O documentário ‘LOGO ALI – África do Sul’, no qual o policial civil do Rio de Janeiro, Beto Chaves – que vive diariamente a guerra contra as drogas no Rio, em que o enfrentamento armado é a política adotada – visita o país sul africano, numa busca de conhecer as histórias das pessoas e, principalmente, discutir sobre o que a liberdade significa para cada um hoje em dia e o que esperam do futuro do seu país. Trata-se de uma metáfora da relação de espaço e tempo, do que une e do que separa a humanidade.
A relação África do Sul – Brasil, a distância geográfica que um dia, há milênios, não existia, parece realmente desaparecer quando surgem temas como preconceito, diferenças sociais, drogas, arte, cultura, educação, tradições, juventude e empreendedorismo. ‘LOGO ALI’ também se refere a datas de acontecimentos históricos como o Apartheid, o fim do regime que durou 40 anos, a libertação de Mandela e sua recente morte. É um filme sobre pessoas comuns e pensamentos extraordinários, é sobre uma sociedade que ainda engatinha numa nova democracia.
Com a direção do inspetor da Polícia Civil Roberto Chaves de Almeida e do designer Leo Santos, o filme mostra como a população busca virar a página da segregação. Uma das grandes dificuldades é a sombra do racismo que ainda paira na África do Sul pós-apartheid e a desigualdade resultante dela, mas que, segundo Chaves, esta em transformação e andamento.“O que ficou bacana de mostrar é que há processos, que a gente às vezes não respeita. Devemos ter maturidade de entender que se o processo está em andamento, estamos ganhando. O que não podemos é retroceder, mas se está caminhando temos que potencializar este processo”, explica.
Um dos exemplos desse processo é retratado no filme, quando após uma refeição em uma fazenda na região onde Mandela nasceu, um homem branco diz que não levaria um negro para jantar em sua casa, mas, admite que o seu filho já brinca com negros naturalmente e sem preconceitos. O documentário entrevista quase 40 pessoas e tem os dois lados da moeda: a África do Sul branca, dona da riqueza e detentora de grande parte do país; e os negros, moradores das townships, habitações humildes nas periferias do país criadas para segregar territorialmente os negros durante o Apartheid. Nos dois lados, o sentimento é de que muita coisa ainda precisa ser feita. No lado mais favorecido da história, resquícios da política racista ainda persistem.
“É uma história de pessoas, de heróis anônimos, tem a linha do Apartheid, mas não é só isso. O filme mostra a riqueza escondida no meio de todos nós”, reflete Chaves, traçando um paralelo com a jovem democracia brasileira: “a África do Sul e nós somos muito parecidos em nossas mazelas e riquezas. A sombra do Apartheid ainda existe, é tudo muito novo. O regime começa em 1948 e acaba em 1990. Olha para o Brasil, tudo o que aconteceu, a nossa constituição da República tem 30 anos. É muito pouco tempo para dizer que a questão do racismo está resolvida. A nossa democracia aqui é jovem, lá também”, compara.
Financiamento coletivo para lançar documentário
Com as dificuldades existentes para quem faz cinema no país, os realizadores do documentário tentam levantar recursos de forma coletiva para divulgá-lo e levá-lo aos cinemas e festivais do Brasil e do mundo.
O dinheiro arrecadado será usado para levar o documentário aos cinemas, além de produzir material gráfico, divulgação online, assessoria de imprensa, palestras em escolas públicas e universidades, inscrições e participações em festivais de cinema. Mas a principal meta é garantir presença no Festival de Durban, na África do Sul, na mesma data em que se comemora o centenário de Nelson Mandela, no dia 18 de julho.
As recompensas para quem ajudar vão desde o nome nos créditos finais do documentário, acesso online ao filme em primeira mão, até convites para a pré-estreia, variando de R$ 25 a R$ 250. A meta é chegar aos R$ 70 mil até o dia 6 de abril. Para colaborar e fazer parte deste projeto, basta acessar http://www.querovernoc inema.com/
Valter de Assis Costa diz
Gostei muito da iniciativa e fiquei mais contente ainda com o idealismo do policial Beto Chaves, cumpre destacar, que, minha principal alegria deve-se ao fato de ter o conhecido na ocasião em que estudamos Direito na faculdade, então fica aqui minha manifestação de satisfação de saber que o Roberto é um grande defensor das causas que de alguma forma corrompem a construção de uma sociedade norteada pela igualdade de condições em todos os aspectos.
Um grande abraço e destaco que estarei torcendo pelo sucesso