e, ainda, farto material fotográfico.
PROJETO RAROS CELEBRA O CENTENÁRIO DE ROBERT ALDRICH
Na sexta-feira, 7 de setembro, às 19h30, a Cinemateca Capitólio Petrobras apresenta uma edição do Projeto Raros para celebrar o centenário do diretor Robert Aldrich, com a exibição de seu favorito pessoal, Triângulo Feminino (The Killing of Sister George, 1968, 138 minutos). Com projeção digital, legendas em português e apresentação do programador Leonardo Bomfim, a sessão tem entrada franca.
PROJETO RAROS
Triângulo Feminino
(The Killing of Sister George)
EUA/Reino Unido, 1968, 138 minutos
Direção: Robert Aldrich
Em Triângulo Feminino, June Duckbridge é uma atriz de meia idade prestes a perder o emprego na novela mais popular do país durante décadas. Pior do que isso é o fato dela suspeitar que a sua jovem namorada está tendo um caso com outra mulher.
Do faroeste ao filme policial, dos filmes de guerra aos tensos retratos de estrelas decadentes, Robert Aldrich chacoalhou as estruturas do cinema hollywoodiano desde anos 1950, tornando-se um dos precursores – na abordagem de temas delicados, na escolha subversiva de seus personagens principais – da Nova Hollywood dos anos 1960 e 70.
Em 1968, Aldrich vinha do enorme sucesso de Os Doze Condenados, com dinheiro e autonomia criativa. Apostou em dois projetos extremamente pessoais: A Lenda de Lylah Clare, uma revisitação radical de Um Corpo que Cai, clássico de Hitchcock, com a atriz Kim Novak interpretando novamente uma mulher idêntica a outra, desta vez uma estrela do cinema morta de forma misteriosa, e Triângulo Feminino, adaptação da peça de Frank Marcus, um dos primeiros filmes de Hollywood a lidar abertamente com a homossexualidade feminina. Se o primeiro filme acabou como um dos fracassos mais incríveis de sua carreira, o segundo teve grandes problemas com a censura em vários países. Nos Estados Unidos, Aldrich foi um dos primeiros a ganhar o X-Rated (impróprio para menores), logo após o fim do Código Hays, que vetava previamente, antes mesmo da filmagem, uma série de temas e situações.
GRADE DE HORÁRIOS
6 a 12 de setembro de 2018
6 de setembro (quinta)
14h – Takara – A noite em que nadei
16h – Histórias Que Nosso Cinema (Não) Contava
17h30 – A Imperatriz Vermelha
20h – A Vênus Loira
7 de setembro (sexta)
14h – Takara – A noite em que nadei
16h – Histórias Que Nosso Cinema (Não) Contava
17h30 – Desonrada
19h30 – Projeto Raros (Triângulo Feminino, de Robert Aldrich)
8 de setembro (sábado)
14h – Takara – A noite em que nadei
16h – Histórias Que Nosso Cinema (Não) Contava
18h – Baara – O trabalho (3x Souleymane Cissé)
20h – Finyé – O vento (3x Souleymane Cissé)
9 de setembro (domingo)
14h – Takara – A noite em que nadei
16h – Yeelen – A luz (3x Souleymane Cissé)
18h30 – Júpiter Maçã na Cinemateca – Lançamento da biografia Júpiter Maçã: A Efervescente Vida & Obra
11 de setembro (terça)
14h – Takara – A noite em que nadei
16h – Histórias Que Nosso Cinema (Não) Contava
18h – Porto Alegre Em Cena (aguarde divulgação)
20h – Porto Alegre Em Cena (aguarde divulgação)
12 de setembro (quarta)
14h – Takara – A noite em que nadei
16h – Histórias Que Nosso Cinema (Não) Contava
18h – Porto Alegre Em Cena (aguarde divulgação)
20h – Porto Alegre Em Cena (aguarde divulgação)
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