‘Invisível’, sobre o aborto adolescente, estreia no CineBancários

Segundo longa do Argentino Pablo Giorgelli, Invisível, estreia no CineBancários dia 9 de novembro, com sessões de terça a domingo às 17h. O filme, que faz parte da Sessão Vitrine Petrobras, participou do Atelier de Cannes para desenvolvimento de projetos e tem sua estreia marcada para a competitiva ORIZZONTI do festival de VENEZA 2017.

Nosso cinema funciona de terça a domingo e os ingressos podem ser adquiridos no local ou no site ingresso.com a R$10,00. Estudantes, idosos, pessoas com deficiência, bancários sindicalizados e jornalistas sindicalizados pagam R$5,00. Aceitamos os cartões Banricompras, Visa e Mastercard.

SINOPSE:
Ely tem 17 anos e mora no bairro da Boca em Buenos Aires. Ela cursa o último ano do ensino médio e trabalha num petshop para completar a renda familiar. Ao descobrir que está grávida do Raúl, dono do Pet Shop, seu mundo interno entra em colapso. Enquanto tenta manter sua rotina diária como se nada tivesse acontecido ela é tomada pelo medo e angústia. A sociedade que a pressiona e o estado de saúde frágil da sua mãe a isolam e a obrigam a amadurecer precocemente. Tomar a decisão que mudará sua vida para sempre lhe permitirá ter um novo começo.

SOBRE INVISÍVEL por Pablo Giorgelli
“Invisible” é um retrato, mostra o cotidiano de Ely, uma garota de 17 anos, a partir do momento em que ela descobre que está grávida. Mas apesar desse ser o conflito que atravessa a personagem durante todo o filme, não é o tema principal. Para mim o essencial é a solidão e o desamparo em todos os aspectos da sua vida: Ely no seu desamparo familiar e social, em um mundo de adultos que não sabem se comunicar com seus jovens e de um Estado que ignora e criminaliza uma problemática real e crescente. Para mim era importante poder mostrar o contexto social e político de “Invisible”: a cidade de Buenos Aires, a Argentina de hoje, um país onde o aborto é ilegal e os casos de gravidez adolescente aumentam. “Invisible” está contado a partir do ponto de vista da personagem e isso define a proposta estética: planos que nos permitem senti-la, estar com ela, deixá-la ser, sem alterações de tempo. Eu quis trabalhar especialmente com o som para contar o contexto habitado por Ely, sua casa, a escola, o trabalho, a cidade… um mundo que quase não vemos, mas ouvimos e que de alguma maneira condiciona sua existência alienada. É dentro desse contexto que Ely deve tomar uma decisão que mudará drasticamente a sua vida. Me interessava trabalhar um processo no qual eu pudesse descobrir quais decisões a personagem quer ou precisa tomar. Escutá-la, entendê-la, e não ser eu quem decida o que ela faz. O filme não julga suas decisões, só acompanha Ely durante esses dias e a respeita. O tratamento do roteiro passou por um longo processo até que começaram a aparecer algumas imagens que me conectaram com a ideia do desamparo e da solidão. E isso me transportou à adolescência. Rapidamente, meu personagem se definiu como mulher e logo, talvez apoiado na minha própria adolescência, apareceu Catalinas Sur (La Boca), meu bairro, o bairro onde nasci e me criei, e onde ainda mora a minha mãe. Lá filmei “Invisible”.

ESCOLHAS ESTÉTICAS por Pablo Giorgelli
O filme transita um código naturalista em todas as suas resoluções estéticas. Quis ser muito rígido com o ponto de vista, tentar não rompê-lo nunca. Ely é uma adolescente que se sente sozinha e percebe que o mundo ao seu redor não a vê, então a proposta visual funciona como oposição a essa sensação que a personagem tem de si mesma. O filme foca exclusivamente nela, estamos com ela o tempo todo. Isso foi o que me levou a conceber a ideia de trabalhar uma sensação de tempo contínuo, com planos únicos que a acompanham, e colocar a câmera em lugares estratégicos, onde fosse possível observá-la quase como uma testemunha invisível que habita a sua intimidade. Ficar invisível como diretor para que seja ela quem nos conta sua história. Por outro lado, eu queria mostrar o mundo adulto como uma ausência, um mundo invisível para ela, por isso quase não vemos esses personagens, apenas os ouvimos, estão fora do plano visual. Assim como a televisão, uma presença sonora quase constante no filme que de alguma maneira nos conta um relato alienado de uma sociedade através do filtro da mídia. Essa dinâmica de campo e fora de campo, o que vemos e o que não, por um lado, e o que escutamos pelo outro, foi um dos recursos que encontrei para contar de modo mais preciso o desamparo, a falta de comunicação e a solidão de Ely que é a questão central do filme.

