Cine Iberê exibe filme ícone da Nouvelle Vague dia 10

No próximo domingo (10), às 16h, o Cine Iberê exibe o primeiro longa metragem do cineasta francês Jean-Luc Godard. Realizado em 1960, Acossado (À bout de souffle) é uma potente e transgressora realização cinematográfica que causou muito impacto no conservador cenário cinematográfico francês na época de seu lançamento. Em cópia nova, 68 anos depois, o filme teve reestreia no Brasil em fevereiro deste ano. A sessão será comentada pela professora e pesquisadora Gabriela Almeida, autora de O ensaio fílmico – ou o cinema à deriva (editora Alameda, 2018). Com curadoria de Marta Biavaschi, a exibição integra o programa de cinema paralelo à exposição ‘Moderna para Sempre – Fotografias Modernistas Brasileira’ na Coleção Itaú Cultural.

Filme-ícone da Nouvelle Vague, Acossado é inspirado nos filmes policiais B norte-americanos e traz à tela o abismo existencial do pós-guerra. Com ritmo alucinante, os personagens vivem em alta velocidade – “sem fôlego”. A montagem em cortes secos – com pulos de continuidade (jump cuts) – chocaram a tradicional linearidade da época, posteriormente foi incorporada ao cinema moderno. Inovador e ousado, Acossado é considerado um dos filmes mais importantes da cinematografia mundial. Foi premiado com o Urso de Prata de Melhor Diretor na Berlinale (1960) e recebeu a indicação de Melhor Atriz no BAFTA Awards (1962).

Sinopse:

Michel Poiccard (Jean-Paul Belmondo) é um criminoso, obcecado por Humphrey Bogart, que rouba um carro, mata um policial e vai para Paris, onde conhece Patricia Franchini (Jean Seberg), uma linda garota americana que vende jornais na Champs-Élysées. Poiccard tenta persuadi-la a fugir com ele para a Itália, sem lhe contar que é um foragido da justiça.

Um dos expoentes da Nouvelle Vague na França, no final da década de 1950 e ao longo da década de 1960 – ao lado de diretores como François Truffaut e Eric Rohmer –, Jean-Luc Godard iniciou sua trajetória no cinema como crítico de La Gazette du Cinema e Cahiers du Cinéma. Mantém um trabalho constante como autor no cinema. Seu penúltimo filme, Adeus à Linguagem, filmado em 3D, tornou-se outro marco importante, ao quebrar padrões ligados ao formato. Seu filme mais recente O Livro da Imagem (2018), recebeu a Palma de Ouro Especial no Festival de Cannes deste ano. Na sua extensa filmografia, entre outros: Acossado (1960), Viver a Vida (1962), O Desprezo (1963), Alphaville (1965), O Demônio das Onze Horas (1965), Masculino-Feminino (1966), Week End à Francesa (1967), Detetive (1984), Eu Vos Saúdo Maria (1984), JLG por JLG – Autorretrato de Dezembro (1994), História(s) do cinema (1998), Elogio do amor (2000), Film Socialisme (2010), Adeus à Linguagem (2014), O livro de imagem (2018).

Sobre Gabriela Almeida:

Gabriela Almeida é Doutora em Comunicação e Informação pela UFRGS, com estágio na Universidad Autónoma de Barcelona. Mestre em Comunicação e Cultura Contemporâneas pela UFBA e Graduada em Comunicação Social com Habilitação em Jornalismo pelo Centro Universitário Estácio/BA. Atualmente é professora e coordenadora adjunta do curso de Jornalismo da ULBRA, onde coordena o projeto de extensão em Cinema e Direitos Humanos Cine Diversidade. Como pesquisadora e docente, atua na área de Comunicação, com ênfase em Audiovisual, e sua pesquisa tem como temas: cinema não-ficcional, ensaio fílmico e interseções entre cinema e artes visuais. Autora de O ensaio fílmico – ou o cinema à deriva (editora Alameda, 2018).

Serviço:

Cine Iberê
Domingo, 10 de junho, às 16h – Acossado, de Jean-Luc Godard (1h30min, 1960, França) – sessão única e comentada com Gabriela Almeida

Entrada franca por ordem de chegada | Classificação indicativa: 14 anos

Local: Auditório BTG Pactual

Endereço: Fundação Iberê Camargo – Avenida Padre Cacique, 2000

A entrada é franca, por ordem de chegada.