No próximo domingo (01), às 16h, o Cine Iberê exibe quatro obras primas do cinema mudo, realizadas pelo cineasta francês Georges Méliès, em sessão especial que contará com trilha sonora executada ao vivo pelo músico Yanto Laitano. Com entrada franca e dedicada a adultos e crianças, a sessão começa com Viagem à Lua (1902), considerado o primeiro filme de ficção científica da história do cinema e que consagrou Méliès como o inventor de técnicas de efeitos especiais usadas até hoje, como o stop-action. A seguir, serão exibidos outros três clássicos do ilusionista e pioneiro do cinema de fantasia e invenção: Uma Noite Terrível (1896), O Sonho do Astrônomo (1898) e Eclipse do Sol na Lua Cheia ( 1907).
Viagem à Lua é o mais importante dos filmes de Méliès. É o primeiro filme de ficção científica da história do cinema, considerado uma obra-prima do cinema silencioso mundial. Produzido em 1902, o curta é uma adaptação do livro Da Terra à Lua (1865), de Julio Verne, e também de Os Primeiros Homens na Lua (1901), de H. G. Wells. A trama se inicia em Paris, no Clube de Astronomia, onde o professor Barbenfouillis (interpretado por Méliès) propõe ao renomado grupo que invistam em uma viagem à Lua, algo que não agrada a maioria e gera confusão. Apenas cinco astrônomos –- Nostradamus, Alcofrisbas, Omega, Micromegas e Parafaragaramus -– concordam em realizar a ousada viagem.
O cineasta e ilusionista francês Georges Méliès (1861-1938) é pioneiro do cinema de fantasia e de invenção, um dos artistas mais inventivos e experimentais da linguagem cinematográfica. Considerado por Charles Chaplin um “alquimista da luz”, Méliès iniciou no cinema quando ganhou uma câmera protótipo, e por meio dela, criou efeitos de trucagem como Stop-Action, perspectiva forçada, múltiplas exposições e filmagens em alta e baixa velocidade. Realizou centenas de filmes, entre eles: Uma noite terrível (1896), O sonho do astrônomo (1898), O Diabo no Convento (1889), Joana D’Arc (1900), Viagem à Lua (1902), As viagens de Gulliver (1902) , Fausto (1904), Eclipse do sol na lua cheia (1907) e A conquista do Polo (1912). Georges Méliès é personagem do livro A Invenção de Hugo Cabret, de Brian Selznick, adaptado para o cinema por Martin Scorsese, em 2012.
Yanto Laitano é pianista, compositor, cantor e produtor. Suas atividades artísticas abrangem a música erudita contemporânea, eletrônica, diversos gêneros da música popular, sobretudo o rock, música indígena e música para cena. É compositor de trilhas sonoras para audiovisuais e espetáculos de teatro, dança e circo, com prêmios no 27º Festival de Cinema de Gramado, Histórias Curtas (RBS, 2007) e Tibicuera (2015), pelo seu espetáculo Orquestra de Brinquedos, além de oito Açorianos de Música (seis por suas produções e dois individuais). Sua discografia inclui dois discos com o Ex-Machina, grupo de compositores de música experimental e o álbum conceitual Yantux, seu quinto disco, lançado em dezembro de 2017. Estudou no IRCAM – Institut de Recherches et Coordination Acoustique/Musique (França) e no Hungarofest, em Szombathely (Hungria). Possui composições apresentadas em dez países das Américas e da Europa e uma composição lançada pela revista Guitar Review, de Nova York, em 2006.
A sessão cinema mudo com música ao vivo integra o programa Silêncio em Movimento – cinema mudo com música ao vivo, atividade cinematográfica paralela às exposições Sol Preto e Unânime Noite. O Cine Iberê tem a curadoria de Marta Biavaschi.
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