Câmara de Espelhos estreia com exclusividade, dia 23, no CineBancários

Câmara de Espelhos, o instigante documentário da realizadora pernambucana, Dea Ferraz, chega á tela do CineBancários, com exclusividade, no dia 23 de novembro, nas sessões das 15h e 19h.

Depois de causar grande impacto nos festivais de cinema, o filme estreia no circuito nacional de cinema no dia 30 de novembro.

Cena de Câmara de Espelhos

Câmara de Espelhos recorta a mesa de bar do cotidiano, o universo masculino, joga dentro de uma caixa e nos faz olhar para os discursos banais do dia a dia, desfilando a violência que caminha submersa. Como veem a mulher?

Criamos um dispositivo específico, com regras e funcionamentos concretos, para que o “novo” pudesse existir. Uma caixa “mal acabada”, que não se pretende completa nem perfeita porque se percebe apenas como possibilidade de reflexão, imagem-símbolo do que nos ronda. O próprio cinema como instância imperfeita e em construção constante. Rodado na cidade do Recife, Brasil, o que parece local torna-se universal, porque a temática do machismo, das relações humanas, das disputas de gênero, das construções sociais, dialoga com o mundo.

Convidados a participar de um “jogo” em que, espontaneamente, emitem suas opiniões e reflexões dentro de uma sala de estar rodeada por uma caixa-preta, ao todo 13 homens, divididos em dois grupos, participam de uma conversa informal que remete a uma mesa de bar tipicamente masculina, também com suas regras, formatos e falas preestabelecidos. A partir da relação “personagem-personagem”, sem a participação efetiva da diretora e mediante apenas a instrução sonora, os homens interagem entre si e comentam a exibição de vídeos sobre os mais diversos temas, desde aborto, passando por sexo e casamento até violência. Graças ao aspecto aberto do dispositivo, o documentário trouxe nuances e expectativas inesperadas.

A seleção dos participantes deste filme-dispositivo foi feita a partir de um anúncio de jornal, convocando interessados em expor suas opiniões e reflexões na tela do cinema, de modo que eles estavam cientes de que estariam dentro de um filme. O perfil exigido era de homens com faixa etária de 18 a 80 anos, com boa capacidade de expressão e que morassem na Região Metropolitana do Recife.

Antes das gravações, 60 homens foram pré-selecionados para entrevistas individuais. Sob orientação de Dea Ferraz e conduzidos pelos assistentes de direção Nathalia Gomes e Leo Ferrario, tais encontros foram filmados e tinham o objetivo de fazer um recorte sob dois aspectos centrais.

O primeiro, mais objetivo, diz respeito à diversidade social; e um outro recorte mais subjetivo e psicanalítico, levantando informações sobre relações familiares e histórias pessoais.

O dispositivo é composto basicamente por três elementos: a caixa em si, os vídeos e a escolha dos personagens. Os vídeos funcionam não somente como estímulos para o debate interno, como também podem ser vistos como o mundo externo que entra pela sala. Durante as filmagens, a exibição desses vídeos – retirados do Youtube, cenas de novelas, filmes, reportagens jornalísticas programas evangélicos etc – foi dividida em temas: sexualidade e corpo; religião, casamento e domesticidade; humor; violência. Ao todo, foram seis sessões com cada grupo de homens. Cada sessão durou cerca de 1h40.

O papel das vozes femininas, que “atuam” dentro do dispositivo sem presença corpórea, sobretudo nos momentos em que a tela é invadida pelo escuro absoluto, é outro aspecto importante dentro do longa. Uma das que conduzem os participantes rumo à caixa-preta e ao dispositivo, sem aparecer ou revelar o rosto, é a atriz e bailarina Bella Maia, explicitando tanto aos personagens quanto ao espectador que existem mulheres no entorno da caixa. “Pensar minha presença na caixa foi a tentativa de encontro comigo mesma e com o que quero falar. Perceber-me em fendas, rasgos, invisível mas não ausente, é perceber-me como muitas.

Como o próprio feminino que está sempre à margem da sociedade, nas fendas do mundo, longe dos olhos do machismo”, justifica a diretora.

Câmara de Espelhos
Direção Dea Ferraz
documentário, 76min, 2016, PE
Produtores Carol Vergolino, Cesar Maia, Daiane Dultra, Dea Ferraz,
Marcelo Barreto e Neusa Rodrigues
Produção executiva Carol Vergolino
Roteiro Dea Ferraz e Joana Collier
Direção de Fotografia Roberto Iuri
Câmeras Felipe Lima, Leo Crivellare, Marcelo Lacerda e Marco Duarte
Montagem Joana Collier
Som Ariel Maia, Rafa Travassos, Justino Passos e Gera Vieira
Direção de arte Lara Mafra, Nathália Gomes e Elizabete Ferraz
Cenografia Hemerson de Souza
Produtora Alumia Produção e Conteúdo, Ateliê Produções e Parêa Filmes
Produtora Associada Janela Projetos
Assessoria de comunicação Trago Boa Notícia
Identidade Visual A Firma

Grade de horários:

*Não abrimos segundas-feiras

23 de novembro (quinta-feira)
15h – Câmara de Espelhos, de Dea Ferraz
17h – Invisível, de Pablo Giorgelli
19h – Câmara de Espelhos, de Dea Ferraz

24 de novembro (sexta-feira)
15h – Câmara de Espelhos, de Dea Ferraz
17h – Invisível, de Pablo Giorgelli
19h – Câmara de Espelhos, de Dea Ferraz

25 de novembro (sábado)
15h – Câmara de Espelhos, de Dea Ferraz
17h – Invisível, de Pablo Giorgelli
19h – Câmara de Espelhos, de Dea Ferraz

26 de novembro (domimngo)
15h – Câmara de Espelhos, de Dea Ferraz
17h – Invisível, de Pablo Giorgelli
19h – Câmara de Espelhos, de Dea Ferraz

28 de novembro (terça-feira)
15h – Câmara de Espelhos, de Dea Ferraz
17h – Invisível, de Pablo Giorgelli
19h – Câmara de Espelhos, de Dea Ferraz

29 de novembro (quarta-feira)
15h – Câmara de Espelhos, de Dea Ferraz
17h – Invisível, de Pablo Giorgelli
19h – Câmara de Espelhos, de Dea Ferraz

30 de novembro (quinta-feira)
15h – Meu Corpo é Político, de Alice Riff
17h – Câmara de Espelhos, de Dea Ferraz
19h – Meu Corpo é Político, de Alice Riff

1 de dezembro (sexta-feira)
15h – Meu Corpo é Político, de Alice Riff
17h – Câmara de Espelhos, de Dea Ferraz
19h – Meu Corpo é Político, de Alice Riff

2 de dezembro (sábado)
15h – Meu Corpo é Político, de Alice Riff
17h – Câmara de Espelhos, de Dea Ferraz
19h – Meu Corpo é Político, de Alice Riff

3 de dezembro (domingo)
15h – Meu Corpo é Político, de Alice Riff
17h – Câmara de Espelhos, de Dea Ferraz
19h – Meu Corpo é Político, de Alice Riff

5 de dezembro (terça-feira)
15h – Meu Corpo é Político, de Alice Riff
17h – Câmara de Espelhos, de Dea Ferraz
19h – Meu Corpo é Político, de Alice Riff

6 de dezembro (quarta-feira)
15h – Meu Corpo é Político, de Alice Riff
17h – Câmara de Espelhos, de Dea Ferraz
19h – Meu Corpo é Político, de Alice Riff