PABLO GIORGELLI
Nasceu em Buenos Aires, Argentina em 1967 e foi criado no bairro da Boca. Trabalha com cinema desde 1993 como diretor de curtas e montador. Seu primeiro longa metragem, Las Acacias estreou em 2011 na Semana da Crítica do Festival de Cannes. No festival, o filme recebeu a CAMERA D’or para melhor filme de estreia no festival e consagrou Pablo como um dos diretores argentinos mais promissores da sua geração. O filme recebeu também o prêmio ACID e o Prêmio da Crítica Jovem na Semana da Crítica, melhor primeiro filme no BFI de Londres, melhor filme Latino em San Sebastian e muitos outros. Foi lançado no Brasil em 2013 pela Vitrine Filmes. Pablo também é co-diretor do programa JANELA ABERTAS do Canal Brasil junto ao Felipe Nepomuceno. Sua nova realização, INVISIBLE, participou do Atelier de Cannes para desenvolvimento de projetos e tem sua estreia marcada para a competitiva ORIZZONTI do festival de VENEZA 2017.

INVISÍVEL
DCP, 87′, Ficção, Argentina, Brasil, Uruguay, Alemanha
Drama social
Direção: Pablo Giorgelli (Camera de Ouro, Cannes 2011)

PRODUÇÃO:
Tarea Fina (Argentina)/Aire Cine (Argentina),
Sancho Filmes – Punta Colorada (Brasil),
Seacuatico (Uruguai),
Augenschein Filmproduktion (Alemanha),
Urban Factory, Good Fortune Films (França)

EQUIPE:
Direção: Pablo Giorgelli
Roteiro: Pablo Giorgelli, Maria Laura Gargarella
Produção: Juan Pablo Miller, Ariel Rotter
Julia Alves, Michael Wahrmann e Silvia Cruz (Bra)
Produção Associada: Groch Filmes (Bra)
Diretor de Fotogra#a: Diego Poleri
Montagem: Maria Astrauskas
Direccão de Arte: Aili Chan
Som Direto: Juliano Zoppi (Bra)
Direção musical: Patrick de Jongh (Bra)
Desenho de Som: Edson Secco (Bra) e Martin Litmanovich
Finalização de Som: Sonideira
Finalização de Imagem: Clandestino

ELENCO:
Ely – Mora Arenillas
Susana – Mara Bestelli
Raúl – Diego Cremonesi
Professora – Estrela Strauss (Bra)
Professor – Andrés Schaffer (Bra)
Farmaceutico – Michael Wahrmann (Bra)
Medica – Fabiana Uría (Bra)
DISTRIBUIÇÃO:
Vitrine Filmes

GRADE DE HORÁRIOS:
9 de novembro (quinta-feira)
15h – El Amparo
17h – Sessão Vitrine Petrobras: Invisível
19h – El Amparo

10 de novembro (sexta-feira)
15h – El Amparo
17h – Sessão Vitrine Petrobras: Invisível
19h – El Amparo

11 de novembro (sábado)
15h – El Amparo
17h – Sessão Vitrine Petrobras: Invisível
19h – El Amparo

12 de novembro (domingo)
15h – El Amparo
17h – Sessão Vitrine Petrobras: Invisível
19h – El Amparo

14 de novembro (terça-feira)
15h – El Amparo
17h – Sessão Vitrine Petrobras: Invisível
19h – El Amparo

15 de novembro (quarta-feira)
15h – El Amparo
17h – Sessão Vitrine Petrobras: Invisível
19h – El Amparo